13. Desculpas?

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P.o.v. Pedro

Tem mais de uma semana que o Jão está me evitando, e os dias tem passado devagar, quase uma tortura.

O pior disso tudo é que eu não faço a mínima ideia do porquê, não entendi o que fiz naquela noite. Mas desde então ele não me atende, não responde as minhas mensagens e sempre que eu o encontro na faculdade ele vem com uma desculpa "Preciso ir ali ver uma coisa com o Bruno, depois eu te ligo""Estou atrasado para aula, Pedro, depois conversamos,", "Nossa, vou perder meu ônibus, depois a gente se fala" e esse maldito "depois" não chega nunca. Estou tanto medo de perder meu melhor amigo que mal tenho dormido direito.

Quer saber? Foda-se, eu vou atrás dele, é sábado, ele vai ter que me ouvir.

Simplesmente dirijo até a casa dele e quando estou pronto para bater, a porta se abre.

Pedro: — Jão! — chamo.

Jão: — Pedro, eu preciso...

Pedro: — Não, você não precisa de nada! — Corto. — Chega de me dar desculpas de que precisa ver isso ou fazer aquilo. Eu preciso saber porque você está me evitando desde o dia do evento. O que foi que eu te fiz João? Não consigo parar de pensar no que eu falei que pode ter te magoado tanto a ponto de você me evitar desse jeito. — Minha voz sai meio tremula e eu falho em tentar conter as lagrimas.

Jão: — Pedro, não... você não... eu... — Ele gagueja. — Entra por favor. — Ele me dá passagem para entrar e eu o faço.

Pedro: — Seja lá o que tenha sido, Jão, me desculpa por favor, você é muito importante pra mim, nossa amizade é tudo pra mim, Jão...

Jão: — PEDRO! — Grita. — Se acalma, por favor. — Ele se aproxima de mim.

Nesse momento nossos rostos estavam próximos, bem próximos, próximos demais.

Pedro: — Me desculpa por isso também. — sussurro segurando seu rosto com as duas mãos e uno nossos lábios.

Se me perguntarem o que eu tinha na cabeça pra tomar uma atitude dessas justamente em um momento em que nossa amizade está abalada, eu diria que não pensei, porque é verdade, eu apenas não consegui me segurar e esperava que o Jão me desculpasse essa atitude impulsiva também.

Mas, de repente, todos esses pensamentos caíram por terra, sinceramente quando imaginei que reações ele teria com esse beijo muita coisa passou pela minha cabeça, ele me afastando, gritando comigo, me chamando de louco e dizendo que só me enxergava como um amigo, mas nada disso aconteceu.

O Jão me correspondeu, o que no início era só nossos lábios colados, se tornou um beijo de verdade, ele afundou a mão nos meus cabelos e me beijou de volta com tanta intensidade que senti minhas costas contra a parede da sua sala, sua outra mão agarrou a minha cintura unindo ainda mais nossos corpos, naqueles instante eu desfrutei do nosso beijo como se precisasse dele para continuar vivendo, como se eu estivesse me afogando e o Jão fosse o oxigênio que eu precisava. Porque se tudo isso for um sonho, eu vou ter aproveitado cada segundo.

E Se A Gente...? - PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora