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P.o.v. Pedro

Jão desceu do palco depois de mais um show incrível, apesar de, bem...

O clima no camarim ficou bem tenso, apesar de uma boa parte saber do que a música se tratava e do nosso relacionamento, ninguém sabia como reagir.

É claro que uma grande parte de mim se incomodou com ele tendo dito meu nome na música, justamente no show que seria eternizado, não queria nem imaginar o caos que as redes sociais estariam nesse momento, mas apesar disso, eu sei que ele jamais faria uma coisa dessas de proposito.

E o pior disso, eu sabia que ele se culparia por isso por toda eternidade, tive medo de termos outro desentendimento e ele ficar mal, como foi na nossa viagem pra Argentina.

Eu imaginei que ele fosse falar comigo logo que desceu do palco, mas ele me evitou até o momento em que chegamos em casa, já de madrugada.

Ele entrou, deu um beijo nos gatos e foi tomar banho, eu fiquei ali no sofá, processado tudo o que tinha acontecido.

Depois de alguns minutos, decidi que o melhor era ser um pouco racional, o Jão já estaria mal com isso, eu não queria piorar as coisas.

A gente daria um jeito, perto dos perrengues que passamos com a estrutura dos shows no passado, isso não era nada.

Eu poderia evitar o assunto e ir dormir com ele como se nada tivesse acontecido, mas eu estava cansado de jogar as coisas pra debaixo do tapete, sabia que coisas pequenas assim nos afastaram no passado por terem sido ocultadas.

E eu tinha prometido ao Jão que não esconderia mais as coisas dele.

Com isso na cabeça, eu respirei fundo e fui para o quarto, decidido a conversar com o meu namorado, a gente se conhecia bem, e ultimamente qualquer questão que tínhamos era resolvida com conversa, eu não deixaria ser diferente dessa vez.

Pedro: — Vida... — Chamei, logo que ele saiu do banho.

Jão: — Oi... — Ele abaixou os olhos.

Pedro: — Ei, — Me aproximo dele e seguro seu rosto com as mãos.

Sempre fico com receio do que falar quando o Jão está nesse estado, não quero que ele fique se culpando.

Jão: — Me desculpa... — Ele diz choroso. — Eu não queria...

Pedro: — Tá tudo bem, meu amor, não é como se seus fãs não soubessem que é sobre mim...

Jão: — Mas...

Pedro: — Shiu... — Aproximo meu rosto do seu, quase colando nossos lábios. — Eu ainda não te dei aqueles beijos...

Ele sorri, desarmado e leva as mãos até meu pescoço e minha nuca, uno nossos lábios naqueles beijos intensos.

Não sei bem explicar, mesmo a gente se beijando o tempo inteiro, os beijos quando estamos a sós depois do show são diferentes, a gente passa o dia todo numa correria imensa e quando eu vejo meu namorado naquele palco, só penso em beijar cada parte dele e dizer que estou orgulhoso do que ele vem se tornando.

Então, quando finalmente aquela boca que canta tão bem está junto à minha, nada mais importa.

Pedro: — Eu te amo ok? — Sussurro contra a boca dele. — Mais que tudo.

Jão: — Eu também te amo... — Ele me beija novamente. — E mais uma vez... me desculpa, Pedro.

Pedro: — Você está desculpado, meu amor. — Outro beijo. — Não se sinta mal, você vive errando a letra mesmo. — Dou um riso fraco.

Jão: — Cada show lotado em que eu perdi a letra, porque eu pensei em você... — Ele cita baixinho, eu uno nossos lábios de novo.

Depois de mais uns beijos eu tomo meu banho, quando saio Jão já está na cama deitado fazendo carinho nos gatos.

Nenhum de nós pegou no celular desde o fim do show.

Pedro: — Amanha é seu aniversário...

Jão: — É, e acho que hoje eu tive um dos presentes mais incríveis, cantei em uma casa esgotada.

Pedro: — E vai cantar em muitas outras nessa turnê, e nas próximas vão ser os estádios! — Ele suspira.

Jão: — Acho que eu nunca vou ser grato o suficiente por ter alguém como você na minha vida, Pepeu.

Pedro: — Não precisa de tanto, eu sou grato por estar ao seu lado.

A gente se beijou mais um pouco ali, na nossa cama, apenas aproveitando.

No dia seguinte eu acordei antes do Jão e fui comprar coisas pra fazer um café da manhã pra ele, nada muito grandioso, já que mais tarde iriamos beber com nossos amigos, mas eu queria fazer algo especial pra nós dois também. 

Pedro: — Bom dia, meu aniversariante lindo.

Jão: — Bom dia, meu amor... — Ele murmura com a voz rouca de sono.

Pedro: — Vamos levantar?

Jão: — Não... — Ele me abraça me puxando me corpo de volta pra cama. — Vamos ficar assim, é meu aniversário...

Pedro: — Tudo bem, só um pouco... — Beijo o rosto dele e apoio a cabeça no seu peito.

Depois que levantamos, tomamos o nosso café e assistimos série um pouco.

Mais tarde chamamos nossos amigos pra beber aqui em casa mesmo, foi uma comemoração mais simples até porque todos nós estávamos cansados do show de ontem.

E Se A Gente...? - PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora