2. Se tudo der errado

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Presente

P.o.v João

Me peguei pensando em como eu e o Pedro nos conhecemos, três anos atrás, acabo sorrindo, naquela época eu não imaginava que aquele "completo estranho" viria a se tornar meu melhor amigo, a pessoa que eu mais confio e que mais apoia meu sonho louco de ser um cantor.

Pedro: — O que foi? — Ele me pergunta, me trazendo de volta ao mundo real.

Nós estamos no meu quarto, sentados na minha cama e ele tá com o notebook no colo.

Jão: — Ah? O que?

Pedro: — Eu aqui tratando de um assunto sério e você tá aí viajando e sorrindo igual a um idiota.

Jão: — Desculpa.

Pedro: — Vai, me fala logo em quem você tá pensando.

Jão: — Eu não estava pensando em ninguém, Pedro

Pedro: — Aham, sei.

Jão: — Eu estava pensando no dia que a gente se conheceu.

Pedro: — Ah. — Ele abaixa os olhos com um sorriso meio tímido. — Foi uma noite e tanto.

Jão: — Foi um ano e tanto. — Sorrio — Você não tem ideia do tanto que me ajudou naquela noite.

Pedro: — Ah, você também me ajudou, me fez rir, eu tava precisando depois de um dia ouvindo merda do meu pai.

Jão: — Ás vezes eu penso que tenho muita sorte em te conhecer.

Pedro: — Eu penso isso sempre.

E nós dois rimos.

Jão: — Enfim, do que você falava?

Pedro: — Eu tava pensando na gente lançar uma versão acústica de Dança Pra Mim.

Jão: — Uma versão acústica? Assim do nada.

Pedro: — Precisamos divulgar sua música de alguma forma, e como não temos dinheiro pra fazer um clipe...

Jão: — Mas você não acha que isso pode me levar pra um caminho diferente do que eu quero seguir, musicalmente falando?

Pedro: — Não sei, que caminho você quer seguir?

Jão: — Eu ainda não sei.

Pedro: — Me ajuda a te ajudar, João Vitor.

Jão: — Tá, a gente pode pensar na versão acústica — digo por fim.

Pedro: — Vai ser legal, eu garanto.

Me deito na cama encarando o teto.

Pedro: — João. — Ele me chama depois de um tempo em silêncio.

Jão: — Eu.

Pedro: — Você ainda pensa nela?

Jão: — Nela quem? — Finjo, mas sei exatamente de quem ele está falando.

Pedro: — Que bom, já esqueceu. — Ele ri.

Jão: — Cada dia eu penso menos, acho que foi melhor assim.

Pedro: — Com certeza foi.

Jão: — Eu só não imaginava que ela fosse ser capaz de fazer isso comigo. Será que um dia eu vou ter sorte no amor, Pedro? Porque todo mundo que eu me envolvo dá errado? — Ele me olha. — Será que eu vou morrer sozinho?

Pedro: — Eu queria deitar no soco cada pessoa que te fez mal. — Ele deita do meu lado e me abraça, fico arrepiado com o contato repentino, mas o abraço de volta.

Jão: — Isso é mentira, sei que você não faria mal a uma mosca.

Ele se solta dos meus braços e deita no meu peito.

Pedro: — Eu sei, mas eu odeio te ver mal, odeio que machuquem o meu menino.

Meu peito acelera com o "Meu menino" Pedro era a pessoa que do nada surgia com um novo apelido, o tempo todo, mas nunca tinha chegado a algo tão... carinhoso? Protetor, talvez.

Jão: — Eu sou seu menino, é? — pergunto brincando com seu cabelo entre os dedos.

Pedro: — Você é. — Sinto ele sorrir, — É meu melhor amigo, é uma pessoa que merece tudo de bom que tem no mundo, e não os trastes que você namora. — Começa a rir.

Jão: — Você fala como se seu último relacionamento tivesse sido suuuper saudável.

Pedro: — Nenhum de nós dá sorte no amor. — suspira. — Acho que vamos morrer sozinhos. Nós dois.

Jão: — Se tudo der errado na nossa vida a gente ainda pode se casar. — dou risada.

Pedro: — É verdade. — Ele ri junto comigo.— A gente se suportaria bem. Acho que enquanto tivermos um ao outro, não vamos morrer sozinhos.

Jão: — Promete? — Estendo o mindinho pra ele.

Pedro: — A gente não tá velho demais pra esse tipo de promessa?

Apenas mantenho meu dedo levantado, ele da uma risada nasal e junta seu mindinho ao meu.

Jão: — To cansado de trabalhar. Podemos continuar amanhã? — peço.

Pedro: — Tá bom — diz. — O que quer jantar?

Jão: — Nhoque. Por favor. — Faço bico.

Pedro: — Porque eu ainda pergunto? — ele ri

E Se A Gente...? - PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora