93. Anti-Herói no mundo

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P.o.v. João

"Finalmente" tinha chegado o dia, Anti-Herói deixava de ser meu e passava a ser do mundo.

Dessa vez, diferente de quando lançamos o Lobos, eu e Pedro não chamamos ninguém pra nossa casa, não marcamos nada para comemorar.

Era um conflito hilário lançar um álbum desses estando bem com o Pedro, mas apesar de nosso namoro não estar tendo problemas, ele ainda era um álbum difícil pra mim.

Fiz os posts clássicos nas redes sociais falando para cuidarem bem do meu mais novo filho e torcendo pra que meus fãs gostassem, no fundo, eu fazia por eles.

Depois fiquei um tempo encolhido no canto da sala com os braços em volta dos joelhos e rosto baixo, olhando a tela do celular e cogitando se entrava ou não nas redes sociais pra ver a repercussão do meu álbum.

Quando percebi, Vicente tinha se enfiado no meu colo, pedindo atenção, deixo o celular de lado e faço carinho nele.

Em seguida Peu aparace com a Chicória no colo, meu sorriso é instantâneo.

Pedro: — Tá nervoso, amor? — Pergunta se sentando do meu lado.

Jão: — Um pouco... — Respondo, fazendo carinho na Chicória.

Pedro: — As pessoas vão amar, relaxa. Elas sempre amam. — Ele afaga meu rosto e deixa um beijo na minha bochecha. — Em duas semanas você vai estar de volta no palco fazendo que você mais ama na vida. — Ele segura meu queixo e vira meu rosto, me fazendo olhar pra ele. — E eu vou estar atrás do palco morrendo de orgulho. — Ele sorri e une nossos lábios.

Jão: — Quanto mais perto chega, mais ansioso eu fico.

Pedro: — Vai ser lindo, — Ele afaga meu cabelo carinhosamente. — Eu pedi uma pizza pra gente, sei que tínhamos decidido não fazer nada, mas acho que o nascimento de mais um filho seu merece pelo menos um lanche entre a gente.

Jão: — Você pensa em tudo. — Beijo ele. — E, só pra deixar claro, o Anti-Herói é nosso filho.

Pedro: — Tem razão, espero que a gente faça muitos outros álbuns juntos. — Ele sorri.

Jão: — Nós vamos. — Sorri de volta.

O interfone soa, Pedro desce pra buscar a pizza que ele pediu, fiquei ali fazendo carinho nos meus gatos, mas feliz que tinha o Pedro pra cuidar de mim nesses momentos mais frágeis.

Ele chega com a pizza, arruma a mesa, seguida me levanta do chão e praticamente me carrega até lá.

Pedro: — Quer um vinho pra complementar? —Oferece, sorrindo.

Jão: — É uma boa. 

Ele serve e depois se senta.

Jão: — O projeto que você fez do palco ficou incrível. — Digo depois de um tempo em silêncio, quero que ele me dê aquele sorriso lindo de quem se orgulha do seu trabalho.

Pedro: — Você não sabe o quanto eu fiquei feliz que você gostou, vida, estou ansioso pra te ver em cima dele, cantando.

Jão: — Eu também estou, mas to com tanto de medo, — Confesso. — E se meu álbum for mal, e se ninguém quiser mais escutar, e se ninguém comprar ingresso pra tur... — Ele coloca o indicador sobre meus lábios, me interrompendo.

Pedro: — Isso não vai acontecer, — Ele diz docemente. — As pessoas amaram Enquanto Me Beija e vão amar Anti-Herói tanto quanto. 

Jão: — Não acha que ele pode deixar meu trabalho nichado?

Pedro: — Eu acho que o que faz todo mundo te amar tanto é a coragem que você tem de cantar sobre a dor, de expor seus sentimentos e de ser sincero acima de tudo, por isso tanta gente se identifica com você, tenho certeza que essa turnê vai ser espetacular.

Jão: — Obrigado pelo seu apoio, Peu, sei que eu vivo repetindo isso, mas eu sou muito grato por ter você do meu lado, tanto profissionalmente quando nos outros sentidos.

Pedro: — E eu se sinto honrado de participar de cada parte disso, seja na sua carreira ou no que for. 

Terminamos de comer sem muita conversa, mas até naquele silencio eu me sentia confortável.

Pedro: — Porque você não toma um banho, pra descansar um pouco? 

Jão: — Talvez mais tarde... — Murmurei.

Pedro se aproximou de mim e deixou um beijo nos meus lábios.

Pedro: — E se eu for com você? — Ele afaga meu cabelo.

Jão: — Eu ia amar, mas tô meio sem energia até pra isso. 

Faço um bico torcendo para que ele insista mais.

Pedro: — Tem certeza? — Ele sorri de canto.

Jão: — Tá, talvez um banho ajude.

Pedro me puxo para o banheiro, apesar do tom sugestivo da conversa, o banho foi realmente um banho, Pedro pediu pra lavar meu cabelo e foi uma cena muito fofa ele tendo que ficar na ponta dos pés pra isso.

A gente trocou uns beijos, uns toques um pouco mais intensos, mas não passamos disso dessa vez. Ainda assim, eu me sentia sortudo de ter alguém pra esses momentos.

Depois disso a gente se aprontou pra dormir, e eu tenho certeza que ele escolheu todas as roupas que vestiu diretamente no meu lado do armário.

Jão: — Pepeu... — Chamo, me deitando no peito dele. 

Pedro: — Sim, vida.

Jão: — Obrigado por cuidar de mim mesmo quendo eu não estou em cem por cento. 

Ele sorri e me dá um beijo. 

Pedro: — Eu vou estar aqui sempre tá? — Ele desliza os dedos pelo meu rosto.— Até quando você não estiver bem.

Jão: — Você me inspira muito, sabia?

Pedro: — Você também me inspira, mais do que isso, eu sou seu fã, Jão. — Ele dá enfase no meu nome artístico e me dá mais um beijo. — Você brilha, meu amor.

Jão: — Eu só brilho porque você me ensinou. — Beijo ele de novo. — Te amo.

Pedro: — Também te amo.

Eu ainda estava um pouco nervoso com o que estariam achando do meu segundo álbum, mas no momento que Chicória e Vicente se deitaram com a gente, eu consegui deixar isso de lado um pouco, eu estava com minha família e isso era o que mais importava.

E Se A Gente...? - PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora