52. Tão pequenos

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P.o.v. Pedro

Mais tarde naquela noite, depois de banho, janta e essas coisas, o Jão insistiu que queria tomar um vinho e comer o resto da pizza na sacada, não sei de onde ele tira essas ideias.

Pedro: — Você inventa cada uma. — Dou um riso fraco, encostando a cabeça no ombro dele.

Jão: — Por que tomar vinho e comer pizza na sala se a gente pode fazer isso com essa vista?

Pedro: — É um bom ponto. — Ri. — Mas me lembra de comprar pelo menos umas cadeiras para por aqui, sentar no chão me traz lembranças conflitantes.

Jão: — Eu gosto, me lembra aquela noite, naquela festa chata.

Pedro: — É justamente dessa noite que eu não gosto de lembrar, lembro de você correndo de mim do absoluto nada e achando que tinha ferrado nossa amizade.

Jão: — É, eu sei, isso foi realmente horrível, não queria ter te feito passar por uma coisa dessas, mas ainda assim eu lembro de quando a gente dançou uma música do Cazuza que você mesmo pediu para tocar, às vezes me pergunto como eu não te beijei naquele momento.

Pedro: — Você não imagina o tanto que eu tive que me segurar naquela noite. — Ri. — Você estava tão deslumbrante naquele terno, estava difícil parar de olhar pra você.

Jão: — A gente podia ter resolvido tudo isso naquela noite se não fossemos dois sonsos, né?— Ele ri.

Pedro: — Pois é. — Ri junto e volto a olhar a vista. — Não tinha reparado como aqui era alto. — Digo, reparando.

Jão: — Estamos quase no último andar, então, é bem alto mesmo. Eu gosto, você não?

Pedro: — Eu não sei... é uma vista bonita, mas sei lá, faz eu me sentir tão pequeno em relação as outras coisas, aqui de cima é como se minha existência fosse diminuída, você não sente isso?

Jão: — Nós somos pequenos, Pedro, em comparação com as coisas aqui de cima, então, e eu acho que isso é lindo, porque a gente às vezes se importa tanto com tantas coisas ao nosso redor que esquecemos que nossa vida é só um ponto no meio de tudo, acho que reparar isso me dá uma certa paz.

Pedro: — Interessante... amo quando você começa a falar desse jeito sabia? — sorrio. — Você me inspira demais.

Jão: — Eu fico sem saber o que responder toda vez que você me elogia assim. — Ele abaixa os olhos meio tímido.

Pedro: — Então, não responde, só me beija, que é muito melhor.

Jão: — Malandro. — Ele ri e segura meu queixo, puxando meu rosto para frente. — Te amo, Peu. — sussurra com a boca colada a minha e em seguida me beija.

Pedro: — Também te amo, Jão. — Sussurro na boca dele.— Amo mais que tudo.

A gente ficou ali, vendo as luzes da cidade entre beijos e conversas sobre tudo.

Jão: — Sabe uma das coisas que eu mais amo na gente?

Pedro: — O quê?

Jão: — É que nós não somos apenas um casal, somos melhores amigos. — Ele sorri e em seguida me beija. — E pensar que eu tive tanto medo de perder nossa conexão uns meses atrás, e agora eu sinto que ela está cada vez mais forte.

Pedro: — Você está inspirado hoje. — Dou um riso e um selinho nele. — E sim, está cada dia mais forte.

Jão: — Acho que vinho ajudou na inspiração. — Ele ri. — E você, obviamente.

Pedro: — Por falar em inspiração, você tem noção de que em breve vai lançar um álbum? E não só isso, um álbum por uma gravadora.

Jão: — Você não tem ideia do como isso me deixa feliz e nervoso ao mesmo tempo.

Pedro: — Eu imagino, mas já ta dando tudo certo, vida.

Jão: — É, sei que a gente tem que esperar a repercussão do público e tal, mas o que você acha de escrever um roteiro pra Me beija com raiva? Não sei, eu tenho um certo apego com ela.

Pedro: — Eu ia amar! — Digo, verdadeiramente empolgado.

Jão: — Amo te ver animado assim com meu sonho.

Pedro: — Também é meu sonho, e eu amo poder fazer parte dessas etapas todas. — Beijo ele. — Um dia você vai ser o maior artista desse país.

Jão: — E você vai ser o diretor artístico dele, né?

Pedro: — Com toda a certeza. — Volto a deitar a cabeça no seu ombro.

Jão: — Depois do lançamento do álbum a gente vai fazer uma turnê, eu estou tão ansioso para subir no palco, acho que é minha parte preferida desse processo todo. Principalmente sabendo quem vai projetar tudo. — Ele dá um beijo no topo da minha cabeça.

Pedro: — Estou tão empolgado pra isso, você nem imagina.

Jão: — Gosto de te ver empolgado, já disse isso? Eu gosto de te ver empolgado.

Pedro: — Que bom, porque tudo relacionado você e sua carreira me deixa empolgado.

Jão: — Sabe, eu fico tão feliz por ter você fazendo parte disso tudo, espero que a gente possa ter isso pra sempre.

Pedro: — A gente pode. — Olho nos olhos dele. — E não só pode como vai ter. — Beijo ele. — É uma promessa.

E Se A Gente...? - PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora