E Se A Gente...? - Pejão

12. Afastamento

P.o.v. João

Nem lembro como voltei para casa, tudo que aconteceu desde que corri do Pedro parece um borrão na minha mente

É o dia seguinte, queria que aquela noite não se passasse de um sonho confuso, mas a ressaca me indica que infelizmente não.

Confiro meu celular e vejo várias chamadas perdidas do Pedro, além de muitas mensagens, penso em ligar de volta, mas não quero falar com ele ainda, achei que tudo o que senti ontem era só uma loucura momentânea e que hoje já olharia ele como amigo de novo. Mas talvez eu precise de mais tempo.

Passo dia ocupado com várias coisas da faculdade, apenas pra não mirar o celular.

No fim da tarde eu ouço umas batidas na minha porta.

Pedro: — João? — Ouço a voz dele, do outro lado. — Jão sou eu! Aconteceu alguma coisa? Você está bem?

Penso em abrir, mas não quero ter que dar explicações pra ele agora, então só finjo que não tem ninguém.

Ele bate e me chama por mais um tempo, depois tudo fica em silêncio.

Me joguei no sofá e chorei.

Não me sentia pronta para dar qualquer explicação e pra piorar, meus sentimentos não haviam voltado ao normal ainda, meu peito disparou só se ouvir a voz dele por detrás da porta.

Passei a semana inteira evitando o Pedro, eu sentia uma parte minha ser arrancada toda vez que mirava seus olhos preocupados, tentando entender o que estava acontecendo, mas nem eu mesmo sabia a resposta.

[...]

Mais dias se passam e eu me sinto extremante mal de evitar o Pedro, sinto muita falta dele, mas tenho muito medo de continuar sentindo essas coisas e isso acabar prejudicando a nossa amizade.

Que dizer, prejudicando mais, né? Porque esses últimos dias demostraram que ela não está mais tão normal.

E se meu medo de perder o Pedro acabar me fazendo perder ele?

Jão: — Chega! — Penso alto, na verdade, eu quase grito comigo mesmo. — Não aguento mais isso, preciso do Pedro, vou atrás dele, agora.

Abro minha porta, decidido a achar o Pedro e dou de cara com ele, que parecia se preparar para bater. 

Pedro: — Jão!