11. Festa (e sentimentos confusos)

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P.o.v. João

Eu e Pedro chegamos na tal festa, o lugar era enorme e bem... extravagante, era uma casa daquele tipo que eu acreditava que só existia em filmes, Pedro disse que devia ter mais de quarenta cômodos e, no salão principal tinha um lustre que devia valer mais que meu carro. Mas como eu havia previsto, depois explorar um pouco o local e cumprimentar umas pessoas, era um evento chato. Tinham uns drinks coloridos que pareciam o mais interessante, mas nós decidimos não beber muito, não dava para saber o teor de álcool daquilo e nem eu, nem o Pedro temos muito controle quando estamos bêbados.

Jão: — Chato, né? — Debocho.

Pedro: — Ah, nem tá tão ruim assim.

Jão: — Você não tá querendo dar o braço a torcer. — Dou risada.

Pedro estava estupidamente lindo naquele terno, fazia com que meus olhos criassem vida própria e eu me pegava o tempo todo o analisando. Não que fosse a primeira vez que eu o via em uma roupa social, na verdade, acho que já vi o Pedro de todos os jeitos possíveis nesses anos de amizade, mas por algum motivo hoje eu não conseguia parar de admirá-lo.

Pedro: — Até que a música não é tão ruim. — Argumenta.

Jão: — O que exatamente está tocando agora? Rock dos anos 90?

Pedro: — Você fala como se não gostasse.

Jão: — Eu gosto, mas é uma playlist extremamente eclética, a combinação não faz muito sentido.

Pedro: — Realmente, acho que os artistas que assinam com a Universal tem prioridade. Vou pegar mais uma bebida, quer?

Jão: — Ei, calma lá, vamos maneirar. — Seguro seu pulso.

Pedro: — Estamos bem ainda.

Jão: — E é melhor continuarmos, não acha?

Pedro: — Tem razão... — Ele parece pensar — Uma coca, então, que tal?

Jão: — Olha, bebe o que você quiser, só toma cuidado.

Pedro: — Vou pegar um refri pra nós, é até bom que é mais barato. — Ele se afasta e some na multidão.

Pedro não volta rápido, mas não demora tanto também, um meio-termo, como se tivesse parado para conversar com alguém no meio do caminho.

Jão: — Já acabou? — Digo assim que ele volta com duas latas de coca-cola.

Pedro: — Como assim? — Ele parece confuso.

Jão: — Pedro, você obviamente deu uma desculpa para se afastar de mim, quem foi o sortudo que você beijou? — Meu tom de voz sai descontraído, mas, na verdade, estou levemente enciumado.

Pedro: — Eu não beijei ninguém, Jão, é que tinha fila, por isso eu demorei.

Jão: — Sei.

Pedro: — Você sabe que se eu fosse beijar alguém, eu te falaria.

Jão: — Se você tá dizendo...

Pedro: — Esquece isso. — Ele dá um riso. — Aqui, lembra que eu disse que os artistas da Universal tem prioridade.

Jão: — O quê que tem?

Pedro: — Sabe quem era artista da Universal?

Jão: — Quem?

Pedro: — O Cazuza, Jão, daqui a pouco pode tocar alguma música dele.

E Se A Gente...? - PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora