Entro na quadra já empurrando todo mundo que eu tenho o direito, eu hein, negócio aqui só funciona na base do empurrão mesmo, principalmente comigo que não tenho altura, aí o povo judia mesmo, enfim.
Vou direto para o bar e já pego um copão de whisky, tiro o dinheiro da capinha do meu celular pagando o moço e já meto o celular no meio dos peitos, agora é só acabar o povo, marcamos de nós encontrar aqui já, mas como que eu vou achar as bonitas? O Metralha eu olhei para cima e já achei, nem preciso ser uma gênia, para saber que o gato está no camarote, mas e as outras bonitas.
Agora lá vai a gata tirar o celular das peitcholas, para mandar mensagem para as gatas e esperar elas me responderem, para assim encontrar com elas, lugar não é nem opção, nesse barulho nenhum dos dois lado vão ouvir.
Barbie Girl's e Ken da Shopee
- Cadê vocês?
- Estou aqui no bar jáPati: estamos te vendo
Pati: fica aí
Pati: já estamos chegando nenêOlho em volta e logo vejo as duas tiriças chegando, o negócio agora é achar um lugar "vazio", que seja tranquilo para a gente curtir de boa, sem ninguém estressando a gente e sem empurra, empurra, o difícil vai ser achar esse lugar agora.
Dani: o Metralha está mandando a gente subir lá para o camarote- fala com a cara enfurnada no celular
Eu: e você com a cara enfiando no celular, passa um noia aí e toma ele da sua mão, quero é ver tu recuperar ele- falo e ela faz careta enfiando o celular nos peitos
Pati: bora subir logo, lá em cima é melhor mesmo, e mais seguro para nós três- fala e demos a mão, já pronta para sairmos andando.Fomos andando no meio da mulvuca juntinhas, eu com o meu copo erguido para cima, e elas me puxando pela multidão, e depois de muito custo, muito empurra, empurra, muito caos, chegamos finalmente nas escadas do camarote.
Subo toda animadinha já, dançando, cantando, toda feliz mesmo, tá aí uma das únicas vantagens de ser irmã de consideração do sub chefe, ter acesso ao camarote, bebida de graça porquê ele na intenção de mimar as três gatas que ele tem, sempre arranja combo para a gente, e melhor, ficamos longe do empurra, empurra e do assédio sexual.
Entro com as meninas e vou cumprimentando o povo que eu conheço, sendo assim, quase ninguém. Chego do ladinho do Metralha e ele vai nos apresentando aos poucos que a gente não conhece, mas eu e as meninas preferimos ficar na grade, sempre bom.
[...]
Eu: estou morta- falo dando risada enquanto abocanho o meu pastel
Dani: e amanhã tem show do Jorge e Mateus, com Henrique e Juliano, e Hugo e Guilherme- fala toda animadinha
Eu: sei se tenho pique para isso mais não- falo fazendo careta
Pati: pelo preço que a gente pagou pelo camarote da Brahma, acho bom você arranjar pique minha filha- fala e eu confirmo com a cabeça
Eu: nem me lembre, da uma dor no peito só de lembrar disso- falo e elas confirmam com a cabeça.E cá estamos nós, no bar da dona Solange, comendo lanche e bebendo um litrão. O baile estava ótimo, bem gostosinho, até que uma doida chegou quebrando o pau lá, rolou tiro e tudo, os meninos da boca levaram ela para a boca, mas a gente acabou decidindo vir aqui mesmo, ficar no lugar que chega mais perto de seguro e seja longe das nossas casas.
Pati: como se sente tendo um final de semana de folga mamãe?- pergunta e eu dou de ombros
Eu: sozinha e preocupada- falo e dou a última mordida no meu pastel
Dani: vou fingir que não me ofendi na parte do sozinha- fala e eu dou risada
Eu: mulher, é só eu e a Gabi para tudo, todos os dias juntas, vinte e quatro por quarenta e oito, e essa é a primeira vez que eu fico sozinha esse ano, e olha que já estamos em dezembro quase- falo e elas confirmam com a cabeça
Dani: mas é aquelas também amiga, você precisa viver- fala e eu confirmo com a cabeça
Eu: e você acha que eu parei de viver depois que tive a Gabriela? Muito pelo contrário, a Gabriela que me trouxe mais vida- fala dando um gole da minha cerveja
Pati: mas você nunca mais saiu assim com a gente, sempre rolê que pode levar a Gabizinha- fala e eu confirmo com a cabeça
Eu: te apresento a vida de mãe meu amor, eu só entro onde a minha filha entra, nunca que eu vou deixar a minha filha com alguém para ir para rolê- falo dando de ombros- amanhã seria uma excessão, se o Guilherme não viesse buscar a filha dele, eu ia deixar com a minha mãe ou com o padrinho dela, só porquê é Jorge e Mateus- falo e elas dão risada.Ficamos conversando e rindo por um tempo, coisa bem tranquila mesmo, só bebendo, comendo algumas porções, falando mal da vida dos outros, julgando o povo que entra no bar para comprar bebida, enfim, o que sempre fazemos quando nos juntamos.
Mas infelizmente o assunto logo voltou para mim, mais rápido do que eu imaginei inclusive, mas enfim né?! Essas meninas gostam de falar de mim, e pior, gostam de falar da minha vida amorosa, que eu tenho que arranjar alguém, que eu preciso transar, que isso e que aquilo, a mesma palhaçada de sempre.
Pati: enfim Ca, você precisa arrumar alguém nem que seja só para transar, um contatinho- fala e eu nego com a cabeça
Eu: eu tenho os meus contatinhos- falo dando de ombros
Dani: contatinhos novos Camila, sei lá, alguém que te interesse de verdade, quem sabe um possível papai para a Gabizinha- fala a e eu chega dou risada alto, piada né?!
Eu: um papai para a Gabriela? Para começar, homem só quer mulher com filhos para transar, noventa porcento pelo menos, e outra, eu tenho uma filha, não vou arranjar um cara na minha vida, ele pode destratar a minha filha, Deus me livre de acontecer, mas vive aparecendo no jornal padrasto que abusa de enteada, pai que abusa da filha- falo esfregando o meu rosto- vocês acham que eu confio de deixar a Gabi com o pai dela? Nem fodendo, mas o Guilherme sabe que se encostar um dedo na minha filha, eu mato ele, mato mesmo, não estou brincando- falo e elas confirmam com a cabeça
Pati: mas amiga, a gente não está falando de arranjar qualquer cara, estamos falando de um cara que vocês confie, que te passe confiança- fala e eu nego com a cabeça
Eu: e você acha que esses casos que passam no jornal, o cara não passou confiança para a mulher, para ela colocar ele dentro da casa dela, com os filhos dela? Porque eu sei que tem muita mãe doida, mas oitenta porcento é que nem eu- falo e elas confirmam com a cabeça.
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The Sweet Taste Of Sin
Teen Fiction" Não é sobre ser mãe solo aos 25 anos, não é somente sobre ter uma pessoinha de 2 anos, que precisa de mim para tudo na vida, é sobre me levantar, e aprender com os tombos que levei da vida." Camila Queiroz, uma jovem de 25 anos, moradora do...