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Metralha: ala, toda felizinha- fala observando a Gabi brincando com as outras crianças, que chegaram depois com os pais
Eu: gosto de ver ela assim, brincando, toda feliz da vida- falo e ele confirma com a cabeça
Metralha: na moral? Eu achei que quando você tivesse a Gabi, ia perder muita coisa, mas não- fala e eu confirmo com a cabeça
Eu: de início também achei, mas com ela eu só ganhei, a Gabriela me tirou daquele mundo lá de fora, me trouxe de volta para as minhas origens, me trouxe o meu melhor lado, me transformou em uma nova pessoa- falo e ele confirma com a cabeça
Metralha: isso a gente vê mesmo, você mudou legal quando teve ela, amadureceu muito mesmo- fala e eu confirmo com a cabeça.

     Ficamos conversando enquanto observamos a Gabi brincando, a Gabriela é toda desenvolta, cheia de energia, se deixar, a minha filha fica o dia inteirinho e a noite toda brincando, não fica porquê eu não deixo, mas também a Gabriela não me dá trabalho nenhum para dormir, muito pelo contrário, se vacilar essa aí dorme melhor que eu.

    Eu acho muito fofo o jeito como o Metralha olha para a Gabi, ele é realmente como um pai para ela, nunca me arrependo da escolha que eu fiz para padrinho da minha filha, esse aqui sim da o mundo para ela, já perdi as contas de quantas vezes ele virou a noite comigo em hospital, com a Gabi doente, esse aqui é mais que o progenitor da minha filha.

Metralha: e o malucão lá? Deu mais algum sinal de vida?- pergunta e eu confirmo com a cabeça
Eu: ele vai vir buscar ela na sexta de noite, pelo menos diz que vai né?! Ele tá com namorada nova, quer fazer uma média para ela- falo e ele nega com a cabeça
Metralha: e tu ainda deixa uma coisa dessas?- pergunta e eu dou de ombros
Eu: e eu vou fazer o que João Pedro? A menina ama o pai dela? Por mim eu mandava ele a puta que pariu, mas a minha filha ama ele, eu vou fazer o que?- pergunto e ele da de ombros
Metralha: se ela soubesse- fala e eu nego com a cabeça
Eu: não, eu não quero que a minha filha cresça com raiva do homem que se diz pai dela, não, não, não, eu não quero que a minha filha cresça com ódio nenhum dentro do coração dela- falo e ele confirma com a cabeça
Metralha: tá certa- fala e eu confirmo com a cabeça
Eu: eu sei que eu tô nenê, eu sempre estou certa- falo me gabando e ele da risada, me empurrando de leve
Metralha: ala, se acha demais- fala e eu só dando risada da cara dele.

[...]

    Limpo a boca da Gabi que está imunda de bolo, se essa menina não fez o padrinho dela, encomendar um bolo inteiro para o aniversário dele, só porque ela gosta de bolo, e acha que aniversário sem bolo não é aniversário, eu deixo viu?! O dinheiro está saindo é do bolso dele mesmo, não é do meu.

Eu: se sujou toda mamãe- falo e ela da risada toda sapeca
Gabi: quero mais bolo mamãe- fala toda animada e eu nego com a cabeça
Eu: nada disso dona Gabriela, já comeu bolo demais- falo e ela faz careta
Metralha: ih ala, deixa a menina, só hoje neguinha, fim de semana, deixa a piveta ser feliz- fala me entregando outro pedaço de bolo
Gabi: é mamãe, só hoje- fala e eu estreito os olhos para ela
Eu: eita Gabriela, o que você não me pede rindo, que eu não faço chorando?- falo e ela da risada toda feliz.

    Dou o bolo na boca dela, limpo a minha filha e ela volta a correr toda feliz da vida, o Metralha vai para perto dos amigos dele, e eu fico perto das minhas amigas, colegas e conhecidas. Só algumas esposas de chefes de morros, ou de aliados, funcionários do Metralha, boa parte aqui até filho já tem, igualzinho a mim.

    Sinto olhos em mim e já olho para a mesa que o Metralha está, o tal do Urso está me encarando bem atento, logo depois desviou o olhar para um dos caras, continuo encarando na caruda mesmo, não gosta de encarar os outros? Pois pronto, eu que não tenho medo de morrer, se eu morrer tenho a minha mãe e o Urso, que com certeza cuidarão da minha filha melhor que eu se vacilar.

Pri: para de encarar mulher- fala batendo de leve no meu braço- quer morrer Camila? Porra, tu tem uma filha de dois anos para criar ainda caralho, tá malucona, ficar encarando o Urso assim- fala e dou de ombros
Eu: ele que começou encarando, se gosta de encarar as pessoas, gosta que as pessoas fiquem encarando ele também- falo e olho para a minha filha que já tava indo jogar a bola perto da churrasqueira- Gabriela sai daí, vem brincar mais para cá- falo já me levantando e ela rapidinho me obedece
Dani: eita mãezona, nem eu tinha visto eles por lá- fala e dou de ombros
Eu: a vida da mãe né gata?! Se eu não olho a minha filha, ninguém mais olha e ela se lasca nesse mundão aí, pai não tem para me ajudar- falo e elas confirmam com a cabeça
Dani: não sei como você aguenta, eu com vinte e seis anos na cara, ainda morro de medo de engravidar na adolescência- fala e eu dou risada
Eu: tem que ter paciência mesmo viu Daniela? Ainda mais se o pai for um arrombado- falo e vejo a minha pitica olhando alguma coisa atenta, sigo o olhar dela e vejo o tal do Urso cm um menininho no colo, deve ser filho dele, sei lá.
Pri: e ela não para de olhar- fala e eu nego com a cabeça
Eu: dona Gabriela que está encarando ele- falo e volto a olhar para a minha filha- Gabi, filha, vem cá com a mamãe- falo e ela vem correndo na minha direção, e eu já coloco ela sentada no meu colo- o que a mamãe já te disse de encarar as pessoas? Que não pode?- pergunto e ela abaixa a cabecinha
Gabi: desculpa mamãe- fala e eu dou um beijo na bochecha dela
Eu: não é para o seu mal filha, só não fica encarando aquele moço tá?- falo e ela confirma com a cabeça- da um beijo na mamãe e vai lá brincar vai- falo e ela me dá um beijo demorado na bochecha, e logo pula do meu colo indo correndo brincar.
   

The Sweet Taste Of Sin Onde histórias criam vida. Descubra agora