12° capítulo

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Daniel

Se tinha uma coisa que eu valorizava demais nessa minha vida, era qualquer oportunidade de tempo com meus pais, primeiro porquê eu passei anos longe, me afastei pra entender o que eu queria da minha vida. Agora eu só queria aproveitar o máximo de tempo que eu pudesse perto deles. Queria sair com a minha irmão, passar o dia com meus pais com a minha tia e minha avó, queria ver o meu avô. Inclusive vou até a casa dele hoje. Eu sempre tive muita curiosidade pra entender o porquê do meu pai ser afastado dele, mas todas as vezes que eu perguntei eles fugiam do assunto, ele e minha mãe, já o meu avô nunca dizia o motivo, mas me deixava pistas, pelo que eu sei ele não se deu muito bem com a minha mãe. Sabia que tinha alguma coisa, uma coisa séria por detrás dessa situação, e queria muito sabe do que é…

Sai dos meus pensamentos com alguém estalando os dedos na minha frente. Ergui o olhar e sorri para o meu pai. Levantei da cadeira e fui até ele lhe dando um abraço.

—Tava viajando ai—Voltei para o meu lugar, que antes era do meu pai e vi ele se sentar na outra cadeira.

—Pensando na família—Digo suspirando.

—Eu vim saber como a viagem ao Canadá, ontem você não disse nada—Meu pai arrumou o Blazer. Eu não era nada parecido com ele, a minha irmã Luise era a cópia viva do meu pai, já eu era a minha mãe purinho.

—Fui super produtiva—Ele sorriu e encostou na cadeira— Conseguimos um empréstimo no banco de lá mesmo.

—Acha que dará certo?—Balancei a cabeça confirmando.

—Na verdade o mérito fica todo com a Luna. Ela que praticamente conseguiu o empréstimo.

—Ela é muito boa profissional—Falou e eu pisquei algumas vezes.

Uma profissional muito safada! Pensei comigo. Foi uma loucura, eu normalmente jamais faria algo assim, ainda mais em ambiente de trabalho, mas não sei, parece que eu perco a noção perto dela.

—Sua mãe está lhe esperando pra jantar lá em casa hoje—Voltei a atenção pra ele levantando—Tenho que ver umas coisas em outro hotel agora, só vim te ver mesmo—Me levantei indo até ele, que me abraçou de lado—Asim...—Ele parou diante da porta e olhou pra mim— Eu mandei construir aquele elevador privativo pra não ter que passar pela portaria e ter mais privacidade, até coloquei uma câmera de segurança lá, graças a Deus somente eu tenho acesso a ela, aí hoje por acaso fui olhar no app—Meu rosto perdeu a cor e papai riu— Se liga garoto, não quero ficar vendo a sua bunda por aí.

—Desculpa—Falei, vai que ele acha que foi um desrespeito né.

—Relaxa—Meu pai deu dois tapinhas na minhas costas—Usa camisinha heim—Engoli seco com ele deixando a sala.

Eu estava morto de vergonha, nem na adolescência fui pego transando, e olha que meus pais sempre foram liberais, eu levava uma namoradinha ou outra, mas nunca me pegaram no ato. Agora eu tinha certeza de que seria zuado por uns cinco meses até meu pai esquecer a cena. Passei a mão pelo rosto e voltei pra minha cadeira.
(...)

Cerrei os olhos e vi a morena me dar um sorriso desafiador, desci o olhar observando as pernas cruzadas, e os malditos saltos. Eu odeio a cara de deboche que ela faz…

—Bom, a senhorita Mendonza descorda do investimento? Por que?—Olhei para um dos sócios e a vi sorrir pra ele. Maldita.

— Não é inteligente no momento, estamos em momento de recessão onde as pessoas estão guardando dinheiro, e buscando locais mais baratos. Ampliar o hotel nesse momento, o deixaria mais valorizado obviamente, porém não deixaria a diária mais barata por exemplo—Me sentei na cadeira e peguei uma caneta brincando com ela—Acho que inteligente seria no momento não fazer esse tipo de investimento, não aqui no Arenas pois é um hotel cinco estrelas, mas investir num hotel mais simples, quatro estrelas por exemplo, iria atrair o público e ficaria em conta pra todo mundo—Ela cruzou os braços e me olhou.

LUNA E DANIEL- livro 4"Série Filhos" Onde histórias criam vida. Descubra agora