Abri a porta do meu carro e sai do mesmo batendo com força, queria que ela ouvisse. Andei a porta de entrada do prédio e Luna virou o rosto na minha direção. Percebi na hora o quanto estava alcoolizada.
—Boa noite—Eu cerrei os olhos na direção do homem. Ele ia transar com ela bêbada?
— Você por acaso percebeu o estado dela?—Indago e vejo ele soltar ela e dar um passo a frente me olhando sério.
— Não se mete, ela veio atrás de mim—Eu concordei.
—Sou o namorado dela— Ele me olhou surpreso.
— Então você é corno?—Cerrei o maxilar e travei os punhos.
Eu não costumava brigar, mas ele merecia. Acertei um soco em seu rosto e o cara levou a mão até o rosto e me olhou, então ele revidou e eu senti o sangue escorrer pelo meu nariz. Parti pra cima dele lhe acertando alguns socos. O que acabou chamando a atenção de algumas pessoas e eu senti quando me puxaram pra trás e outras pessoas o seguraram também.
— Você é maluco—Esbravejou e eu tentei me soltar—Ela que me deu mole—Eu dei impulso me afastando de sei lá quem e olhei Luna parada no canto do portão olhando tudo assustada.
—Vai se foder—Digo e caminho até ela. Tiro o cartão de sua mão e abro o portão a empurrando pra dentro.
Eu estava muito bravo com ela, muito mesmo, mas não valeria a pena discutir agora levando em conta que ela mal conseguia dar um passo reto. Estou cansado disso. Eu tenho me entregado cem por cento na gente, mesmo que não seja algo sério, e da parte dela recebo isso, não estou pedindo fidelidade, até porque ela nem é minha namorada. Eu sinto que tenho me entregado demais, e ela de menos. Esperei as portas do elevador de abriram e deixei ela passar. Ela estava de cabeça baixa e e eu conseguia perceber que a moça estava voltando as poucos em seu corpo. Apertei o botão do último andar e esperei em Completo silêncio.
Quando entramos em sua casa eu passei meus olhos pela sala encontrando duas garrafas de whisky vazias encima da mesa de centro. Sem contar a bagunça, as roupas de trabalho dela estavam jogadas num cantinho perto da porta.
— Tira seus sapatos— Falei levando a mão até meu nariz que escorria um pouco de sangue. Luna se abaixou e começou a tirar os saltos muitos altos os deixando ali perto da porta—Vem—A puxei pelo braço guiando pela escada te seu quarto— Você vai tomar um banho.
Ela gemeu e se jogou na cama de pernas abertas me dando a visão da calcinha branca. Fui até ela e puxei seu braço, a fazendo ficar de pé, levei-a para o banheiro e deixei que tirasse a roupa entrando no box, liguei o chuveiro e me afastei, peguei um pouco papel e passei no nariz enquanto ouvia o barulho dela tomando banho. Depois a ajudei a vestir uma calcinha seca e a levei pra cama. Ela se esticou todinha na cama e abriu uma gaveta da mesa de cabeceira, não sabia exatamente o que era, mas vi que era dourado, Luna se enfiou entre os lençóis e virou de lado pegando no sono muito rapidamente. Eu subi na cama curioso e segurei sua mão observando o que era.
Era uma corrente fina de ouro e na ponta tinha um pingente que eu identifiquei ser aqueles que abrem, curioso, abri a peça e olhei as duas minúsculas fotos, uma do Bryant, de farda e sorrindo e a outra era de partir o coração, um ultrassom. Ela não pode ver o bebê por conta do estado em que ficou no hospital, não tinha fotos, não tinha lembranças, nada! Suspirei me sentando no colchão e cobri o rosto deixando as lágrimas rolarem pelo meu rosto. Me machucava muito, saber a dor que ela sentia sozinha, não sou pai e nunca vou conseguir mensurar o que ela sente a cada vez que vez que lembra da filha, é triste demais. Dizem que quando amamos alguém conseguimos sentir um pouco do que elas sentem, e agora eu estou chorando por pessoas que nem conheci. Eu faria tudo para que o Bryant estivesse vivo, eu jamais a conheceria, mas ela seria muito mais feliz.
Toquei seus cabelos molhados e me inclinei dando um beijo na sua testa, antes de levantar da cama e seguir para fora do quarto. Deixei a porta encostada. Dei uma arrumada na sala dela e depois fui embora.
Mandei uma mensagem para minha mãe dizendo que tinha ido para a minha casa, era o melhor, ela iria ficar brava se me visse com o nariz sangrando e eu não gostaria de ter que explicar pra ninguém o motivo da minha briga. A questão é que eu não quero estar com uma pessoa como Luna, ela consegue ser maravilhosa quando quer, mas consegue machucar com a mesma facilidade, ela ia ficar com outro cara, mesmo sabendo do que andava rolando entre a gente. Ela se colocou em perigo, ela é impulsiva. É por mais que eu esteja apaixonado, preciso pensar no que é melhor pra mim. Não quero me deixar envolver ainda mais para depois levar uma paulada dessas.
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LUNA E DANIEL- livro 4"Série Filhos"
RomanceLuna, e uma mulher vivida que sabe os prazeres e as dores da vida. Com um passado triste, se tornou dura e não muito simpática. Daniel, um rapaz jovem e que passou a pouco tempo por uma desilusão amorosa. Os dois vão trabalhar juntos, ela não gosta...