14° capítulo

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Sentei-me no sofá com a cabeça latejando, parecia que ia explodir

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Sentei-me no sofá com a cabeça latejando, parecia que ia explodir. Levei as duas mãos até às laterais e massageie a lateral da sobrancelha. Foi aí que eu percebi que não estava na minha casa, nem na da minha mãe, muito menos a do meu avô, para finalizar havia um quadro na parede de frente para a porta. Onde Luna estava estampada, impecável e gostosa com aquele queixo bonito erguido, olhando como se fosse capaz de me metralhar pela foto.

Passei a mão pelo rosto e levantei do sofá, acho que não transamos, pois estou vestido e dormi de muito mal jeito no sofá dela. Eu sei que discutimos, não me lembro com clareza, mas me recordo de alguma alfinetada, eu acho que contou sobre minha mãe…

Puta que pariu!

Caminhei em direção a porta e levei as mãos até os bolsos da calça, eu ainda estava com a carteira no bolso. Ontem depois que sai da casa do meu avô, e da bomba que foi jogada em minhas mãos, eu não consegui se quer, ligar pra avisar que não iria jantar com meus pais e minha irmã. Sabia que se fosse daria merda, eu temia faltar respeito, e acabei indo pro primeiro boteco que encontrei, bebi até não me aguentar em pé, inclusive deixei meu carro na rua do bar, vim pra cá, não sei porquê, e pelo visto dormi aqui.

Deixei a casa de Luna e peguei um táxi, ainda estava sem condições de pegar meu carro, mas que eu me lembre, deixei num estacionamento a céu aberto. Precisava ir em casa tomar um banho e só depois buscaria meu carro.

Me abalou muito ouvir tudo que meu avô me contou. Eu demora achei que o problema deles era relacionado a dinheiro, meu avô não aceitar minha mãe porque ela não era tão rica quanto meu pai. Mas o buraco era muito mais embaixo. Meu avô me contou que meu pai contratou a minha mãe pra ficar com ele enquanto o mesmo fazia alguns trabalhos e depois os dois se reencontraram, e minha mãe ficou grávida, aí eles se casaram. Tudo me deixava com medo, eu não conheci meus avós maternos e não sei muito bem se minha mãe teve alguma relação com eles.

Ontem mal conseguia pensar com clareza e já estava julgando ela, mas depois de todas as coisas que Luna, ela foi muito sensata, me falou, eu entendi que precisava ouvir o lado da minha mãe sem a julgar, não vou rotular minha mãe por uma coisa, sendo que ela foi a melhor mãe pra mim e pra Luise.

Por isso quando cheguei em casa abri as mensagens da minha mãe, ela tinha mandado muitas, perguntando porque eu não fui juntar com eles ontem, tinha esquecido disso. Segui pro meu quarto e tomei um banho decente, precisava falar com minha mãe, mas tentaria ser o mais compreensivo possível, me assusta ela nunca ter contado a ninguém da nossa família. Estou com dúvidas demais.
(...)

_Oi mãe_Sorri entrando na cozinha, minha mãe abriu um sorriso enorme e veio até mim me abraçando e dando-me beijos na bochecha. Lhe abracei e passei os olhos pela cozinha.

_ Ontem ficamos te esperando pra jantar_Ela falou e se afastou, puxei uma cadeira ali e me sentei.

_Me desculpe, eu perdi a hora, nem olhei o celular depois…

_Oi maninho_Minha irmã me abraçou de lado e depois sentou na mesa junto comigo.

A garota de dezessete anos estava linda, com os cabelos puxado pro loiro jogados de lado enquanto ela estava focadissima no celular, ela dizia que queria ser famosa e que iria trabalhar na internet.

_Meu pai tá aí?_Indaguei quando a mesma me estendeu uma xícara de café. Eu aceitei, de um gole na bebida e depois olhe encarei.

_Esta sim, está terminando de se arrumar_Sorri concordando.

_Eu queria falar com vocês dois depois_Fui ao ponto_A sos_Luise levantou o olhar e me encarou.

_Eu quero saber o que é_Falou me fazendo revirar os olhos.

_ Não é assunto pra você_Minha irmão me encarou bufando e saiu da cozinha, voltei a olhar pra minha mãe e ela sorriu.

_Estou ansiosa pra saber o que você quer falar_Peguei sua mão por cima da mesa e dei um beijo_Vou ter um netinho? Todo mundo dessa família já tem neto, menos eu…

_ Não é isso não_Falei vendo ela fazer um bico_ Não sei se vou conseguir realizar esse seu sonho.

_Ah filho pelo amor de Deus!

_Bom dia_Papai entrou na cozinha e me deu um abraço rápido_Ontem ficamos te esperando…

_Senta aí, ele quer conversar com a gente_Minha mãe disse e meu pai sentou ao seu lado.

Olhei para a entrada da cozinha me certificando que a minha irmã caçula não estava por ali.

_Eu fui ver o meu avô ontem_Minha mãe me encarou séria_Ele me contou como vocês dois se conheceram.

_Olha o que você vai dizer e cuidado com as palavras_Meu pai disse e eu suspirei.

_ Vocês nunca me contaram nada e a curiosidade sempre esteve aqui, sabem disso. Eu só quero entender o por que da senhora ter feito o que fez_Encarei minha mão que agora olhava pra baixo_Eu amo você mãe. Só tenho duvidas…

_Eu tinha muita vergonha que algum de vocês de descobrisse isso, você e sua irmã_Vi seus olhos brilharem e me odiei por entrar nesse assunto.

_ Não estou te julgado, saiba disso. Eu queria saber se o meu pai é meu pai de verdade?_ A vi franzir a testa e me encarar piscando os olhos.

_Obvio que ele é seu pai. Filho, eu tive uma vida muito difícil, minha mãe era uma viciada e eu fugi de casa, com quatorze anos. Eu não estudei direito, eu passos muito tempo em abrigos e trabalhei em alguns lugares, mas não era suficiente, eu sofri muito antes de me tornar garota de programa, não estava na melhor fase da minha vida, achava que não merecia nada melhor_Ela suspirou e eu olhei pro meu pai_ É o que uma pessoa que nunca teve amor se ninguém ia pensar da vida? Eu não queria estar naquele vida entende, não queria fazer o que fiz, mas eu já estava muito abalada com as coisas que me aconteceram antes…

_Sua mãe foi estuprada por um cara de um lugar onde ela trabalhou_Senti um arrepio me atingir ao ouvir aquilo_ Ela se abalou com tudo e acabou tomando um rumo diferente, e sim, foi aí que eu a conheci.

_Eu larguei aquela vida depois que conheci seu pai, nos afastamos e eu segui a minha vida, abri uma cafeteria e foi assim, depois a gente se reencontrou. E só depois eu engravidei de você.

_A pessoa está presa? Que abusou da senhora?

_Esta morto_Levantei de onde eu estava e me abaixei em sua frente lhe abraçando_Eu só não contei porque fiquei com vergonha…

_Ta tudo bem_Falei sentindo meus olhos arderem. Passei minha mão pelo seu rosto_Eu só queria saber…

_O seu avô não tinha o direito de lhe contar isso, se alguém devia fazer isso era a gente_Meu pai disse e balancei a cabeça concordando.

_ Não conta pra sua irmã por favor, eu vou falar isso pra ela no momento certo_Assenti levando minhas mãos até os cabelos escuros.

_Te amo mãe_Ela abriu um sorriso e me abraçou.

Eu precisava agradecer muito a Luna por ter me dado um esculacho, acho que posso dizer assim. Se não eu acho que teria saído da casam e talvez arrumado um problema enorme aqui em casa por simplesmente não conseguir conversar de forma civilizada.

Me doeu demais saber o passado na minha mãe, que ela sofreu abuso, e talvez os muitos outros que ela parecia querer mais eram por necessidade.

LUNA E DANIEL- livro 4"Série Filhos" Onde histórias criam vida. Descubra agora