Eu passei o dia inteiro respondendo e-mails de empresas, ainda não tinha conseguido um emprego. E já estava ficando desesperada, até pensei na possibilidade do senhor Miguel ter feito minha caveira no mundo empresarial, mas depois pensei que isso não era do feitio dele. O problema realmente era eu que havia passado muito tempo longe. Fechei meu notebook e levantei do sofá indo até a cozinha onde bebi um gole de água.
Me virei encarando Gabbana que estava deitando no chão brincando com sua bolinha de plastico. Ele ainda era um bebê, tinha dois anos, mas era bem arteiro e com muita energia.
Peguei meu celular encima da bancada e franzi a testa com o número que apareceu, mas assim que cliquei na foto percebi ser Daniel, eu tinha apagado o número dele do meu celular, provavelmente ele não fez o mesmo. Eu estava confusa, primeiro na cafeteria ele me tratou daquela forma e agora me manda mensagem? Eu não entendo.
Daniel: Oi
Comecei a digitar, várias vezes, e apagava até que lhe respondi somente um "oi".
Daniel: Eu vim até sua cobertura, você vendeu.
Eu queria me desculpar, agi mal contigo.
Me desculpe.Sentei-me na banqueta e li a mensagem uma duas vezes. Confesso que não esperava sentir nada se encontrasse o Daniel, mas quando vi ele, parecia que, era uma necessidade. Eu não sei se a Luna de dois anos atrás só sentia atração, ou se realmente tinha sentimentos, mesmo que fosse lá no fundo. Sei lá!
Luna: Não precisa de desculpar.
Eu te magoei, eu sei disso.
Mas se sente melhor assim.
Ta desculpado.Então ele começou a digitar, Gabbana era um aproveitadorzinho e se enfiou entre minhas pernas, nos meus pés.
Daniel: Eu queria te ver.
Pra gente conversar direito.Olhei para cima pensativa, eu sabia que se desse meu atual endereço pra ele, ia ser um caminho sem volta, eu tinha mudado muito. Muito mesmo, mas eu me lembrava de cada momento nosso e senti falta disso. Era um caminho sem volta dar meu endereço. Mas mesmo que meu cérebro estive me dizendo pra não fazer, eu mandei mesmo assim.
Quando fiz isso não esperava que ele fosse vir aqui no mesmo dia, ainda mais que não era no centro de Nova York, era um lugar mais afastado, mas cerca de uma hora depois o porteiro do condomínio me ligou pedindo autorização para deixá-lo entrar. Eu autorizei e corri pro meu quarto vestindo uma roupa decente, um short jeans e uma blusa preta, desci as escadas quando apertaram a campainha. Gabanna já ficou ligado e correu pra porta esperando que eu abrisse, eu sabia que o cachorro era inofensivo por isso não me importei de sair de casa e ir abri o portão.
Meu cachorro latiu e passou por debaixo das minhas pernas e pulou encima de Daniel que começou a brinca com o magrelo, que não parava de pular.
—Qual o nome dele?—Indagou abaixando pra brincar com meu caozinho.
—Gabanna—Digo abrindo ainda mãos o portão para ele entrar.
Quando Daniel passou por mim sentindo cheiro do perfume dele e tive vontade de ir até ele e lhe dar um abraço, e depois pular encima dele e tirar a roupa e fazer coisas. Algumas coisas nunca mudam!
Entrei em casa e cruzei os braços vendo que meu cachorro não deixava ele em paz.
—Deixa ele filho—Digo—Vai brincar na sua casinha—Abri a boca chocada quando ele latiu pra mim e deitou no chão só lado de Daniel que ainda estava em pé.
—Sua casa é linda—Abri um sorriso e apontei pro sofá para que se sentasse.
Me sentei no outro e cruzei as pernas esperando ele começar, porque eu não sabia o que dizer. Ele me olhou por algum tempo, era um silêncio muito estranho, ele parecia pensar no que dizer. Daniel quase não tinha mudado, exceto pelo cabelo um pouco menor, e ele estava mais forte, e tinha um pouquinho de barba, o que pra mim era lindo demais, o deixava mais maduro. Ele já estava entrando nos trinta anos, muito bem por sinal. Eu acho que mudei muito mais, já tinha trinta e cinco, obviamente eu me cuidava, fazia alguns procedimentos, e tinha uma pele muito boa pra minha idade, mas agora já era possível ver umas rugas embaixo dos olhos e um pouco na testa, a algum tempo apareceu uns cabelinhos brancos, mas não me preocupei muito, a minha mãe tinha quase sessenta e o cabelo dela era pretinho e o meu também, eu tinha uma boa genética.
— Como você está?—Indago—Ta tudo bem mas empresas do seu pai?
—Sim—Ele se inclinou no sofá e me olhou por algum tempo. —Eu me arrependi muito do que eu falei lá no café—Puxei uma almofada pro meu colo o ouvindo falar— Não pensei que você se afastou para se cuidar.
—Ja disse que está tudo bem—Falo de novo— Quando eu fui embora, eu estava pensando em nós dois, eu não queria trazer o caos que estava a minha vida pra você, você é tão gentil Daniel—Gesticulei—E eu estava muito quebrada e se a gente ficasse juntos, eu sabia que ia te quebrar junto comigo. E eu sei como você não desisti das coisas, se eu te falasse que não tinha ninguém, que eu estava me cuidando, você ia atrás de mim e eu cederia—Ergui o olhar—Ai eu preferi mentir. É sei que te magoei.b
—Eu entendi—Ele sorriu e olhou para as próprias mãos—Foi melhor desse jeito—Concordei aflita.
Eu queria beijar ele, queria abracar, mas não sabia se ele estava sentindo a mesma coisa que eu…
— Você acha que sente alguma coisa por mim, ainda?—Indagou me olhando.
Eu não sabia dizer, não sabia o que responder. Era pouco tempo pra saber se eu gostava dele ainda, ou não.
— Não sei te responder isso, tem um dia que a gente se reencontrou—Falo e Daniel balança a cabeça assentindo, franzi a testa quando vi ele levantar do sofá e arrumar a calça.
—Eu posso falar com você mais vezes?—Levantei-me e o encarei.
—Pode—Daniel abriu aquele sorriso bonito.
—Vou fazer isso então—Balancei a cabeça e passei por ele indo até a porta.
—Tchau Daniel—Falo abrindo a porta, ele da um passo a frente e enfia as mãos no bolsa.
Respirei profundamente e consegui sentir seu cheiro gostoso mais uma vez, passei a língua pelos lábios e olhei pra baixo.
—Boa noite Luna—Esperei que ele saísse, o que não aconteceu.
Eu estava me sentindo sexualmente sufocada, quase sem ar. Eu precisava tocar nele novamente, sentir aquelas coisas toda de novo, não só porque era muito gostoso. Mas as coisas que vinham junto, queria saber se ia ser igual era antes, que sempre dizer nada um ao outro a gente conseguia dizer tudo.
Olhei para o lado de fora vendo somente as luzes das outras casas e voltei a olhar pra ele. Daniel ergueu o olhar na mesma hora que eu, e ali eu via desejo.
Bati a porta com força e agarrei ele pelo pescoço tomando sua boca num beijo desesperando e até meio confuso, gemi quando minhas costas bateram conta a porta e ele mordeu o meu lábio antes de beijar o meu pescoço.
....🤡...
Luna querida, você está bem? Cadê o Namastê?
Me digam, eles tem muito o que resolver ainda?
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LUNA E DANIEL- livro 4"Série Filhos"
RomanceLuna, e uma mulher vivida que sabe os prazeres e as dores da vida. Com um passado triste, se tornou dura e não muito simpática. Daniel, um rapaz jovem e que passou a pouco tempo por uma desilusão amorosa. Os dois vão trabalhar juntos, ela não gosta...