Capítulo 8 - Paraíso das pedras (inédito)

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Já ia dar 9:00 da manhã quando Alice finalmente desceu as escadas, e Henrique contatou que a pequena brincadeira havia mexido com o humor dela. Ele quase sorriu, conhecia bem a amada quando o assunto era ser privada de prazer. Mas, em sua defesa, ela é quem havia provocado, ele apenas virado o jogo.

- Achei que não fosse descer nunca! – ele disse. – Uau, esse biquíni ficou mesmo perfeito no seu corpo... – mordeu o lábio, ela fechou ainda mais o rosto, e não lhe respondeu.

Já recomposta, Alice usava o bendito biquíni branco, coberto por uma saída de praia também na cor branca com bordados coloridos, e trazia consigo um chapéu, o coque mal feito nos cabelos e chinelos nos pés. Mesmo com a cara fechada, Henrique a achou perfeita naquele momento.

- Alice olha só o.... – parou de falar quando fora interrompido por ela.

- Não me dirige a palavra nas próximas horas pelo amor de Deus! – falou entre dentes e ele quase soltou uma gargalhada, mas se controlou e apenas pensou em um jeito de mudar o humor dela. – Segura a minha bolsa e vamos logo! – entregou nas mãos dele, e saiu pisando firme na frente.

(...)

Já do lado de fora da casa, caminharam entre as areias e Alice já parecia mais leve, decidindo deixar a raiva que ele lhe fez para resolver depois. Como não havia visto a praia ainda durante o dia, ficou encantada com o resultado que a natureza lhe mostrava.

- Meu Deus, isso é o paraíso! – ela abriu os braços para a brisa que vinha do mar.

- Vem! – segurou-a pelo braço, largando antes a bolsa dela em um local seguro que não molharia, e a puxou até a beira da praia, fazendo-a molhar os pés no mar, o olhar que ela lhe lançou o fez fazer um bico. – Não fica assim comigo, vamos aproveitar nosso primeiro dia na praia amor.

- Tá, mas sem muitos excessos. – levantou as mãos, ia até arriscar dizer mais alguma coisa, porém ele a puxou para si e caiu lentamente na parte rasa, deixando-se molhar. - Henrique, olha o que você fez! Me molhou toda!

- Shiiu. – ele a calou com um beijo. Os dois rolaram pela areia, e acabaram num grande sorriso.

- Seu idiota. – tentou levantar, ele a impediu.

- Eu te amo... – ele arrumou os cabelos dela.

- Eu também te amo, mesmo quando você não me deixa.. – ele a beijou novamente, e ela acabou sorrindo entre os lábios dele. – Hm...
– o afastou. – Te amo, mas não esqueci sua gracinha, então vamos logo!

Os dois se beijaram mais uma vez

apaixonados. Depois, Henrique ajudou-a a se levantar. Ela bateu a mão pela saída, tentando tirar a areia. Por sorte era uma areia clara, e a saída de praia estava mais molhada do que suja. Os dois continuaram então a caminhada para o lado da ilha onde disseram que ficava o tal “paraíso das pedras”. Perceberam que haviam chegado quando viram uma certa movimentação no local. Algumas pequenas placas também indicavam o caminho, pois eles tinham que sair da orla e adentrar em uma pequena mata. Ao longe os dois viram a linda cachoeira cercada por pedras. Próxima a ela, havia uma estrutura parecida com um bar. A visão do local era tão fantástica que os dois apressaram o passo. Ao chegarem perto, notaram que algumas pessoas já estavam imersas nas quentes águas, e outras repousavam sobre as pedras. Ele foi em direção às águas, mas ela o segurou.

- Henrique, eu preciso fazer xixi...

- Quer que eu vá com você?

- Não precisa, escolhe um lugar pra gente. Eu vou lá rapidinho!

- Então eu vou pegar uma mesa para colocar nossas coisas enquanto você vai lá.

- Ok, eu não demoro! – disse isso e saiu.

(...)

- Você veio! – o barman que se encantara com Alice estava também ali naquele bar, e disse assim que a viu saindo do banheiro.

- É, eu vim... você trabalha aqui também? – perguntou por educação.

- Durante o dia. – ele se aproximou – À noite no outro quiosque.

- Isso aqui pertence ao resort?

- Sim, por isso a convidei, achei que viria ontem. Eu ainda não sei seu nome...

- Alice, meu nome é Alice... – ela tentou dar um passo para trás, mas não havia espaço.

- Eu sou o Eduard! – ele pegou na mão dela. – E então, Alice.

- Então o que? – ela se soltou.

- Está gostando da ilha?

- Ah sim, muito! É muito linda.

- Eu nasci aqui.

- É mesmo? – ela se afastou um pouco e lançou um olhar procurando por Henrique.

- Você não gostaria de viver num paraíso desses?

- É... na verdade não. Eu gosto da agitação da cidade. – ela começou a andar em direção à cachoeira, e o barman a seguiu.

- O que você faz na cidade?

- Sou publicitária. - ele a segurou pelo braço, olhando-a de cima a baixo. – Ei? – arqueou a sobrancelhas.
- Publicitária?

- É... – ela o encarou, soltando o braço – Por que?

- Você podia ser modelo a própria modelo! – pronto, era a cantada final.

- Olha, mocinho, eu sou casada. E estou em lua de mel. – ela deu outro passo e se virou – E o meu marido é muito ciumento.

- Não é o que parece...

- O que você quer dizer com isso?

- Bem, vocês toparam vir até aqui, então logo se vê que não são ciumentos.

- Qual o problema?

- Aqui é uma área de nudismo.

- Oi? Como é que é? – ela arregalou os olhos.
- Bem, o nudismo é opcional, mas é difícil que alguém não acabe tirando a roupa também. As pessoas são meio liberais por aqui...

- Olha aqui, fique sabendo que nem eu nem meu marido somos liberais!

- Tem certeza? – ele apontou para a cachoeira no exato momento em que Henrique era agarrado por uma mulher.

Contrato de Casamento Vol 2Onde histórias criam vida. Descubra agora