Capítulo 48 - O que você faz aqui?

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Perto do meio dia, decido ligar para Alice. Por mais que ela estivesse irritada sem motivo algum, eu precisava fazê-la se alimentar. Já no quarto toque, ela atende.

- Henrique, oi! – pude ouvir um suspiro.

– Eu ia mesmo te ligar agora.

- Por que? Aconteceu alguma coisa? – perguntei apressado. – Você tá bem?

- Não, não aconteceu nada. – me tranquilizou. – Tá tudo bem, eu só...

- Você...? – incentivei para que ela continuasse.

- Eu sei que você não quer ficar perto de mim, mas...

- Alice, quem tá me mandando ficar distante é você!

- Porque você não aparenta querer tá perto.

- Amor, por favor não! – pedi. –verdade Esquece isso, eu quero sim ficar perto de você. Eu te acho linda de todas as formas, de todos os jeitos. Seu corpo ainda não mudou muito, talvez os seios estejam um pouquinho maiores e o quadril um pouco, não é muito, mais largo também. Mas isso não quer dizer que você esteja gorda, você tá linda, você é linda!

- Tá dizendo isso pra me agradar?

- Tô dizendo porque. Eu desconheço uma Alice insegura, não faz isso com você, não se sabota assim! Uma das grandes coisas que admiro em você é sua autoconfiança, então para de fazer isso consigo mesma.

- É... você tem razão, eu sou mesmo muito gostosa. – sua voz não ecoou mais no celular, e quando olhei para cima ela estava parada na porta da minha sala, o celular ainda no ouvido.

- Amor? – instantaneamente abri um sorriso. – Como você... Como você chegou aqui?

- Vim de táxi. – deu de ombros.

- E não passou mal? – finalmente soltei o celular, levantando para recebê-la.

- Me desculpa por hoje cedo? – pediu, aceitando o pequeno selinho que lhe dei quando cheguei perto o suficiente.
 
- Me desculpa por ter parecido indiferente? – ela fez que sim. – Eu sou incapaz de ser indiferente a você, a vocês! – toquei sua barriga, sua mão se juntou a minha.

- Eu não sei o que tá acontecendo comigo! – suspirou, colando a testa a minha. – Eu não queria ter sido grossa com você.

- Tá tudo bem! – a compreendi. – Eu entendo.

- Mesmo?

- Mesmo! – afirmei. – E você ainda não respondeu a minha pergunta...

- Qual delas? – se afastou um pouco, soltando a bolsa que ainda segurava sobre o sofá. 

- Você passou mal vindo pra cá? – ela me olhou com obviedade. – Por que não me ligou?

- Eu precisava chegar aqui e te fazer surpresa.

- Eu amei! – abracei-a pela cintura. – Quer tomar uma água, comer alguma coisa...? – fez que não. – Tem certeza?

- Nada para no meu estômago. – choramingou. – Eu vim da revista até aqui tentando segurar a vontade de vomitar.
Eu tô vendo a hora de soltar essas crianças pela boca.

- Amanhã temos consulta, aí falamos com a médica sobre isso, ok?! Deve ter algum remédio que te ajude a controlar a ânsia.

- Não vejo a hora. – olhou para cima, como se pedisse para Deus ajudá-la.
Não pude deixar de sorrir.

- Mas você precisa comer meu amor, nem que for uma salada.

- Eu vou tentar, por eles! – afirmou.

- Você quer sentar um pouquinho?
Podemos descer e comer em algum restaurante ou então eu peço aqui mesmo, você decide.

- Prefiro ficar aqui, tenho medo de acabar passando mal na frente de outras pessoas em um restaurante cheio. Deus me livre. – fez uma careta, não pude deixar de sorrir.

- Então senta aí, vou pedir pra Scarlet providenciar alguma coisa pra gente comer.

- Olha, eu não vi aquela sonsa quando entrei não.

- Como não?

- Você deveria selecionar melhor os seus funcionários! – provocou, caminhando até a minha cadeira onde se sentou.

- Espera, eu vou resolver isso! – ela fez que sim e então eu sai atrás de Scarlet, e pra minha surpresa ela realmente não estava ali. – Alice! – voltei até minha sala, onde ela ainda estava sentada em minha poltrona.

- Eu?! – balançou a cadeira de um lado para o outro.

- Ela realmente não tá lá!

- E você achou que eu tava mentindo?
– revirou os olhos. – Se ele tivesse lá provavelmente teria tentado barrar a minha entrada.

- Sem ressentimentos! – ergui as mãos. – Daquela vez ela não sabia que você era a minha noiva.

- Henrique ela deixou a Angelina entrar sem ser anunciada e eu não.

- Mas depois ela explicou que Angelina havia dito que era a minha noiva, e ela já te pediu desculpas, amor.

- Mesmo assim, não gosto dela. – fez uma careta. – E tem mais, todas as vezes ela... – começou a falar, mas paralisou quando seu olhar encontrou a porta. – O que você tá fazendo aqui?

Contrato de Casamento Vol 2Onde histórias criam vida. Descubra agora