Capítulo 29 - Não está tudo bem

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P.O.V Henrique

Senti vontade de chorar, gritar, morrer no lugar dela se preciso fosse. O desespero batia cada vez mais forte, o medo de nunca mais poder vê-la bem. Alice ainda estava desmaiada em meus braços quando entrei correndo naquele hospital, prontamente ela foi atendida, sendo levada para a ala da emergência. Tentei, mas não me deixaram entrar. Logo uma enfermeira apareceu e me pediu para abrir ficha, depois que fiz me sentei num banco da sala de espera, fechando os olhos com força e pedindo a Deus que ela ficasse bem. Meu telefone vibrou em meu bolso e já estava quase caindo em caixa postal quando consegui sair do transe e atender.

- Henrique? – uma voz desesperada falou do outro lado, percebi ser a voz de Jessica. – Henrique, o que aconteceu? Eu estava falando com a Alice e ela deixou de responder. Liguei várias vezes no celular dela e ninguém atende.

- Eu não sei. Ela começou a ter uma hemorragia, não sei. – falei entre as lágrimas, limpando o rosto com a costa da mão. – Eu a trouxe correndo para o hospital, ela está em atendimento. Eu tô com medo, Ana...

- Henrique, tenta ficar calmo. Eu estou sozinha com o Harry e não posso sair de casa agora, mas assim que possível passarei aí, tudo bem? Agora fica calmo, ela vai ficar bem. E por favor, me mantenha informada. - trocamos mais meia dúzia de palavras e desliguei, pedindo antes que ela não fizesse alarme falando pra ninguém. 

(...)

Os minutos de espera pareciam intermináveis horas. Eu já estava impaciente, andando de um lado para o outro sem parar. Quando finalmente uma enfermeira apareceu chamando o meu nome.

- Senhor Ferraz ? – ela perguntou, com uma planilha em mãos.

- Sou eu.. o que ela tem? Me diz que ela tá bem pelo amor de Deus.. – praticamente corri ao encontro da enfermeira.

- Calma, o senhor precisa se acalmar. – falou solenemente.

- Como eu posso ter calma? Ela caiu, caiu na minha frente e... Meu Deus, eu preciso saber como ela está.

- Ela passa bem, se acalme.

- Eu posso ver ela? Preciso de ver pra ter certeza que ela está bem! – implorei com o olhar.

- Ela está sedada, mas o médico liberou sua entrada! – abriu a porta da sala de espera. – Só te peço que mantenha a calma ao lado dela, ela não pode se alterar ok? – fiz que sim.
– Me acompanhe por favor!

(...)

Quando finalmente entrei naquele quarto de hospital, senti um peso sair de minhas costas. Ela estava lá, desacordada, com um acesso de soro no braço. As gotas caiam uma a uma, lentamente, enquanto sua respiração regular também era lenta. Fechei a porta devagar, caminhando até ela a passos apertados. Suspirei, encarando seu rosto pálido antes de depositar um beijo em sua testa.

- Você ainda vai acabar me matando do coração. – sussurrei, segurando sua mão morna com delicadeza. Fiquei um tempo encarando-a até que não aguentei e cai num choro compulsivo.

Me demorei ali, com o rosto encostado ao dela. Eu pude ver ali, verdadeiramente o quanto a amo, o quanto a vida dela é importante pra mim. Eu nunca, em toda a minha vida tinha sentindo tanto medo de perder alguém quanto sentia agora, olhando-a imóvel naquela maca de hospital. Já tinha perdido as contas de quantos minutos haviam passado ali quando ouvi sua voz quase inaudível. Me afastei devagar, o suficiente para encarar seus olhos que se abriam devagar.

- Henrique? – murmurou, segurei suas mãos e beijei uma delicadamente.

- Oi meu amor. – eu disse, também sussurrando.

- Henrique! – falou um pouco mais alto e começou a chorar. Seus olhos descerem pelo próprio corpo e depois ela olhou ao redor da sala chorando ainda mais. – hen.. O nosso.. Não... – negou com a cabeça, ainda chorando.

- Ei! – segurei seu rosto entre as mãos. – Não chora meu amor, calma, por favor.. – beijei sua bochecha, limpando os rastros das lágrimas. – Alice.. Está tudo bem, meu amor..

- Não tá tudo bem..

- Tá sim, o médico disse que seus exames estão bons.. logo ele vem conversar com nós dois, tudo bem?

- Ele não te disse? – vi os lábios dela tremerem.

- O que? – fiquei tenso ao vê-la tão desesperada. – Alice o que foi? – perguntei novamente diante do seu silêncio.

- Eu estava grávida e perdi nosso filho...

Notas Finais
por hj chega, né?! já mimei vcs demais kkk

Contrato de Casamento Vol 2Onde histórias criam vida. Descubra agora