Capítulo 49 - Desejos

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P.O.V ALICE

Ao olhar para a porta, não pude acreditar nos meus olhos, ele estava ali, parado, seus olhos fixos em mim, sem dizer ao menos uma palavra. Não, Não, não. Ele não podia estar ali, não era possível! A pasta que trazia em mãos caiu no chão ao ver perguntar o que ele fazia ali. Ele se abaixou rapidamente para pegar o objeto que havia deixado cair.

- Ferraz, desculpa! – sua voz finalmente ecoou. – Como a Scarlet não estava na recepção, tomei a liberdade de entrar, não sabia que estava acompanhado. – Henrique olhou para mim, e depois voltou o olhar para o homem que estava a nossa frente.

- Clark, sem problemas! – Henrique disse, caminhando até a porta onde James Clark ainda estava. Engoli em seco, aquilo não podia ser real. – Eu queria mesmo falar com você antes de sair.

- Só vim deixar o documento que me pediu, aqui está. – Henrique pegou o papel e o analisou, olhando para mim em seguida. – Clark, essa é minha esposa, Aline Ferraz. – nos apresentou, sem ao menos imaginar que nos conhecemos. – Amor, esse é meu novo associado, James Clark.

- É um prazer conhecê-la! – FILHO DA PUTA! – Bom, já tomei muito do tempo de vocês, boa tarde. Henrique, nos vemos amanhã... – Henrique apertou a mão dele e então, ele se foi, sem ao menos olhar para mim.

Fiquei um segundo em silêncio, o olhar ainda preso a porta a qual ele havia acabado de sair. Não dá pra acreditar, James, James Clark, o meu James Clark estava ali.

- Amor, tudo bem? – Henrique me trouxe a tempo real.

- Aham... Tudo, tudo bem sim! – afirmei.

- Você conhece o Clark? – me perguntou, e instantaneamente neguei. – Ah, me deu a impressão que sim, pelo jeito que falou...

- Desculpa, olhei de relance e achei que fosse o Max. – menti, e me senti extremamente mal por isso.

- Não, ele quase não vem aqui, relaxa. – de aproximou de mim, deixando o papel que ainda segurava sobre a mesa, e me estendeu a mão. – Bom, vamos almoçar?

- Vamos... – respondi no automático.

- MC Donald’s ou Potiguar?

- Na verdade eu queria comer arroz e feijão.
- Arroz e feijão? Só arroz e feijão?

- Sim, salivando só de pensar. – ele sorriu quando fechei os olhos ao imaginar a comida.

- Vamos lá então, ao arroz e feijão. Mas, antes eu preciso encontrar a minha secretária. – entrelaçou os dedos aos meus, me guiando para fora da sala.

- Ela é tão competente. – ironizei, ele me deu um tapa leve na testa e então avistou Scarlet saindo do elevador.

- Scarlet, onde você estava?

- Doutor Henrique me desculpe, tive um imprevisto de mulher. – suas bochechas ficaram rosadas e logo a compreendi.

- A gente entende, não é amor? – falei antes que ele pudesse dar uma bronca nela, apertando sua mão que não parecia entender meu sinal. – Só fique atenta ao seu trabalho, Scarlet. – pisquei um olho, puxando Henrique para dentro da caixa de metal.

(...)

P.O.V narrador

Os dias haviam se passado e Alice resolveu esquecer o passado que havia visto no escritório de seu amado. Por um momento, se sentiu culpada por não dividir o que havia passado com Henrique, mas, por razão e talvez pelo bem de seu casamento, resolveu deixar o passado atrás, onde não deveria e nem iria sair. Pelo menos não por vontade dela.

Henrique olhou pela porta entreaberta do escritório que tinha em casa e avistou Alice andando de um lado para o outro na sala.

- Tem que haver uma brecha, ela está mentindo e.... – Robert olhou para o filho. – você está ouvindo?

- Pai, será que nós podemos continuar com isso amanhã? Eu sei que esse caso é importante, mas... – ele disse olhando para Alice, e Robert percebeu.

- Claro. – Concordou. – Sua mãe também já deve estar cansada de me esperar sentada no seu sofá enquanto Alice anda de um lado para o outro.

Os dois saíram do escritório e chegaram até a sala. Alice cumprimentou o sogro, que lhe perguntou como andava a gravidez. Amélia brincou sobre a barriga da nora já querer aparecer e logo todos riram.

Os dois saíram do escritório e chegaram até a sala. Alice cumprimentou o sogro, que lhe perguntou como andava a gravidez. Amélia brincou sobre a barriga da nora já querer aparecer e logo todos riram.

- Amor? Tudo bem? – perguntou ao notar a inquietude dela.

- Aham, só estou esperando uma entrega.
Curiosamente, havia uma certa vibração na voz dela. Ele a olhou desconfiado.

- Amor, por que você está assim, toda agitada?

- Você promete que não vai ficar bravo?
- Eu nunca fico bravo!

- Você lembra quando nós fomos na festa da Kate?

- Aham...

- E você lembra que lá tinha um doce em formato de branca de neve?

- Que você comeu uns 20 e passou mal sem ao menos saber que estava grávida?

- Eu nem estava lembrando dessa parte... – ela revirou os olhos.

- O que tem o doce?

- Tem que eu estou com vontade. Tipo, muita vontade!

- Tudo bem, eu vou até uma confeitaria e compro um.

- Acontece que não tem em confeitarias normais. – ele a encarou. – Eu liguei pra mãe da Kate e perguntei onde ela comprou. Ela me disse que foi numa confeitaria própria que só faz por encomenda. Aí eu liguei e encomendei. Já deve estar chegando! – ela disse com um sorriso.

- Mas geralmente essas casas de doces fazem encomendas grandes para festas... – ele ficou pensativo. – quantos doces você encomendou.

- Cem. – deu de ombros.

- CEM? Alice!

- Eles não faziam menos que isso!

- Alice! Cem doces? Cem?

- Eu estou com vontade!

- Deixa ela, Henrique. – Amélia interferiu.

- Mãe, você não tem noção de como ela ficou depois que comeu esses doces. Passou mal por dias!

- Mas é porque eu estava grávida!

- E ainda está, lembra?

- Exatamente. Eu não posso passar vontade, não é o que dizem?

- Mas cem doces, Alice?

- Você não quer que nossa filha nasça com cara de branca de neve, quer?

- Primeiro: nós não sabemos se teremos uma menina. Segundo: te conhecendo como eu conheço, se tivermos uma menina você vai vesti-la de branca de neve de qualquer jeito.

- Como você é chato!

- Amor, eu só estou pensando no seu bem. Olha, tudo bem você querer os doces, mas nós vamos dividi-los, ok?

- Claro que eu vou dividir com vocês.

- Não, Alice, nós vamos dividir com as crianças do prédio. – ela o olhou de canto de olho. – Amor, são CEM doces.

- Tudo bem, mas 50 são meus! – a campainha tocou e Alice saiu correndo. Recebeu a encomenda e sentou-se no sofá, com uma das caixas no colo. Seus olhos brilharam quando ela abriu. – Olha que coisa mais linda!

- É, é bonitinho mesmo. – Amélia sorriu da empolgação da nora.

- Isso é o paraíso – ela disse mastigando o primeiro doce. – O melhor doce da face da terra. Quer? Dona Amélia, pega, come o lacinho vermelho.

- Cuidado, eles são assassinos. – Henrique disse divertido.

- Cala a boca, Henrique. Peguem, eles são deliciosos.

Robert sentou-se e comeu alguns doces com ela. Amélia também experimentou alguns.

- Você não vai mesmo querer nenhum, filho? São deliciosos.

- Não... – ele olhou desconfiado.

- Problema seu! – Alice lhe lançou uma careta.




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