Capítulo 40 - Minha pessoa favorita no mundo

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Henrique não sabia ao certo o que a expressão de Alice indicava e isso o deixava nervoso. Angelina havia dado dois passos para trás e seu rosto demonstrava todo o espanto e indignação. De frente um para o outro, Alice e Henrique se encaravam ignorando a presença da outra mulher que ali estava. Os sentimentos de Alice estavam bagunçados, e ela culpava os hormônios que se apossavam de seu corpo, mas de uma coisa tinha certeza: amava aquele homem como nunca pensou amar antes. Sentiu vontade de abraçá-lo, mas a irritação por Angelina estar ali a fez se controlar.

- Sobe no palco, saúda o seu pai e vamos pra casa. – ela disse, se virando para sair e dando de cara com a outra. – Da licença! – levantou os braços, passando parcialmente de lado.

Henrique suspirou profundamente, passando as mãos nos cabelos antes de subir os degraus e dar de cara com os muitos convidados que ainda o aplaudiam. Ele estava sem jeito, mas sentiu-se confiante quando recebeu um abraço caloroso do irmão. Vitor o felicitou e logo desceu, deixando-o sozinho. Henrique soltou um sorrisinho tímido, coçando a cabeça e procurou Alice entre as muitas pessoas. Quando a avistou não pôde deixar de sorrir, ela estava abraçando Swan e de longe era visível o carinho que tinham um pelo outro. Sua mãe também estava emocionada e quando percebeu o olhar dele sobre si sorriu, demostrando que acreditava no amor que ele dizia sentir por Alice.

- É... acho que me descuidei um pouco. – brincou, arrancando um riso conjunto. – A descoberta da gravidez da minha esposa me fez questionar se eu seria para essas crianças o terço do que meu pai foi para mim e meu irmão. Eu tive o melhor é exemplo do mundo e creio que ele será um ótimo professor. Eu confesso que não queria subir aqui e ficar falando essas coisas clichês todas, meu pai sabe o quanto o amo e desejo tudo pra ele, mas como argumentar com dona Amélia? – a mãe fez uma careta, mas sorriu quando ele prosseguiu com o discurso que transmitia verdade. Henrique falou por alguns minutos, sem deixar de observar Alice, ela também recebia felicitações e aquilo o agradava. Quando finalmente finalizou o discurso, ele desceu do palco ao som de palmas e gritos eufóricos.

- Ah filhão. – Robert o abraçou num típico abraço de homem. – Parabéns! – sua voz eufórica demonstrava sua radiação ao saber dos netos.

- Acho que estraguei a surpresa. – coçou a sobrancelha ao se afastar do mais velho. – E estraguei o seu momento.

- Estragou meu momento? – olhou para Alice que se aproximava junto de Amélia.
– Foi o melhor presente de aniversário em anos! – exclamou. – Eu estou muito feliz. – sorriu para a nora. – Alice querida, obrigada! – segurou a mão dela, puxando-a para um abraço. Amélia aproveitou para abraçar o filho.

- Meu Deus eu vou ter um netinho. – deu um pequeno pulinho de felicidade.

- Um não, são dois! – ele falou ainda abraçado a ela.

- Não acredito! – se afastou, um sorriso lindo nos lábios e olhos. – Eu estou muito, muito feliz por vocês!

- Eu também. – falou com sinceridade.

- Eu acho que nunca te vi tão feliz assim. – passou a mão no rosto do filho. – É ela.

- Ela me devolveu em dobro tudo o que foi destruído.

- Acho que amo essa garota. – soltou uma gargalhada, estendendo a mão para Alice. – Obrigada por tanto! – e pela primeira vez Alice recebeu um sorriso sincero da parte de Amélia, um sorriso de gratidão, ela apenas assentiu.

- Bom... acho que já está ficando um pouquinho tarde, vamos pra casa? – ele perguntou, ela fez que sim.

- Ah já? Nem cortamos o bolo ainda! – reclamou. – Vocês poderiam ficar e dormir aqui.

- Acho melhor não. – ela negou, avistando Max de longe. – Eu quero ir pra casa.

- Ei, calma! – segurou a mão dela. – Nós já vamos.

- Vocês tem certeza? – Amélia insistiu mais uma vez.

- Meus pés estão começando a ficarem doloridos nesses saltos, preciso de um banho e cama.

- Tudo bem, mas peço pro motorista levar vocês. – se deu por vencida. – Obrigada por essa noite inesquecível.

Depois de se despedirem de todos, seguiram para a garagem, Alice sentia as mãos frias e suadas e Henrique percebendo parou e encarou-a.

- O que foi? Tá tudo bem? – perguntou preocupado.

- Tá, tá tudo bem, só meus pés que doem. – reclamou, disfarçando seu real nervosismo.

- Eu te ajudo com a sandália. – fez menção de abaixar, ela impediu. – Alice?

- Tá tudo bem, vamos pra casa. – começou a caminhar na frente dele.

- Por que sempre que ele aparece você me afasta? – ela parou surpresa com a pergunta.
– Você tem medo de mim?

- O que? – se virou de frente para ele. – Que pergunta é essa?

- Sempre que o nome dele surge você me afasta, eu sei que o trauma que passou vai estar aí pra sempre, mas eu não... Eu só queria que soubesse que pode contar comigo, eu nunca faria nada pra machucar.

- Eu sei que não. – seus olhos ficaram rasos de lágrima. – Eu só...

- Eu entendo que seja difícil pra você, mas mesmo assim me sinto frustrado. Eu quero te abraçar, beijar e dizer que vai ficar tudo bem, mesmo que não fique... Eu só quero poder cuidar de você, Alice, você se tornou a minha pessoa favorita no mundo.

- Eu sei... – se aproximou, abraçando-o pelo pescoço. – Eu sei.. você também é a minha pessoa favorita no mundo.

- Então por favor não me afasta de você, nunca. – ela concordou. – Vamos pra casa.

- Espera. – segurou a mão dele. – Por que você sempre tem que dar condição praquela vadia? – ergueu uma sobrancelha.

- Hã? – franziu o cenho.

- Eu ia deixar pra brigar quando chegasse em casa, mas já que você me questionou acho que tenho o direito de fazer o mesmo.

- Você ia brigar comigo depois da declaração que fiz?

- Não, eu amei o jeito que me enalteceu naquela conversa, mas ela não deveria nem ter acontecido, entende?

- Não.

- Não? Ela não perde a oportunidade de falar com você, de estar perto, ela mesma disse que se arrependeu de casar, você quer que eu pense o quê?

- Quero que pense que te amo muito e estou com você.

- Sem essa vai!

- Alice? – suspirou. – Eu não quero brigar com você agora, por favor.

Ok, mas a conversa ainda não terminou. o nariz. - Agora tira esse salto porque meu pé tá gritando.ele revirou os olhos, fazendo exatamente o que ela mandou.

Contrato de Casamento Vol 2Onde histórias criam vida. Descubra agora