Assim que ela se virou, Henrique ergueu uma sobrancelha confuso e coçou a cabeça, o barulho dos saltos dela contra o porcelanato o trouxeram pra tempo real, e rapidamente Henrique correu até ela segurando em seu braço.
- Sai! – puxou, mas ele a segurou firme. – Henrique não!
- Qual é o seu problema, Alice? - falou num tom alto, baixando o tom ao vê-la com os olhos arregalados. – Alice pelo amor de Deus, o que aconteceu? A gente estava bem e agora você... você tá assim, sendo grossa, me afastando.
- Por que você saiu da porta do banheiro? – outra lágrima escorreu, ele soltou seu braço com delicadeza. – Eu te pedi pra me esperar lá!
- Espera o... você tá chorando por que não te esperei?
- Eu te pedi pra ficar lá!
- Minha mãe praticamente me arrastou de lá, por causa do discurso. Se eu soubesse que você ia ficar assim eu.. me desculpa, por favor. – ela pôde ver nos olhos dele toda sua preocupação. – Se não for me desculpar, pelo menos se acalma, você sabe que não pode ficar nervosa assim.
- Eu só quero ir pra casa.
- Tem certeza? – ela fez que sim. – Eu levo você.
- Não, é a festa do seu pai, você pode ficar, eu vou com a Ana.
- Você acha que consigo ficar aqui enquanto você tá desse jeito em casa? Não, eu só vim nessa festa por que você insistiu, não tem sentido continuar aqui.
- Henrique, é aniversário do seu pai.
- Você sabe que meu pai também não queria esse circo todo, ele não liga pra essas coisas.
- Mas sua mãe liga.
- Não vamos falar de quem liga ou não, vamos pra casa e pronto! – passou a mão no rosto dela, tentando limpar o rosto molhado.
- O Max tá aqui. – falou de repente e fechou os olhos com força, sentindo a boca secar.
- O quê? – ele arregalou os olhos. – Então você... – tentou raciocinar e sentiu o sangue correr mais rápido tamanha raiva que sentia.
– O que ele fez com você? – ela negou. – Me fala Alice, o que esse desgraçado fez?
- Ele.. ele... – tentava, mas não conseguia falar.
- Ele tocou em você? – a voz alterada, a veia saltando em seu pescoço. – EU VOU MATAR ELE. – gritou quando ela não disse nada, mas soltou um longo suspiro.
- Henrique espera. – segurou o braço dele que já se preparava pra sair feito um bicho raivoso. – Henrique por favor. – pediu, se colocando em frente a ele. – Não. – abraçou o corpo do advogado que tremia de raiva. – Não vai, não cai na pilha dele. – sussurrou, o rosto espremido contra o peito do amado.
- Me solta, Alice! – segurava o braço dela, tentando afastá-la sem sucesso. – Droga Alice, me solta!
- Olha pra mim! – pediu. – Olha pra mim, por favor. – tocou o rosto dele, forçando-o a olhá-la. Ela sentiu a vontade de chorar voltar ao perceber as lágrimas nos olhos dele. – Não vai lá, não faz nada por favor. Ele não tentou nada, nem falou comigo. – mentiu. – Ele só.. só me olhou de longe, e eu fiquei com medo, foi só isso! – limpou a lágrima dele. – Por favor...
- Não! – tirou as mãos dela de seu rosto.
- O que? – não entendeu a reação.
- Você quer mesmo ir embora?- Nós podemos ficar até o discurso do seu pai. – ela afirmou.
- Tá, Eu vou falar com a minha mãe pra fazer agora. – se virou e saiu sem esperá-la.
- Henrique? – chamou quando ele já tocava a maçaneta, ele parou, mas não olhou para ela.
– Você não vai me esperar?- Lava o rosto, retoca a maquiagem, vou pedir pra Amora vir ficar com você.
- Henrique? – chamou novamente, ele negou com a cabeça antes de responder.
- Agora quem não quer falar com você sou eu, alice, respeita o meu momento. – e saiu, deixando -a desolada.
(...)
Henrique estava atrás do grande palco que havia sido montado no jardim, e impacientemente ouvia a mãe falar enquanto Vitor já sobre o palco fazia seu discurso para o pai.
- Você não vai tocar?
- Não! – negou. – Não começa a inventar moda, mãe!
- Por que não? Você toca tão bem e tocou aquele dia que...
- Era o meu casamento e eu estava tocando pra Giovanna, hoje não vou tocar pra ninguém! – cortou.
- Você tem certeza que está bem, filho? – Amélia perguntou preocupada, reparando na cara de poucos amigos de Henrique.
- Eu não quero falar sobre, mãe. – respondeu grosso. – Só quero que o Vitor desça logo desse palco, eu quero ir pra minha casa.
- Vocês não vão ficar pra dormir aqui? – ele negou. – Por que não? Já tá tarde pra você ir dirigindo.
- Smith vem nos buscar.
- Você não deu a noite de folga pra ele?
- Pego um táxi.
- Henrique!
- Mãe!
- Ok, me desculpa pela presença deles, eu realmente não sabia... – se referiu a Max e Angelina, Henrique suspirou fundo. – E obrigada por se controlar.- Será que o Vitor ainda vai demorar muito? – mudou de assunto, Amélia entendeu e então resolveu parar de falar.
- Eu vou lá pra frente olhar o discurso dele, te amo. – beijou o rosto do filho, o abraçando levemente e nesse abraço Henrique acidentalmente ativou o microfone que estava nas mãos.
Ele se viu sozinho e suspirou, estava confuso, magoado com a forma que Alice tentava afastá-lo toda vez que tinha contato com Max. Ele não conseguia entender que era só medo da parte dela, para ele, era como se Alice tivesse medo dele tentar algo contra ela. O pensamento o fazia sofrer e ele tem que se controlar para não chorar ali mesmo. Fechando os olhos com força, Henrique ainda conseguia ouvir o irmão felicitar o pai de cima do palco, mas não estava prestando muita atenção ao que era falado. Uma mão tocando seu ombro o faz abrir os olhos, mas a surpresa não é boa ao dar de cara com Angelina.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Contrato de Casamento Vol 2
Roman d'amourAgora casados, Henrique e Alice irão lidar com a felicidade e também as dificuldades que a vida a dois traz