P.O.V
Sete e quinze da manhã, constatei ao olhar a tela do celular. Henrique que estava sentado ao meu lado no banco traseiro enquanto Smith dirigia, falava sem parar e eu não havia entendido se quer metade dos planos que ele fazia para o dia. O dia mal havia começado e eu já podia sentir a exaustão de tudo o que estava por vir. Depois de ter pousado em NY e ter dormido por toda a noite agarrada a Henrique, a realidade me esperava.
- Alice, você ouviu o que eu disse? – ele perguntou, me trazendo a tempo real.
- Hã? – resmunguei, ele revirou os olhos e falou novamente.
- Eu perguntei se você marcou alguma coisa para o horário de almoço, minha secretária conseguiu marcar com aquele corretor que falei pra você, por sorte ele tinha um horário livre, mas é no horário de almoço. Aí depois queria ver também se conseguimos tirar aquelas coisas lá de casa ainda hoje, porque a bagunça tá me deixando maluco e...
- Meu amor, eu acabei de acordar, vai devagar... – coloquei um dedo sobre seus lábios, o impedindo de continuar. – Uma coisa de cada vez. Primeiro, Lee ainda não me passou a agenda de hoje, mas provavelmente não consigo almoçar com você, esses dias todos fora devem ter enchido minha mesa de trabalho.
- Mas a Giovanna não ficou encarregada de cuidar de tudo enquanto você não estava?
- Uma coisa que talvez eu tenha esquecido de falar sobre ela, o trabalho dela se resume em me dar trabalho. – revirei os olhos só de lembrar que teria que encontrá-la hoje. – Tenho mil mensagens do Swan, da Lee e até da própria Giovanna, não li ainda, mas sei que terei o dia bem cheio pela frente. Então, receio não conseguir almoçar com você, você não consegue marcar com o corretor pra um outro dia?- Alice ele abriu uma exceção por ser pra mim, pelo que parece a agenda dele está cheia pelos próximos dois meses.
- Amor... – murmurou.
- Ferraz é sério, hoje eu não consigo meu amor. Ah, e sobre os presentes, já falei com a sua mãe.
- Falou? Quando? – questionou surpreso.
- Hoje enquanto você tomava café, aproveitei que você estava resmungando sobre a bagunça e passei uma mensagem pra ela, ela vai cuidar disso pra gente.
- Você é a melhor esposa que eu já tive. – brincou.
- E por acaso já teve outra? – questionei bem humorada, beijando-o de leve. – Por que a gente teve que voltar? – choraminguei. – Deus, como era bom acordar ao meio dia, não me preocupar com roupas, só comer, pegar sol, ver a praia, transar a qualquer hora... – murmurei a última parte, com cuidado para que só ele ouvisse.- Nós podemos voltar quando você quiser, e sobre o sexo... – também sussurrou. -...pode ser a qualquer hora do dia, basta solicitar. – piscou um olho.
- Vou lembrar disso quando você estiver no meio de uma reunião cheio de homens engravatados. – passei a língua pelos lábios só de imaginar a cena. – Aquela sua mesa de reunião me deixa... – fiz uma pausa, olhando para Smith que dirigia sem prestar atenção ao que a gente falava. – Inclusive, sonhei uma noite dessas a gente transando ali encima, você todo vestido e só com o.... pra fora.
- É um fetiche? – mordeu o lábio inferior. – Me conta mais desse sonho. – pediu, grudando a boca em minha orelha, onde mordeu devagar. Senti meu corpo arrepiar, mas não tive chance de dizer pra ele, logo senti sua boca na minha e sua língua me pedir espaço.
Arfei, me deixando levar pela língua dele que tocava a minha com sensualidade, puxando disfarçadamente os meus cabelos na altura da nuca. Nosso beijo durou tempo suficiente para nós faltar o ar. Minha vontade era fechar o acesso de Smith e pular no colo de Henrique, mas a razão falou mais alto e eu o arrastei segurando em seus ombros.
- Amor não. – neguei, direcionando um olhar breve para o motorista, e ele pareceu entender.
- Tem razão... – disse, mas me puxou para um novo beijo. – Eu não consigo... – murmurou. – Agora eu quero você. – apertou os dedos no meu cabelo e não consegui segurar um revirar de olhos. – Almoça comigo hoje...
- Eu não...
- Sem o corretor, só nós dois. – completou. – Nós podemos ir a um hotel, o que você acha?
- Docinho eu não posso... – rocei a boca na dele, e senti seus dentes cravarem em meu lábio inferior. – Aii.. – passou a língua logo em seguida.- Pode sim, diz que sim e passo rapidinho pra te buscar. Tô louco de tesão, você não tá?
- Você não imagina o quanto.. – confidenciar.
– Imagina só... eu e você, você e eu... na sua sala de reuniões? – o olhei intensamente, e suas pupilas dilataram com minhas palavras.– Preciso revisar a minha agenda hoje, mas qualquer brecha que eu tiver passo por lá, pra ver como andam as coisas..
- Alice você não... – foi interrompido por Smith, que nos avisou que havia chegado a sede da revista. – provoca. – terminou a frase, olhando para Smith e passando um ok com um aceno de cabeça.
- Provoco.. – sussurrei em seu ouvido, mordendo o lóbulo disfarçadamente. – Provoco por que sei que você gosta. – beijei também sua bochecha. – Tchau. – lhe dei um selinho. – Te amo! – mais um. – Até mais tarde! – agora lhe presenteio com um beijo de verdade.
- Depois continuamos com esse assunto.. – mordeu meu lábio. – Amo você. – selinho. – Até mais tarde, meu amor. – me afastei dele contra a minha vontade, descendo da limusine desconcertada quando Smith abre a porta pra mim.
- Sra. Ferraz. – acenou com a cabeça, sempre tão formal.
- Sr. Smith. – devolvi o cumprimento, sentindo a bochecha corar ao imaginar que ele havia entendido o teor da nossa conversa.
- Amor! – Henrique me chamou, o olhei e o vi passar a língua nos lábios. – Me liga no horário de almoço, que eu venho te buscar.
- Já falamos sobre isso. – apertei o olhar e ele gargalhou. – Tchau Henrique.
- Tchau meu amor! – gargalhou, ao certo percebendo as minhas bochechas.
Forcei minhas pernas a andarem, e mesmo sem olhar para trás sabia que os olhos dele estavam em minha bunda.
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Contrato de Casamento Vol 2
RomanceAgora casados, Henrique e Alice irão lidar com a felicidade e também as dificuldades que a vida a dois traz