Beauany: Any Gabrielly era apenas uma garota brasileira que recebeu uma mão de merda no jogo da vida. Apesar de sua educação dura e abusiva, ela trabalhou e estudou mais. Com um QI de 252, ela é um gênio certificado e está fazendo seu mestrado em En...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Nunca entendi como as pessoas podem afirmar que a comida pode levar a um estado de coma... mas agora finalmente entendo. Aquele coma alimentar foi a maior benção que já tive na minha vida. E eu deslizaria de bom grado para aquele estado celestial novamente se a oportunidade surgisse.
Acordei atordoada e confusa em uma cadeira desconfortável com uma dor insuportável no pescoço rígido. Olhei para fora e notei que estava escuro lá fora. Olhei para o relógio e vi que eram 20:00.
Meu ritmo circadiano está oficialmente fodido.
Minha mãe e eu ficamos acordadas até as 4 da manhã, rindo e conversando sobre meu tempo em Stanford. Não tive coragem de dizer a ela que provavelmente nunca mais voltarei, mas devido ao estado em que ela está, prefiro que ela tenha paz de espírito pensando que sua filha é uma aluna de mestrado perfeita do que uma cibercriminosa.
Ela trabalhou duro como garçonete, fazendo o máximo de duplas que pôde para garantir que fôssemos atendidos depois que meu pai morreu. Desde que saí para a faculdade, certifiquei-me de que ela fosse cuidada. Fiz o que sabia melhor e invadi o banco de dados do prédio, marcando-o como pago integralmente pelos próximos anos. Minha mãe não sabia como o teto ainda cobria nossas cabeças, mas nunca questionou isso.
— Boa noite bela adormecida. — Minha mãe riu.
— Boa noite para ser exata. — Eu disse esticando meus músculos. — Há quanto tempo você está acordada?
— Desde o meio-dia. — Ela disse enquanto bebia de seu copo.
— Por que você não me acordou?! — Eu exclamei enquanto estalava meu pescoço em diferentes ângulos.
Eu li vários livros de quiropraxia, então em minha mente, isso basicamente me torna qualificada para me realinhar.
— Você parecia exausta. Você disse que estava perto da semana das provas finais, então, conhecendo você, duvido que tenha dormido. Você sempre priorizou estudar em vez de dormir. — Ela disse rindo.
— Você me conhece tão bem. — Eu menti. – Então, quando é a sua cirurgia?
— Em duas semanas. — Ela disse olhando para baixo desconfortavelmente. — Por que você não vai tomar um pouco de ar fresco, querida. Ou talvez vá visitar Harry na biblioteca! Tenho certeza que ele sentiu sua falta desde que você partiu. — Ela disse. Assim como eu, ela muda de assunto quando fica nervosa ou desconfortável. Um mau hábito que peguei dela.
— Tem certeza que ficaria bem sozinha? — Eu perguntei com ceticismo.
— Eu vou ficar bem querida. Agora vá se refrescar e se divertir. Eu iria tirar uma soneca de qualquer maneira. — Ela disse ajustando seu travesseiro.
Usei o banheiro privativo dela para tomar banho e me arrumar. Coloquei minha jaqueta preta, uma camisa preta justa de manga comprida e jeans preto. Eu cuidadosamente apliquei rímel e apliquei um pouco de brilho labial. Penteei meu cabelo, apertei os cachos pra deixar eles mais definidos. Coloquei um par de botas e beijei minha mãe na testa antes de sair.
A biblioteca ficava a uma curta distância do hospital, então, em vez de um táxi, decidi aproveitar a brisa gelada do inverno. O inverno fica muito mais gostoso com roupas adequadas.
As ruas estavam silenciosas e desertas, mas eu não conseguia me livrar da sensação na boca do estômago. Eu me senti desconfortável e nervosa por algum motivo.
Sem merda Any. Você roubou milhões de dólares ontem.
Eu ri do meu próprio processo de pensamento. Claro que vou ficar nervosa, acho que nunca mais vou me sentir à vontade.
Apesar do meu comportamento nervoso, eu não retiraria o que fiz. Eu me senti... diferente... mais feliz. Não por causa do dinheiro, mas pelo fato de que um enorme fardo foi tirado não apenas de mim, mas de minha mãe. Sei que o dinheiro não pode satisfazê-la, mas certamente abre opções e, com as opções, lhe dá liberdade. Verdadeira liberdade. A liberdade de fazer o que quiser, quando quiser. Uma liberdade pela qual tenho desejado toda a minha vida.
Enquanto subia os degraus da biblioteca familiar, não pude deixar de sorrir. Este foi o meu porto seguro enquanto crescia. Sempre usei a leitura como minha forma de fugir da realidade. É como se sempre que eu começasse a ler, eu fosse engolfada em outra dimensão. Uma dimensão onde os problemas não existem, e você pode ser e aprender o que quiser. Minha memória fotográfica começa a disparar como um arquivo, lembrando de cada livro que li aqui.
Abri a porta de vidro e fui recebida pelo sorriso caloroso de Harry.
Ele ficou em seu lugar habitual, atrás do balcão de check-in. O interior da biblioteca ainda parecia o mesmo, mais algumas decorações estavam espalhadas entre as mesas, mas tudo estava praticamente inalterado.
— Eu pensei que você tinha esquecido de nós depois que você saiu! — Ele disse e caminhou em minha direção e me deu um abraço tão apertado que me tirou o fôlego. Abraços esmagadores de almas eram uma característica comum dos Jones.
— Eu nunca poderia esquecer de vocês dois. Como vocês estão? — Eu perguntei, tentando escapar do abraço.
— Temos sido incríveis. Acabamos de comemorar nosso aniversário de 15 anos. Juro que minha esposa fica mais bonita a cada ano.— Harry exclama. Sempre admirei o relacionamento deles, e um dia espero encontrar um homem que me olhe como Harry olha para Giana.
— Parabéns! Ela está aqui? — Eu perguntei. Harry parece perdido em pensamentos, como um garoto do ensino médio pensando em sua paixão. Ele leva alguns momentos para registrar o que acabei de dizer.
— Oh! Na verdade, acabamos de voltar, mas ela saiu para fazer um recado rápido. Ela deve estar de volta em breve. — Ele sorriu. Meu estômago roncou, informando-me do meu vazio.
— Eu vou atravessar a rua correndo e pegar um pouco de comida chinesa então. Você quer alguma coisa? — Eu ofereci. Estou de olho naquele buraco na parede do restaurante chinês desde os 14 anos e acho que comer fora agora é meu novo prazer culpado.
— Não, não, obrigado! — Ele diz. Dissemos um rápido "até breve" e eu saí. Desço os degraus da biblioteca, lembrando de todos os livros que li sobre a cultura chinesa. Atravessei a rua vazia e o cheiro da deliciosa culinária chinesa inundou meus sentidos. Assim que agarrei a maçaneta da porta, senti uma mão cobrir minha boca e uma pressão em meu pescoço. Minha consciência começa a escapar do meu alcance, assim como minhas chances de experimentar comida chinesa.
