Capítulo hoje porque achei injusto colocar a Simone numa votação de pessoas "feias" , essa mulher é um MONUMENTO e nada mais importa!
Simone Tebet
Parei de frente ao sofá onde os dois indivíduos estavam esparramados com os rostos vermelhos e algumas lágrimas escorrendo pelo canto dos olhos. Assim que perceberam minha presença, cessaram os risos e se encararam segurando mais uma onda de gargalhadas.
- Nilo, o que faz aqui?
- Vim atrás de você, mona. Por quê não me disse que tinha sequestrado uma garota tão legal assim? Teria trocado você e essa cara rabugenta há muito tempo. - Falou dirigindo um sorriso de canto para Soraya.
- Bom, estou aqui. O que quer? - Pergunto.
- Avisar que Milk está tentando trazer as porcarias dele pra cidade. Dessa vez, mandou o querido filho fazer o trabalho, e vamos dizer que ele não é nem um pouco cuidadoso. - Explicou me entregando seu celular com a localização de onde provavelmente seria o descarregamento.
- Ótimo. Cuido disso depois, agora pode ir.
- Você é muito chata, deveria ter umas aulas de simpática com Soraya. - Murmurou seguindo até a porta. - Tchau pequena flor, nos vemos em breve. E por favor esteja viva!
Bateu a porta principal ao sair pela mesma. Meu olhar voltou-se para Soraya que se encolheu encarando o chão inquieta.
- Sobre o que estavam conversando? - Questiono séria.
- Nada importante.
- Diga logo. - Ordenei.
- Já disse que não foi nada importante. Perdeu a audição ou o quê? - Elevou o tom de voz.
- Quem você pensa que é pra falar assim comigo?
- Alguém com muito mais caráter do que você. - Murmurou me deixando perplexa.
Levantou-se com os lábios tremendo e correu em direção à escada subindo entre passos largos. Ouvi um som de porta soar alto, indicando que a mesma havia se trancado no quarto.
Como é possível que uma garota seja rebelde à esse ponto? Que tipo de educação os pais dessa menina deram à ela? Não a ensinaram como se deve tratar e respeitar um membro da Máfia? Mas que porra.
- Senhora... - A leve voz de Irina preencheu o ambiente.
- Sim, Irina?
- O almoço está pronto, prefere que eu vá deixar a comida dela? - Pergunta.
- Quando diz "dela" à quem se refere exatamente? - Questiono encarando a pintura colorida na parede.
- À Soraya, Senhora. Mas posso levar para sua... - A interrompo.
- Faça isso. E... traga Soraya , ela comerá junto à mim. - Aviso e ela segue para a os quartos.
Sigo para o cômodo preenchido por um aroma tão bom que provocou reações em meu estômago faminto. Sentei-me na mesa e esperei pacientemente a morena de olhos castanhos sentar-se à minha frente sem sequer olhar em meus olhos. Irina nos encarou amedrontada, ou talvez com medo de eu atacar a garota em minha frente.
- Olhe para mim, Soraya. - Ordenei com minha voz ríspida.
A mais nova levantou a cabeça e seus olhos se encontraram com os meus, pude enxergar a marca avermelhada da minha mão em sua bochecha que se encontrava bem mais clara agora.
Irina logo se aproximou e nos serviu a comida. Assim que ficou satisfeita com o resultado de seu trabalho, pediu licença para se retirar.
- Irina. - A chamei, não permitindo que a mesma saísse do cômodo.
- Sim, Senhora?
- Pode ir para casa se quiser. - Aviso. A baixinha ruiva arregala os olhos espantada pela permissão concedida por mim e abre a boca mas nenhum som consegue sair.
- Eu... Eu... bom... - Gaguejou.
- Pode ir.
- Mas e se a Senhora precisar de mim? Tenho que fazer a comida de Soraya também. - Insistiu, não conseguindo conter a felicidade.
- Não se preocupe, Irina. Chegarei em casa apenas tarde da noite e Soraya está livre e tem suas próprias mãos que funcionam perfeitamente, certo? - Questiono para a mais nova sentada à minha frente que apenas dá de ombros.
- Oh, certo. Então eu vou indo... nos vemos amanhã, sim?
- Claro.
Ela se aproxima hesitante e deixo um selar em sua cabeça e abraço seu corpo menor como forma de despedida e agradecimento pelo seu trabalho durante todo a semana.
- Se cuide,tudo bem? - Sorrio fraco.
- Irei me cuidar. - Retribuiu o sorriso.
Em passos largos Irina saiu do cômodo em poucos segundos, deixando assim apenas eu e a loira de olhos caramelos que se mantinha em um silêncio desconfortante.
Irina mora com sua irmã mais nova e está sempre tentando passar o máximo de tempo com ela já que a mesma não anda muito bem de saúde. Então por muitas vezes a libero mais cedo para ir visitar a irmã.
Observei Soraya encarar o prato cheio em sua frente com desânimo e desinteresse, apenas mechendo a comida com ajuda da colher de um lado para o outro. Isso já estava me tirando a pouca paciência que ainda me restava.
- Coma. - Ordenei.
Ela me olhou com seus olhos fulminantes e levou a primeira colherada à boca e depois tomou um gole de seu suco de laranja.
Assisti todos os seus movimentos até que toda a comida de seu prato fosse eliminada, restando apenas os talheres e algumas migalhas no recipiente. Bebeu o restante do suco e logo abandonou o copo vazio em cima da mesa, próximo ao seu prato.
Meu celular tocou de repente, tive de me ajeitar na cadeira para conseguir tira-lo de meu bolso e finalmente atender a chamada.
- Simone, Milk não só está tentando pôr as porcarias dele aqui, mas também quer transferir as mulheres de seu tráfico para cá. O filho dele que estamos perseguindo durante toda a rota marítima está tentando nos enganar, as merdas que estão trazendo nesse descarregamento é para nos destrair para que possam descarregar as mulheres no porto do outro lado da cidade sem que você saiba. Preciso que vá para o outro porto e deixe esse conosco. - Alertou.
- Eu juro que vivo ele não escapa. - Rosno irritada. - Estou chegando.
Desligo a chamada e me levanto bruscamente, mas nunca tirando meu olhar da loira em minha frente. Sabia que ela estava incomodada com isso, ficou se remexendo na cadeira durante toda a refeição.
- Estou saindo e provavelmente chegarei apenas de madrugada. Você não está sozinha, não pense que confiaria em você tanto assim. Há olhos meus em todos os cantos desse lugar e não se engane, lá fora tenho bem mais. Então é bom não tentar nenhuma gracinha, meu humor só piorou e acho que você não quer experimentar ele. - Ameaço estreitando os olhos.
Ela não esboçou nenhuma reação, apenas ficou me encarando por determinado tempo até meu celular tocar novamente e seu olhar desviar para o piso.
- Já estou indo, porra. - Falo ao atender e desligo antes que Seajenks pudesse falar algo.
Sorrio de canto e saio do cômodo seguindo até meu carro estacionado em frente à casa. Quando adentro o veículo, giro a chave e piso no acelerador de forma de que o carro quase salte e corra rapidamente pela estrada.
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A Chefe Da Máfia
FanfictionA vida na Máfia nunca foi fácil para Soraya. Mas seus olhos sonhadores e esperançosos nunca a abandonaram, mesmo em meio a tanto sofrimento Soraya acreditava que um dia tudo iria mudar. E bom, mudou. O futuro resolveu lhe pegar uma peça que mais par...