Simone TebetChegamos à sede da Máfia rapidamente devido ao curto trajeto. Seguranças estavam á postos ao lado da entrada principal e assim me viram descer do veículo já abriram a porta nos dando total acesso. Segurei a mão de Soraya e assim adentramos o lugar, logo dando de cara com os senhores que me ajudavam à administrar a Máfia.
- Bom dia, Senhoras. - Um deles falou se curvando ao meu lado. Apenas assenti e caminhei até a mesa, me sentando na ponta e Soraya logo ao meu lado.
Observei passiva seu olhar atento vasculhando todo o lugar. Quando Nick adentrou a sala e coçou a garganta ela parece ter voltado á realidade pois desviou o olhar em um piscar de olhos.
- Senhora. - Ele falou contente como o bom puxa saco que tentava ser. - Oh, vejo que trouxe sua esposa, é um prazer conhecê-la. Felicidades pelo casamento.
- Olá, Nick . Se não for incômodo para a vossa majestade, poderia deixar seus elogios para depois e se sentar para começarmos logo essa merda de reunião? - Perguntei com um sorriso debochado.
- Oh sim, claro. Desculpe, Senhora. - Falou finalmente se sentando.
- Bom, fui à favela hoje e devo dizer que o serviço ficou melhor do que o esperado. Por mais que ainda falte algumas casas à serem construídas, foi feito um bom trabalho. - Falei rodando uma caneta em meus dedos.
- Obrigada, Senhora. - Agradeceu Nick estufando o peito, orgulhoso.
- Estou elogiando os pedreiros, não você. Foram eles que fizeram tudo, você apenas repetiu minhas ordens. - Falei séria.
- Sim, claro que sim. - Tossiu para esconder o constrangimento diante de todos ali presentes.
- Temos alguns assuntos para tratar, como os custos dessa enorme reforma e a divisão dos moradores. - Outro homem falou, me entregando um envelope com todas as informações.
Foram trinta minutos de puro tédio, debatendo sobre assuntos importantes, escolhendo algumas coisas idiotas que não mudariam nada em minha vida, até um dos seguranças aparecer e caminhar em minha direção parecendo afobado.
- Desculpe a interrupção, Senhores. Mas recebemos um recado do presidente e ele afirma que irá interromper sua reforma na favela. Disse também que você não tem os direitos e nem permissão para fazer isso, além de que iria mandar polícias para ficarem na sua cola. - Explicou.
Senti Soraya apertar minha mão por baixo da mesa em sinal de preocupação, apertei de volta e lhe lancei um olhar calmo, que com certeza lhe deu algumas respostas já que assentiu em seguida.
Me inclinei sobre a mesa e puxei um papel do monte que havia ali e tirei a tampa da caneta que antes eu brincava logo começando a escrever uma pequena carta de aviso para meu querido amigo presidente com meu tom mais debochado e desafiador.
"Querido, presidente
Sinto muito estar ferindo seu ego fazendo o que você não moveu uma sequer peça para fazer. Sei que as vezes é difícil aceitar o quão inútil somos, mas você vai se acostumar logo, tenho certeza. Bom, recebi seu avisinho que com certeza será apenas mais um em minha coleção, e mais uma vez lhe aviso, me ameace outra vez e eu farei questão de lhe matar com minhas próprias mãos, o senhor é inteligente, sabe que eu não estou brincando quando afirmo isso, e sei que vai abaixar a bola e me respeitar, porquê querendo ou não eu tenho mais poder que você, é à mim quem o povo obedece e se curvam. Ouse me desafiar novamente e eu corto sua garganta.
De sua odiada, Simone Tebet."
- Mande entregar isso para ele. - Ordeno entregando ao segurança o papel dobrado ao meio.
- Sim, Senhora. - Concordou e saiu em seguida.
- Isso é só? - Questionou Nick, se referindo à reunião.
- Creio que sim. - Falo fazendo menção de levantar. Mas a voz de Soraya preenchendo o cômodo me fez voltar ao meu lugar e a assistir com admiração.
- Posso pedir algo? - Perguntou-me tímida.
- Pode pedir o que quiser, Sweet.
- Quero que disponham seguranças para as mulheres da favela, sei que isso não será o bastante já que ainda tem o restante do México, mas lá é onde assédios e abusos mais acontecem. - Pediu calma.
- Mas não temos seguranças o suficiente. - Rebateu Nick.
- Procurem por quantos forem necessários. - Rosnei entre-dentes.
- Sim, Senhora. - Outro homem respondeu.
- Por hoje é só. Vamos. - Peguei a mão de Soraya e seguimos para fora do lugar, logo entrando no carro.
- O que escreveu para o presidente? - Me perguntou quando dei partida.
- Algumas palavras carinhosas. - Falei sarcástica.
- Você não tem jeito mesmo. - Balançou a cabeça em negação e beijou minha bochecha.
Ficamos em meio à um silêncio confortável no veículo, Apenas aproveitando a presença uma da outra e trocando carícias em nossas mãos entrelaçadas, até ela fazer uma pergunta.
- Você nunca me disse o que significa essa sigla. - Comentou dedilhando o colar em seu pescoço.
- Já falei que no momento certo você vai saber, Sweet. Basta ter paciência. - Falei estacionando no jardim da nossa casa.
Descemos do veículo e logo entramos em casa, dando de cara com Irina arrumando a sala. Assim nos viu, lançou um sorriso carinhoso e voltou ao trabalho. Eu e Soraya subimos para o quarto, e quando eu pensei que iríamos aproveitar o resto do dia juntas...
- Onde vai? - Perguntei erguendo as sobracelhas ao vê-la deixar o casaco na poltrona e se dirgir a porta novamente.
- Ver como Deusdete está. - Falou.
- Botou o nome da pulguenta de Deusdete ?
- Sim, não é lindo? - Questionou sorridente. Merda.
- É... - Suspirei.
- Vou lá, volto mais tarde. - Acenou antes de bater a porta.
Isso mesmo, eu fui trocada por uma cachorra pulguenta.
•💵•
Notas da Autora : A partir do próximo capítulo é só ladeira a baixo, beijos ✨❤️
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A Chefe Da Máfia
FanfictionA vida na Máfia nunca foi fácil para Soraya. Mas seus olhos sonhadores e esperançosos nunca a abandonaram, mesmo em meio a tanto sofrimento Soraya acreditava que um dia tudo iria mudar. E bom, mudou. O futuro resolveu lhe pegar uma peça que mais par...