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Batemos 1.ooo leituras irmãs e Madrinhas, amo amo obrigado ❤️❤️❤️


Soraya Thronicke

Devo admitir que não esperava a permissão que Simone me dera para acompanhar os irmãos nas compras para o tal evento. Mesmo que Nilo estivesse disposto à me levar seja qual fosse sua resposta.

Rose estava dirigindo e pelo que Nilo me falou ao entrarmos no veículo, iríamos para o centro da cidade, onde é sempre cheio e com muita movimentação.

Em poucos minutos chegamos ao destino. Ao sair do carro todos os olhares foram direcionados para nós com mistos de sentimentos. Alguns nos olhavam amedrontados, outros surpresos e o restante com admiração. Sai de meus devaneios sentindo uma mão apertar meu pulso direito e me puxar para dentro da loja luxuosa. Eu conhecia aquela loja, era a mais falada de toda a cidade, os preços são absurdos de caros.

- Não faça nenhuma gracinha. Estou começando a simpatizar com você, não me faça querer te matar. - Rose ameaçou-me antes de soltar o aperto envolta de meu braço assim que chegamos na parte dos vestidos.

Era... esplêndido! Nunca havia visto peças tão bonitas e delicadas como aquelas antes. Arregalei meus olhos ao avistar uma blusa repleta de pequenos diamantes e folhas de ouro, engoli seco apenas em imaginar o preço.

- Gostou de algum, querida? - Nilo perguntou parando ao meu lado.

- São todos de tirar o fôlego, mas são um pouco exagerados... - Murmurei passando os dedos por um vestido rosa de cetim.

- Vem, vamos procurar do outro lado da loja. - Pegou a minha mão e me puxou até uma porta que ao ser aberta me deu vista para mais vestidos.

- Vasculhe todos, não temos pressa. Tenho certeza que Kate deve estar provando cada vestido dessa loja. - Bufou.

Ele se afastou e foi olhar alguns smookings que estavam na vitrine. Voltei minha atenção para os vestidos e mexi em alguns, mas nenhum parecia ser o certo para mim. Pelo menos não até eu avistar um vestido vermelho queimado sendo devolvido por Kate nos cabides. Nilo me encarou e seguiu meu olhar maravilhado até a peça e quase gritou.

- É esse! - Falou e deu pulinhos até o vestido o tirando novamente do lugar e trazendo até mim. - Mona você vai se tornar a oitava maravilha do mundo com esse vestido.

Me entregou o cabide e me empurrou até o vestiário fechando a porta e soltando um gritinho animado que soou abafado por conta da diferença de cômodos.

Encarei-me no espelho e logo retirei minha roupa ficando apenas de peças íntimas e visto a peça escolhida fechando o zíper com um pouco de dificuldade em seguida. Ajeito meu cabelo que agora já havia fios por todos os lados e abro a porta do provador dando de cara com quatro pares de olhos castanhos me encarando com expectativas. Logo que me viram, me lançaram sorrisos positivos sobre como a peça ficara em meu corpo e me senti bem mais confiante.

Voltei para dentro e troquei-me de volta. Nilo pegou o cabide de minhas mãos assim que saí e seguiu até o caixa junto das irmãs que carregavam consigo diferentes peças de diferentes cores.

Saímos da loja com Nilo na frente carregando várias sacolas e ajeitando seu óculos de sol que estava torto em seus olhos. Adentramos o carro e partimos voltando para casa... ou melhor, inferno.

Rose estacionou bem próximo à porta, e ao descer embalou meu pulso com suas mãos não me dando escapatória para o portão que continuava aberto.

- Pega leve, Rose. - Alertou Nilo atrás de nós.

Kate abriu a porta e se jogou no sofá ao entrar na sala de estar. Finalmente senti as mãos de Rose afrouxarem o aperto e logo estarem longe de mim. Todos nos sentamos e começamos a escutar os baladeios de Kate sobre como vai quebrar a cara das filhas de André com seu vestido esplêndido. Continuou assim até ouvirmos passos em nossa direção. Simone descia as escadas com sua típica cara fechada e sem expressões, mas pela sua olhada em mim sabia que estava aliviada por não ter que matar os irmãos.

- Eu falei que não iria acontecer nada sua chata. Ela voltou inteira e do mesmo jeito que foi. - Nilo debochou.

- Ela voltou mais descabelada. - Simone sorriu de canto me provocando.

Senti minhas bochechas queimarem assim que todos os olhares se voltaram para mim. Nilo apenas revirou os olhos e fulminou a irmã com o olhar.

- Olá! - A doce voz de Irina invadiu o cômodo.

- Irinaaa! - Kate correu até a mais velha e a abraçou e depositou um selar em sua testa.

- E aí, vovó! - Nilo provocou e levou um puxão de orelha da mais velha e um abraço.

- Me respeite, tenho idade pra ser sua irmã. - Falou e não aguentou prender a risada.

- Olá. - Rose a cumprimentou abraçando seu corpo menor. Percebi os ombros de Irina ficarem tensos com a ação, foi quase imperceptível.

- Fiz rabanada para vocês. - Deixou uma bandeja na mesa de centro que logo foi atacada por pares de mãos.

- Irina você é a melhor. - Kate murmurou de boca cheia.

- Sua nojenta, come primeiro. - Resmungou Simone mordiscando um pedaço de sua rabanada.

- Soraya querida, não vai querer? - Perguntou-me chamando minha atenção.

- Oh eu nunca comi... - Falei a encarando. Suas sobrancelhas se arquearam e um sorriso doce surgiu.

- Prove e me diga o que acha. - Insistiu.

Me inclinei e peguei uma rabanada levando até minha boca e tirando um considerável pedaço. Arregalei os olhos ao sentir o gosto inundar minha boca ao mesmo tempo em que a vontade de mais vinha à tona.

- É delicioso! - Murmurei e Irina sorriu ansiosa.

- Que bom que gostou, quando quiser basta me pedir e eu faço para você.

- Obrigada. - Sorri tímida.

- Soraya, preciso que venha comigo. - Simone ordenou me fazendo levantar e a seguir em direção ao seu escritório.

Assim que entramos, me sentei em uma das cadeiras à sua frente e a encarei esperando dizer o motivo pelo qual me trouxe aqui. Ela não falou nada, apenas discou um número em seu celular e assim que parece ter sido atendida, estendeu o aparelho em minha direção. Desconfiada e de cenho franzido, peguei o celular e o coloquei próximo à orelha. Observei pelo canto de olho ela se afastar, como se quisesse dar mais privacidade.

- Alô? - Uma voz conhecida perguntou do outro lado da linha. Meu coração parecia querer saltar para fora e eu já me sentia ofegante.

- Mama?

- Soraya! Oh querida, não acredito que estou falando com você. - Murmurou com sua voz trêmula que fez meu coração apertar. - Sinto tanto a sua falta mi hija, como você está? Tem comido? Ela lhe machucou? Está dormindo corretamente?

- Calma mama, estou bem. Foi complicado nos primeiros dias, mas acho que estou me acostumando... Sinto sua falta, e das meninas também.

- Está tudo tão complicado aqui. Seu pai deu mais um daqueles surtos e quebrou quase tudo aqui, tive de me trancar com suas irmãs no quarto até que ele se acalmasse.

- Oh mama... ele lhe machucou?

- Não querida, não se preocupe com isto, sabemos o que fazer agora. Não tenho dormido direito pois estava preocupada com você, a última notícia sua que recebi foi da visita de Silvia, mas ainda não foi o suficiente. Precisava ouvir sua voz para ter certeza de que está bem.

- Eu estou.

- Fico aliviada.

Simone se aproximou de volta e me pediu o celular de volta. Tive de me apressar em me despedir de mama, o que foi bastante doloroso já que conseguia sentir o peso da saudade em suas doces palavras. Assim que entreguei o aparelho para Simone ela abriu a porta para que eu saísse e a deixasse à sós em seu escritório. Assim que passei pela porta, virei-me para ela e a agradeci.

- Obrigada.

Ela deu de ombros e fechou a porta. Como sempre a simpatia corre dela como o diabo corre da cruz.

A Chefe Da Máfia Onde histórias criam vida. Descubra agora