E aí irmãs e Madrinhas, voltei sapatões ❤️✨
Soraya Thronicke
Naquela manhã ensolarada fui acordada com o ruído da porta sendo aberta. Levantei a mão um pouco atordoada e as coloquei sobre meus olhos impedindo o sol em meu rosto. Minhas pálpebras se levantaram lentamente tentando se acostumar com o cômodo claro após passar algumas horas no escuro. Com a visão um pouco borrada, observei alguém sentada na poltrona que ficava na frente da minha cama e já pude arriscar quem seria.
Sobre a noite anterior, sei que não fiz a coisa mais inteligente do mundo ao transar com Simone. Mas foi pressão demais inserida sobre meu auto-controle, ela me provocou mais do que eu poderia sequer imaginar aguentar. Então de certa forma eu não sou tão culpada por ter deixado-me levar. E também não acontecerá novamente se depender de mim, não pode acontecer.
- Bom dia bela adormecida. - Um sorriso de canto se abriu em seus lábios.
- Que horas são? - Pergunto baixo, coçando meus olhos.
- Dez da manhã, o café está pronto desde as oito. Irina estará na lavanderia caso precisar dela. - Avisou se levantando.
- Para onde vai? - Questiono me sentando e puxando o lençol branco para cobrir meus seios.
- Tenho alguns assuntos pendentes para resolver. - Falou indo até a porta. Antes de sair, virou-se em minha direção e completou sua fala. - Já lhe vi mais nua que isso, não precisa de cobrir, Sweet.
Sorriu provocativa passeando a língua sobre a fileira de dentes alinhados e fechou a porta sumindo de minha vista. Praguejei alguns xingamentos direcionados à mim mesma por não ter se controlado, agora Simone não me deixará em paz. Tenho certeza que isso renderá provocações diárias de Simone e sei que ela irá se divertir mais que ninguém com isso. Malditos hormônios.
Levantei-me e segui direto para o banheiro e tomei um demorado banho aproveitando para hidratar meus cabelos e fazer skin care com alguns produtos que haviam ali. Quando terminei, enrolei uma toalha branca em meu corpo e fui até o armário em busca de alguma roupa. Optei por uma calça de moletom cinza e um cropped rosa bebê. Penteei os cabelos e calcei os chinelos, saindo do quarto e seguindo para a cozinha sentindo meu estômago roncar cada vez mais alto.
Ao chegar no cômodo avistei Rose cortando alguns morangos e colocando-os em uma taça de sorvete. Me aproximei e encostei meu corpo na bancada próxima a ela. Sua atenção voltou-se para mim e um fraco sorriso se abriu em seus lábios finos.
- Simone saiu. - Ela avisou pensando que eu estaria atrás dela.
- Eu sei, não estou a procurando. - Explico.
- Então?
- Eu vi... - Falei baixo e ela me olhou de sobrancelhas franzidas como se estivesse tentando decifrar sobre o que eu me referia.
- Ontem à noite. - Complementei. Sua expressão calma agora estava tensa e séria.
- Você não viu e nem sabe de nada. - Ordenou.
- Suas ordens não funcionam comigo, Rose. Apenas Simone me põe medo e é muito difícil de isso acontecer. - Falo a encarando.
- Há quanto tempo? - Pergunto.
- Cerca de três ou quatro meses, não me lembro bem. - Respondeu com um suspiro fundo.
- Por que em segredo? Por que esconder?
- Isso não daria certo, Soraya. Não me refiro apenas à mim, estamos falando sobre Irina também. Ela é totalmente o contrário de mim, tem uma vida boa e digna. Enquanto eu estou matando pessoas ou as torturando, Irina está cozinhando enquanto canta uma das músicas idiotas que ela tanto gosta. Percebeu a diferença? - Bufou.
- Tudo bem. Não deveria estar me intrometendo, esse é assunto de vocês. Irei guardar segredo, não se preocupem. - Falo.
- Obrigada. - Abaixou o olhar para seus pés e puxou uma grande quantidade de ar antes de continuar. - Eu apenas não quero trazer problemas para ela, entende?
- Entendo. - Respondi calma.
Acabamos o assunto aí e foquei em alimentar o buraco negro que carrego dentro de mim com alguns donuts de chocolate, morangos frescos, panquecas, waffles e um copo de suco de laranja. A noite anterior havia me esgotado, se é que me entendem.
As horas se passaram rápidamente. Almocei sozinha já que Rose havia ido embora e Irina não estava com fome no momento. Depois subi de volta para meu quarto e resolvi ler o restante do livro que eu havia achado ao chegar aqui. Foram horas lendo frases e mais frases até alguém bater na porta do cômodo e me tirar a atenção do livro.
- Entra. - Falei um pouco alto para que quem estivesse do outro lado pudesse me ouvir.
A porta se abriu e manti a expressão neutra em meu rosto ao observar a morena adentrar o cômodo.
- Onde achou isso? - Perguntou se referindo ao livro que estava em minhas mãos.
- Achei debaixo da cama, no dia em que cheguei aqui. - Respondi o fechando e colocando-o sobre a cômoda.
- Estou saindo novamente, essa porra de casamento está me tirando a paciência. Acredita que precisam de mim até pra escolher o tamanho do balão? Bando de incompetentes, eu deveria matar todos eles. - Resmungou irritada.
- Você e sua bipolaridade.
- Não sou apenas eu que sou bipolar aqui, ou esqueceu que em um passe de mágica você estava entregue à mim? Se lembra? - Perguntou se aproximando de mim e tocando em minha cintura. - Quando meus dedos entravam e saíam da sua buceta apertada e extremamemnte molhada? Quando seus gemidos aumentavam cada vez em que você se aproximava do ápice?
Perguntou pressionando seus dedos em meu sexo agora pulsante. Fechei os olhos mordendo os lábios para prender um gemido que estava prestes à escapar. Pendi minha cabeça para trás quando seus lábios roçaram em minha nuca me causando ondas de arrepios. Mas a desgraçada se afastou e acabou com qualquer contato entre nós e ainda sorriu de canto ao chegar na porta.
- Estou saindo, provavelmente voltarei apenas de madrugada. Boa sorte. - Murmurou antes de sair e fechar a porta.
Maldita. Cretina. Hipócrita.
Como ela me tem tão fácil? Em cerca de minutos e eu já estava me entregando para ela novamente sem nem mesmo tentar resistir. Minhas paredes internas já se apertavam apenas em imaginar seus dedos me adentrando e sua boca sussurrar coisas sujas em meu ouvido.
Praga de mulher.
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A Chefe Da Máfia
FanfictionA vida na Máfia nunca foi fácil para Soraya. Mas seus olhos sonhadores e esperançosos nunca a abandonaram, mesmo em meio a tanto sofrimento Soraya acreditava que um dia tudo iria mudar. E bom, mudou. O futuro resolveu lhe pegar uma peça que mais par...