A Chefe Da Máfia

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Batemos 3K irmãs, obrigado ❤️❤️

Simone Tebet

Assim que cheguei em casa, subi para me trocar e retornei à cozinha para jantar e ter uma boa noite de sono depois de trabalhar o dia inteiro. Mas aparentemente isso não aconteceria naquela noite, pelo menos não depois de observar o comportamento estranho de Soraya aquela noite. Irina parecia mais nervosa, as mãos trêmulas ao colocar meu prato na mesa.

Permaneci desconfiada sempre atenta à cada minuncioso movimento de qualquer uma das duas. Vi algo diferente em meu suco, algo borbulhando como se estivessem disolvendo. E fora aquilo que as entregou de bandeja para mim.

Cheque mate, Thronicke.

Soraya pode ser esperta, mas nunca capaz de me superar. Admirei sua ingenuidade por um momento, sério mesmo, droga no suco? Essa já é tão velha que nem mesmo lembrava da existência. Esse método virou passado para mim faz tempo, agora uma arma fazia o serviço bem mais rápido.

Quis seguir com o papel para ver até onde aquela brincadeira iria. Fingi estar sendo dominada pelo efeito da droga, segui para o quarto e ouvi os passos de Soraya atrás de mim. Deitei-me na cama cambaleando um pouco para realmente parecer real e fechei os olhos fingindo ter apagado. O fraco suspiro aliviado de Soraya foi ouvido por mim, seus passos foram se distanciando e assim que não pude mais os ouvi-los levantei rapidamente e em passos silenciosos segui as duas até o jardim. Meu queixo quase caiu quando observei o local vazio, sem indício de nenhum guarda ou segurança. Malditas.

- Eu deveria estar dormindo, não é? - Minha voz soou mais rouca do que o esperado.

Os dois corpos pararam automaticamente assim que ouviram minha voz. Soraya virou-se em minha direção segundos depois e Irina a acompanho logo em seguida com a cabeça baixa e olhos fechados. Soraya estava com seus lábios tão pressionados que formava uma linha branca. Ela me encarou no fundo dos meus olhos e suspirou, suas pernas vacilando de vez em quando.

Minhas veias estavam prestes à saltar para fora do meu pescoço rasgando minha pele. Meus punhos estavam fechados com uma força extrema ao lado do meu corpo e meus olhos exalavam irritação.

- O quão mais baixo você é capaz de chegar Thronicke? - Pergunto me aproximando.

- E-Eu... - Engoliu seco.

Sem precisar pensar muito, minha mão levantou-se e colidiu com sua bochecha esquerda fortemente. A marca de meus dedos logo ameaçava aparecer.

- CALA A MERDA DA SUA BOCA ANTES QUE EU PERCA A PACIÊNCIA QUE ME RESTA E TE MATE AGORA MESMO. - Grito exaltada.

- A ÚNICA COISA QUE NÃO SUPORTO É A TRAIÇÃO. - Falo e logo complemento. - SEJA TRAIÇÃO AMOROSA, DE CONFIANÇA OU DE FAMÍLIA...

Disparei um olhar desapontado para Irina que se encolheu sentindo a indireta lhe marcar.

- O pior é que como uma tola eu segui o conselho que Nilo me deu. Você iria passar o resto da sua vida presa a mim, querendo ou não, e por isso eu procurei fazer minha parte para que tentassemos ter uma relação pelo menos estável, sem gritos, desaforos, ódio por toda a vida. E olha o que eu recebo em troca... - A encarei com desprezo.

- Eu...

- EU JÁ MANDEI VOCÊ CALAR A PORRA DA SUA BOCA! - Grito me segurando para não enforca-la ali.

- E depois me perguntam o por quê de eu ser assim... fria, seca, com rancor guardado no peito, olhos ameaçadores. Porque quando eu escorrego, eu sou traída, não só uma, mas duas vezes. DUAS VEZES!

- DEVE TER SIDO HILÁRIO ME VER MOSTRANDO MEU LADO DE FRAQUEZA E COMPAIXÃO ENQUANTO VOCÊS SE DIVERTIAM TRAMANDO O PLANO DE FUGA PERFEITO. O QUE ISSO TUDO TROUXE PARA VOCÊ? NADA. PORQUE EU SEMPRE ESTOU UM PASSO NA FRENTE DE TODOS. JURO QUE A PARTIR DE HOJE EU FAREI DA SUA VIDA UM INFERNO, SEM PENA OU NENHUM RESQUÍCIO DE REMORSO.