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Soraya Thronicke

- Porra, Soraya. - Gruniu quando me apoiei em sua costa para conseguir alcançar meu celular na cabeceira.

- Não se mexe, se não eu vou cair e você vai apanhar. - Briguei me inclinando mais um pouco.

- Você está me matando. - Gemeu de dor quando forcei mais um pouco em sua costa finalmente pegando o aparelho e voltando á me deitar.

- Pronto,nem foi tudo isso. - Resmunguei abrindo as mensagens que haviam chegado em meu celular.

- Maldita, eu poderia lhe dar umas boas palmadas para aprender, só não faço isso porquê Nilo e Rose vão me matar caso eu chegue atrasada no salão. - Levantou reclamando de dor na costa e seguiu para o banheiro.

Para você que não está entendendo muita coisa, hoje seria o dia do nosso casamento e tudo estava uma correria. Tivemos que acordar às seis da manhã à pedido de Nilo que impunhou todas as ordens e marcou horários em todos os tipo de locais. Falo isso brincando, ele fez mais por mim do que eu mesma faria.

- Só vamos nos ver na hora? - Perguntei vendo a morena voltar para o cômodo já trocada.

- Sim, não queria essa porra toda, Nilo é um vacilão. - Resmungou se aproximando, logo grudando nossos lábios.

- Vou sentir sua falta. - Sorri fraco.

- Vamos nos ver daqui algumas, muitas horas, vai passar rápido se contar com a enorme programação que Nilo deve ter feito. - Deixou mais um selinho em meus lábios.

- Tenho que falar com minhas irmãs, elas provavelmente estão enlouquecendo com os vestidos que você mandou entrega-las. - Ri fraco.

- Tenho que ir, coma direitinho, não sei que horas vai ser liberada de tudo.  - Beijou minha têmpora.
- Nos vemos no altar.

- Nos vemos no altar. - Repeti sorrindo.

Ela saiu do quarto e me apressei em levantar. Arrumei a cama e segui para meu quarto para tomar um banho e vestir algo confortável já que passaria boa parte do dia assim. Quando terminei, passei perfume e desci até a cozinha encontrando uma Irina irritada.

- Puta que pariu, você também não sabe fazer nada. Vou precisar desenhar a porra de um salto preto pra você entender? - Brigou com o segurança que estava parado em sua frente.

Ele rapidamente saiu nos deixando sozinhas no cômodo.

Segurei a risada quando, Irina distraída,  prendeu o dedo na gaveta dos talheres. Xingou uma fileira de palavrões antes de eu coçar a garganta e ela erguer o olhar desligando a chamada em seguida.

- Oh, você está aí há quanto tempo? - Questionou corada.

- Tempo suficiente para perceber que hoje não está sendo um dia fácil pra você. - Ri fraco.

- Desculpe, estou tentando manter o controle mas esses idiotas não sabem diferenciar um salto de uma sandália. - Resmungou se referindo ao segurança com quem falava.

- Por que não vai descansar um pouco, hum? Está tudo praticamente pronto. - Sugeri pegando uma maçã.

- Não vou conseguir dormir, acredite. - Falou tirando uma panela do fogo. - E você o que está fazendo acordada essa hora?

- Nilo vai me sequestrar pelo dia inteiro. - Brinquei.

- Oh, como as coisas estão indo entre vocês duas? - Perguntou se aproximando.

- Para falar a verdade, muito bem. Simone vira outra pessoa ao meu lado, assim como combinamos que seria. A temida Tebet fica para outras pessoas, mas a Simone sorridente é toda minha. - Sorri boba.

- E ela faz isso inteiramente por você.

- Eu sei, isso é o que me deixa mais feliz. Simone ainda tem dificuldade em se expressar sem brigar ou gritar, mas está melhorando nisso. - Falei.

- Isso é bom. - Murmurou com um sorriso.

Conversamos por mais alguns minutos antes de Nilo aparecer com um sorriso radiante no rosto e me arrastar para seu carro. Primeiramente fomos ao salão onde minhas irmãs estariam para fazerem cabelo, maquiagem e colocarem o vestido.

Eu estava curiosa para saber o que Simone usaria, ela me disse que não seria nada padrão, o que eu já desconfiava que aconteceria. Nilo me deu outra dica de que seria de que não seria vestido. Minha cabeça imaginou inúmeras peças mas nenhuma se encaixou nos padrões de Simone, o que me deixou ainda mais ansiosa para vê-la.

Eu optei pelo tradicional vestido branco, sempre sonhei em me casar com o mesmo e mesmo que esse não seja meu casamento dos sonhos, seria especial por ser com quem é.

- Hey, chegamos. - Nilo fala assim que estaciona o carro.

Descemos do veículo e logo adentramos o lugar onde minhas irmãs estavam, assim que me viram saltaram das cadeiras onde estava sendo feita suas maquiagens e os maquiadores olharam feios para ela. Os lancei um olhar que os fizeram se encolher.

- Sory! - Senti Ana me apertar fortemente.

- Por Deus garota, que comida te deram pra ficar tão gostosa assim? - Lila perguntou divertida.

- Uma chamada Simone Tebet , conhecem? - Ana respondeu fazendo todas rirem.

- Idiotas. - Murmurei.

- Credo, assim nem parece que sentiu nossa falta. - Silvana falou me abraçando.

Ouvi um pigarreo atrás de mim e lembrei-me de Nilo rapidamente.

- Meninas, esse é Nilo, irmão de Simone. - O apresentei.

- Prazer. - Todas disseram sorrindo.

- Está pegando ela e o irmão? Não conhecia esse seu lado puta. - Lila falou, bati em seu braço.

- Não, claro que não. Ele é gay, bem assumido por sinal.

- Que pena, já estava de olho nele. - Se lamentou.

- Voce não presta. - Falo revirando os olhos.

As meninas voltaram para suas cadeiras para que possam terminar suas maquiagens e iniciarem os cabelos. Enquanto isso, Nilo me levou para uma área separada do salão, uma espécie de vestiário. Avistei meu vestido em um cabide perfeitamente engomado, sua cor branca brilhando. Sorri sentindo um nó em meu estômago se formar.

- Ainda não sei como você caiu na ladainha da Simone... - Falou sorrindo.

- Nem eu... a vida tem uma forma engraçada de contrariar nossas expectativas. - Falei dedilhando o tecido macio da roupa.

- Com quem vai entrar? - Perguntou.

- Bom, meu pai está morto, provavelmente se corroendo no inferno. Então, queria saber se você gostaria de me acom...

- Claro que sim! - Me interrompeu sorrindo.

- Ótimo, obrigado por isso. - O abracei.

- É o mínimo que posso fazer depois de tudo que minha irmã lhe fez. - Sorriu. - Agora vai se arrumar, tem uma moreninha impaciente me ligando.

- Diga à ela que ainda estou tentando adivinhar sua roupa. - Falo sorrindo.

Saio do pequeno local e sigo até a cadeira onde fariam meu cabelo e maquiagem.

Não via a hora de vê-la.

A Chefe Da Máfia Onde histórias criam vida. Descubra agora