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Simone Tebet

Minhas narinas provavelmente já inflavam de ódio. A maneira como brincam com minha capacidade e duvidam do que sou capaz me faz perder o controle. Tenho vontade de sair atirando em todos que eu ver pela frente para descontar a raiva, mas basta lembrar daqueles malditos olhos inocentes que a poeira abaixa. Maldição.

Quando cheguei ao porto do outro lado da cidade depois de uma longa viagem de cinco horas já podia ver o barco se aproximando da costa. Um sorriso de canto cresceu em meus lábios, a sede por vingança e controle me consumia nas melhores horas. Apenas em imaginar o sangue daquele que duvidou de mim jorrar me dá mais sede de vingança.

Retirei o revólver da minha cintura e me preparei, mirando na exata direção do barco de Milk. Assim que encostou na costa, um homem desceu e amarrou as cordas para se assegurar de que o veículo não fosse levado para longe pela água. Assim que se virou seus olhos quase saltaram da órbita ao ver o cano da minha arma à dez centímetros de sua testa.

- Mais um? Milk realmente não aprendeu a lição... - Estalei minha língua e balancei a cabeça em sinal de negação.

- Eu tenho cara de palhaça por acaso? - Pergunto ao homem que engole seco e balança a cabeça rapidamente para os lados, negando.

- É o que está parecendo. Acham mesmo que chegariam aqui e colocariam mais merdas em meu território sem que eu soubesse? Oh, não,não, docinho.

- Avise ao seu chefinho que da próxima vez que tentarem mais descerregamentos aqui eu juro que caço ele até o inferno e só irei me aquietar quando eu meter uma bala do peito dele. Fui clara? -Pergunto. O homem se apressa em afirmar com um movimento de cabeça. Sorri satisfeita e abaixei a arma.

- Agora vá enviar meu recado para ele. - Ordeno. O rapaz, ainda tremendo caminha em passos rápidos.

Em um movimento rápido levanto minha arma e aperto o gatilho cinco vezes disparando em sua cabeça. Guardo a arma em minha cintura e observo o homem se contorcer enquanto pelos buracos feitos pela bala derramam uma enorme quantia de sangue.

- Esqueci de avisar que terá de avisar para ele do inferno. - Ri fraco e segui de volta para meu carro, deixando o corpo morto no chão.

Quando me aproximei do veículo, José e Seajenks me esperavam encostados no mesmo. Ao me verem, sorriram de canto e acenaram.

- O que fazem aqui? - Pergunto.

- Nilo nos mandou para caso precisasse de ajuda, mas vejo que já fez o trabalho. - Sea argumentou, apontando para o sangue meus pés.

- Mandou bem, menina. - José elogiou, me provocando.

Tirei minha arma da calça e atirei próximo ao seu pé o fazendo saltar assustado.

- Puta que pariu! - Berrou com a mão no coração.

- Me chame assim de novo e da próxima vez eu acertarei. - Ameaço.

- Bem feito, idiota. Nilo já mandou você parar de provocar ela, no dia que morre não sabe o por quê. - Sea deu um tapa na cabeça do mais novo.

- Desgrudem do meu carro, tenho que ir. Deixei Soraya sozinha e tenho medo de não ter mais casa quando eu chegar. - Adentro o veículo e ligo o motor saindo e deixando os dois para trás.

Acelerei ainda mais quando tomei a pista limpa sem nenhum outro carro na frente. Com cerca de trinta minutos correndo, meu celular tocou e o peguei rapidamente atendendo a chamada.

- Fala.

- Simone nós....

Um som de tiro escoou ao mesmo tempo em que senti um baque contra meu carro. Confusa, acelerei mais e troquei de mão tentando deixar para trás seja lá o que tenha sido aquilo. Não adiantou já que um tiro foi diparado em meu carro novamente.

A Chefe Da Máfia Onde histórias criam vida. Descubra agora