Acordo toda suada. Ofegante. Olho ao redor, procurando qualquer vestígio de que o que aconteceu ser real. Tem que ser. Mas foi tão bom... só pode ser um sonho, não é? Não, sei que não é. Olho para as minhas mãos, sentindo o toque de Bill ainda presente.
Ontem foi perfeito, dançamos e cantamos até não podermos mais. Me lembro apenas de ter apagado no sofá. Não posso acreditar que Bill é o anônimo. Estou tão feliz, espero que nada estrague minha felicidade.
Me levanto, me arrumando para o trabalho. Hoje será o último dia em que Tokio Hotel estará em Los Angeles. Fecharemos contrato, quero entrar para a banda. Me decidi, até porque não seria nada ruim.
Desço até a cozinha, vendo Evan e Jules em um silêncio mortal. O moreno está de olho roxo, e o lábio inferior cortado. Tom deve ter dado uma boa surra nele.
- Jules, posso falar com você? - pergunto para a loira, que assente, vindo em minha direção.
- Bom dia para você também - ela ri - Diga-me, o que queres?
- Decidi que vou aceitar entrar para a banda - respondo, a olhando sério - Queria saber se você vem junto.
- Para França? - ela levanta as sobrancelhas - Você... acha que seria uma boa ideia?
- Claro que seria, você ficaria pertinho de Tom, todos os dias em todos os países. E ficaria perto de mim também - digo, segurando suas mãos.
- Mas... no que trabalharei? Não posso ser bancada pelos outros, você sabe que gosto de ser independente.
- Você pode ser minha... assistente? - pergunto mais para mim mesmo do que para Jules - Você ajudaria a agendar compromissos, ajudar nos shows, olhar meu cronograma... não sei se soa tão legal.
- Eu adoraria - ela reponde, sorrindo.
- O que? - franzo os cenho - Você acharia legal?
- Sim, apoiar minha melhor amiga e estar ao lado dela, é um dos meus grandes sonhos - Jules me abraça - Você merece tudo que alcançou.
Sinto lágrimas se formando em meus olhos, devolvo o abraço, sentindo-me feliz ao estar com ela. Sentimos o olhar de Evan, que desvia o olhar assim que o flagramos.
- E o que faremos com ele? - pergunto, semicerrando os olhos.
- Não sei - Jules suspira - Mas ele não vai junto.
- Ah, com certeza não - cruzo os braços - Por que... por que não deixamos essa casa para ele? Se Evan quiser permanecer aqui em Los Angeles, é claro.
- Você confiaria nosso querido barraco, para ele? - a loira me olha confusa - Eu sei que ele é meu irmão, mas as coisas que faz não são corretas.
- Eu sei, mas essa casa não será mais nossa, depois que sairmos - falo baixo, ao ver Evan nos olhando novamente - Mal pararemos em um lugar só.
- Você está certa - Jules concorda - Evan! Vem aqui.
O moreno nos olha com desinteresse, se aproximando. Gostaria de saber se Tom está no mesmo estado que ele.
- O que foi? Minha orelha está queimando de tanto vocês falarem de mim - ele brinca, mas ninguém ri.
- Evan, nós iremos para a França, junto com os meninos. Vamos deixar a casa para você - digo, olhando com atenção para o garoto - Se você quiser.
- O que? Por que? - o moreno me encara, me olhando com desentendimento.
- Por que o que? - Jules pergunta, com ar de desdém.
- Kath, eu arruinei sua vida duas vezes, ou até mais, e você quer me dar a casa? Não entendo, você deveria me odiar, me xingar, me humilhar - o garoto balança a cabeça, sem entender.
- Não pense que gosto de você, mas isso é sobre o passado, sobre nossa antiga amizade. Odeio admitir, mas ainda me importo com o garotinho que brincava com a gente.
- Evan? - Jules o chama, ao vê-lo paralisado - Eu... gostaria de me desculpar.
- O-o que? Jules, eu que devo pedir desculpas - ele sorri, tristemente - Eu me tornei alguém desprezível, digno de ser odiado por vocês... mas não é isso que está acontecendo e eu realmente não entendo.
- Era meu direito, como irmã mais velha, te trazer para o bom caminho. Te cuidar, te proteger de amizades tóxicas... mas não consegui. Fracassei terrivelmente e me culpo todos os dias - vejo os olhos de Jules lacrimejarem - Tenho tanta saudade de você...
Então, como observadora, fico boquiaberta ao ver Evan abraçando a irmã. Sorrio, ao ver Jules desabando, dizendo como ama ele. Sei que foi difícil para ela. Passar noites em claro esperando o irmão, que havia saído com os"amigos". Vê-lo se tornar o que desprezávamos. Como se tornou alguém arrogante e insensível. Mas ele mudou, é perceptível, não totalmente, é claro, ainda não age de forma correta sempre, porém, melhorou e muito.
Fico feliz por estar tudo resolvido, e sinto uma pontada no peito, ao lembrar de meus pais. Em como gostaria de estar assim com eles. Os abraçando, recebendo elogios...
Vou para o trabalho de metrô, chegando de ótimo humor, nem me importarei de desintupir uma privada hoje. A vida sorriu para mim, finalmente.
- Você parece... bem feliz - Alysson diz, ao me ver entregando um café a ele - Obrigado.
- Não há de que - faço uma breve reverencia, indo até a cozinha aos risos.
Preparo meu almoço, após limpar o estúdio. Sinto duas mãos tamparem meus olhos.
- Adivinha quem é - Bill sussurra em meu ouvido, ma fazendo arrepiar.
- Obama? - brinco, arrancando um sorriso do garoto.
- Obama? - o Kaulitz repete, me virando para ele - Você está radiante hoje, que bicho te mordeu?
- Um bicho muito lindo - sorrio, entrelaçando meus braços ao redor de seu pescoço.
Nossos rostos estão a centímetros de se encostarem. Posso sentir a respiração ofegante de Bill, assim como sua mão se apertando em minha nunca. Ele passa um cacho meu atrás da orelha, me analisando.
- Porra, você é linda pra cacete - o Kaulitz sussurra, mordendo meus lábios.
Como respira?
- Cala boca - vou de encontro com seus lábios, sentindo-os novamente.
Arranho o peito de Bill com levesa, sentindo seu coração acelerando. Aposto que é possível ouvir as batidas loucas do meu. O garoto me puxa para mais perto, colando nossos corpos. Suas mãos passeiam em meu corpo, me deixando fora de si. Esse beijo é totalmente diferente do primeiro. É mais quente, mais enloquecedor.
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Deixe-me Te Amar - Bill Kaulitz
RomanceKathleen Roberts, uma cantora em ascensão, se muda para Los Angeles junto com sua melhor amiga, Jules Shaw. Desesperada por reconhecimento, Kathleen encontra um empresário famoso em uma festa, disposta a fechar um negócio de qualquer maneira possíve...