Casamento

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- Kath, que cara é essa? - Jules me cutuca, na limousine - Você não disse nada desde que foi comprar a calça

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- Kath, que cara é essa? - Jules me cutuca, na limousine - Você não disse nada desde que foi comprar a calça.

- Eu... só estou pensando - falo, observando a paisagem através da janela do automóvel.

Estou pensando naquela garota, que me atendeu. A princípio, achei que eu estava enganada e que ela não era a menina que puxou meu cabelo. Foi tão amigável comigo que achei estranho. Até que vi, um olhar que passou despercebido. Um olhar de desprezo, de nojo. Eu não teria notado se fosse outra pessoa, mas eu estava de olho nela, o tempo todo.

No final, quando escolhi a calça, ela me cobrou o valor que não estava na etiqueta. Disse isso a ela, então me retrucou dizendo que era um erro e que o valor que ela dissera, era o correto. Não insisti, porque não aguentava mais ficar ali. Me senti desconfortável e julgada, quando ela perguntou como eu finalizava meu cabelo em um tom nada agradável. Falei que era natural e que não finalizava, só para ir embora.

Chegamos ao hotel, onde vou direto para o banho. Deixo a água quente me acalmar, tirando todo meu desconforto. Me enrolo em um toalha, saindo do banheiro. Levo um susto ao ver alguém sentando em minha cama, me olhando fixamente.

- Diga - Bill arqueia as sobrancelhas.

- Dizer o que? - pergunto, me direcionado até o guarda roupa.

- Você sabe - ele se levanta, vindo até mim - Por que você ficou estranha depois que saiu da loja? Todos perceberam isso.

- Não é nada demais - dou de ombros, procurando alguma roupa para usar.

- Ah é sim, se não você não teria agido esquisito.

- Estou bem.

- Não, não está.

- E você é psicólogo para saber? - pergunto secamente, me arrependendo logo após - Desculpa, eu não devia ter falado desse jeito.

- Tudo bem, talvez eu seja insistente demais - Bill força um sorriso - Mas só mais uma pergunta: Aconteceu alguma coisa na loja?

Suspiro, me virando para ele. Se eu não contasse, seria uma traição. Mas se eu contasse, ele acharia que eu sou fraca demais e que não conseguirei arcar com as "consequências" de ser famosa. Talvez esse último pensamento esteja pessimista demais. Porém, Bill agiria como um super protetor e não quero isso.

- Não - minto, sentindo meu estômago se remexer - Só... só estou pensando em como minha vida será de agora em diante.

- Não será fácil, pode ter certeza - sua mão direta leva uma mecha de meu cabelo para trás da orelha - Mas sei que você consegue, porque Kathleen Roberts/Kaulitz é capaz de tudo.

- /Kaulitz? - repito sorrindo - Já somos casados?

- Ué, você não sabia? - ele ri, olhando ao redor - Calma aí, você tem barbante ou algo do tipo?

- Tenho um fio dental, no banheiro... - semicerro os olhos - Por que?

- Espere e verá - Bill se retira, indo até o outro cômodo.

Depois de alguns segundos, o garoto volta com dois pedaços de fio dental.

- O que você vai fazer com isso? - pergunto, sem entender nada.

- Me dê sua mão - ele a pega, me olhando como uma criança recebendo doce - Kathleen Roberts, eu, Bill Kaulitz, aceito você como minha legítima esposa...

- Não acredito - susurro, sorrindo de canto a canto.

- ... e prometo amar-te e respeitar-te na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da minha vida até que a morte nos separe - o Kaulitz ri, pegando o pedaço de fio dental e amarando em meu anelar esquerdo - Sua vez.

- Eu, Kathleen Roberts... - começo, segurando o riso, enquanto amaro o fio no dedo de Bill - aceito você, Bill Kaulitz, como meu legítimo esposo... e... prometo amar-te até que a morte nos separe, além dela, se possível.

- Uau, foi direto ao ponto - ele pigarreia, engrossando a voz - Eu vos declaro marido e mulher, o noivo pode beijar a noiva.

Sorrio feito louca, assim que Bill se aproxima de mim para o beijo. Ele me inclina, segurando-me em seus braços. Então, um desastre acontece. A toalha desliza de meu corpo, deixando-me totalmente nua. Arregalo os olhos, sentindo um rubor se espalhar pelo meu rosto.

- Não olha para baixo - arfo para o Kaulitz.

- Por qu... - ele para de falar, assim que baixa o olhar.

- Eu disse que não era para olhar! - grito, queimando de vergonha.

Tão repentinamente quanto, Bill me solta, fazendo-me cair no chão. Ele se dirige ao banheiro, fechando a porta. Fico no chão, sem saber o que realmente aconteceu. Me visto rapidamente, indo até o cômodo onde o Kaulitz está.

- Bill o que aconteceu? - pergunto, lembrando-me de vê-lo mais branco que o normal - Posso entrar?

- Sim - sua voz sai fraca, assim que abro a porta.

Ele está sentando no vaso, com a cabeça entre as mãos. Mas o que foi que aconteceu?

- Bill... - começo.

- Cacete - ele xinga, ofegando.

- Desculpa... - digo, sem saber o que fazer.

- Desculpa pelo quê? - ele ri, massageando as têmporas - Eu que devo pedir desculpas.

- Eu... eu não estou entendendo.

- Kathleen, eu já disse um milhão de vezes, que você me deixa louco - ele me olha tão intensamente, que o ar foge de meus pulmões - excitado e com desejo. Não sou como meu irmão, que como você pode ver, transou com Jules no primeira dia em que se viram. Eu não sou assim, não penso assim... ou costuma achar isso, desde que você apareceu. Você acendeu algum tipo de fogo, que eu nunca vi. E me sinto sujo, com nojo, ao pensar certas coisas de você e com você. Isso chega a ser inevitável e quando te vi sem a toalha... porra.

- Você não precisa pedir desculpas por isso. A malícia nos segue como nossa própria sombra. Somos pecadores por natureza e algumas coisas... não conseguimos evitar - digo, o olhando com compreensão - Suas intenções são boas e Ele sabe disso.

- Espero que sim - ele suspira.

- Vem - seguro sua mão - Não temos que participar de uma tal festa?

- Ah é, já havia esquecido - Bill se levanta, me seguindo.

- Sabe o que vem depois do casamento? - pergunto, o olhando maliciosamente.

- Engraçadinha - ele revira os olhos, rindo.

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Deixe-me Te Amar - Bill Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora