Acordo pela milésima vez com o choro de Pitter. Kathleen se levanta e o pega nos braços, tentando fazê-lo dormir novamente. Eu sei que nosso Pitt está com cólica, o que é insuportável para a pobre criatura.
Com o conselho de nossas mães, minha mulher deita Pitt gentilmente de bruços, massageando suas costas. Em poucos minutos, o garoto já está dormindo.
- Amém - suspira Kath, ao se deitar ao meu lado - Não consegui pregar o olho nenhuma vez.
- Se ele chorar de novo, deixa que eu levanto - proponho - Você merece descansar.
- Não precisa amor, pode dormir... - sua voz falha e seus olhos se fecharem lentamente.
Ela dormiu, simplesmente dormiu. A cubro com o lençol e envolvo meus braços ao redor de seu corpo.
Nem dez minutos se passam quando, mais uma vez, Pitt chora. Kathleen não se move. Esta 100% fatigada e não acordaria nem com água na cara.
Pego o pequeno bebê, andando enquanto o balanço. Vou até a varanda, onde as estrelas e a lua nos observam assim como nós às observamos.
- Pitt, está vendo? - pego a mão do menino, apontando para o céu - Não é lindo?
Inexplicavelmente, ele para de chorar, analisando o céu com seus grandes e belos olhos.
- Sim, você está certo - digo, beijando o topo de sua cabeça - É mais do que lindo.
De repente, o bebê solta uma risada, olhando para mim. Sua boca sem dentes e seus olhos brilhantes são de derreter o coração de qualquer um.
- Você tá me achando com cara de palhaço, é? - faço uma careta, vendo-o rir novamente - Pode rir, pode rir. Quem ri por último ri melhor.
O mini Kaulitz fecha os olhos, adormecendo. Me viro, dando de cara com a figura de uma mulher me encarando, sorrindo em meio as sombras.
- Ah... Oi - digo, sem saber o que dizer para Kath - Você devia ter ficado na cama, precisa descansar. Eu consigo tomar conta de Pitt.
- Eu sei que consegue, vi com meus próprios olhos - ela anda até o quarto, a sigo, colocando nosso filho no berço - Ele dormiu mais rápido com você do que comigo.
- Eu tenho meus métodos - me aproximo da mulher, entrelaçando meus braços ao redor de sua cintura - Sou uma ótima mãe.
- Melhor do que eu? Impossível - ela brinca, beijando o canto de meus lábios.
Então, tudo fica quente. Nosso beijo se intensifica, assim como nossos toques. Deito Kath na cama, tirando minha blusa e a da mulher. Desço os beijos de seu pescoço até sua barriga, fazendo-a extremesser. Envolvo suas pernas ao redor de minha cintura, pressionando nossas intimidades. Tiro seu sutiã, beijando e lambendo seus seios. Kathleen arranha e agarra minhas costas, pedindo mais.
Esses últimos dias, foram difíceis para o meu amigo. Quarenta longos dias sem "entrar" na morada de sua querida amada, se é que me entendem. Não que isso estivesse me matando, mas ver uma mulher dessas ao meu lado e não poder... Ah.
Então, para o azar de meu amigo, Pitter chora novamente. Encosto a cabeça nos ombros de Kath, rindo. A mulher acaricia meus cabelos, achando graça da situação.
"Mamãe, papai, parem com essas safadezas" Pitter deve estar pensando.
Deixo Kathleen se vestir e pego Pitter no colo. Massageio sua barriga, enquanto ele chora de dor. Sua mãe vai até a cozinha pegar um chá, para aliviar a dor do pobrezinho.
- Quer que eu cante para você? - pergunto, encostando nossos narizes -
You are so beautiful.... to me, can't you see. You're everything I hoped for, you're everything I need. You are so beautiful to me...Pitter começa gargalhar. Um som capaz de fazer uma pedra sorrir. Ele ameaça a chorar assim que paro, então canto novamente.
- Se essa rua, se essa rua fosse minha - começo - eu mandava, eu mandava ladrilhar. Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes, só pra o meu, só pra o meu amor passar.
Como um passe de mágica, meu garoto dorme, segurando minha mão. Lágrimas de felicidade se formam em meus olhos.
Ter um filho nunca fez parte de meus planos, mas quando Kathleen contou-me que estava grávida, percebi que queria isso mais do que tudo. Mais um par de pernas perambulando pela casa. Ser chamado de "pai", jogar videogame, consolar Pitt por ter recebido um fora - o que seria meio improvável - ensiná-lo a ser educado, gentil e atencioso... Ser pai é como ter dois corações e entender que o mais importante deles, bate fora do nosso corpo.
É claro que tem seus prós e contras. Por exemplo, não teremos uma noite agradável no começo e não poderemos nos "divertir" a sós em alguns momentos... Mas todos os "contras" somem, assim que ouço Pitter sorrir para mim.
Enfim, ser pai é ser herói, ser forte, ser digno, honrado e, mesmo com o peso do fracasso nas costas, mostrar ao seu pequeno que diante das adversidades da sua vida, existe um refúgio, um porto seguro, que é o seu abraço.
- Bill? Por que está chorando? - sobressalto-me, vendo Kath surgir por trás de mim.
- Não estou chorando - minto, piscando rápido para que as lágrimas sequem.
- Está sim - ela sussura, vendo Pitter adormecido em meus braços - É por algo bom ou algo ruim?
- Algo bom, definitivamente algo bom - assinto, deixando mais lágrimas escaparem - É só que... eu estou muito feliz e isso parece errado. Nunca senti isso, nunca senti tamanha alegria em minha vida. Se eu parar e pensar, terei um ataque de pânico. E se você não tivesse sobrevivido? Como eu lidaria com Pitter sozinho? E se eu... e se eu não for um bom pai? E se... e se...
- Amor, chega de "e se", tá legal? Eu entendo perfeitamente o que você está passando, mas foca no presente - Kathleen se aproxima, acariciando meu rosto - Vai ficar tudo bem. E se eu não tivesse sobrevivido, você teria sua família para te apoiar. Minha mãe, sua mãe, a Jules... todos te ajudariam. E se você duvidar que não será um bom pai, juro que te meto a porrada.
Arregalo os olhos, rindo da agressividade repentina de Kathleen. Deixamos Pitter no berço e nos jogamos na cama, totalmente fatigados. O sol aponta no horizonte, contudo, o ignoramos e adormecendo até o próximo choro de Pitt chegar, que não demorou muito.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Deixe-me Te Amar - Bill Kaulitz
RomanceKathleen Roberts, uma cantora em ascensão, se muda para Los Angeles junto com sua melhor amiga, Jules Shaw. Desesperada por reconhecimento, Kathleen encontra um empresário famoso em uma festa, disposta a fechar um negócio de qualquer maneira possíve...