O beijo de Evan

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- Kath? - Jules chama, adentrando meu quarto - Ainda não se aprontou?

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- Kath? - Jules chama, adentrando meu quarto - Ainda não se aprontou?

- Não quero ir à festa, pode fazer sem mim - digo, fungando.

- Você acha que farei a festa sem a estrela principal? Nem ferrando - a loira deita ao meu lado, na cama - Me conta o que aconteceu.

Depois de alguns segundos pensando, desabafo com ela.

- O Bill não fala mais comigo, e eu achava que ele gostava de mim - murmuro, segurando as lágrimas que se formam em meus olhos - E o anônimo, não apareceu. Eu não entendo, estava dando tudo certo...

- Olha, daqui um tempo, vamos esquecer disso e vamos rir - Jules tenta me reconfortar - Mas se quiser, posso rir agora.

- Pensei que terminaria melhor - solto uma risada fraca, me virando para minha amiga.

- Eu sei. Não podemos ter tudo que queremos.

- Mas tudo dá certo pra você.

- Kath, eu daria tudo para ter uma voz como a sua - Jules pega minhas mãos, olhando fixamente para os meus olhos - Mas um final diferente não vai nos separar, não é?

- Nunca - sorrio.

- Ok - ela se levanta de repente - Tira essa bunda da cama e se arrume, vai deixar os convidados esperando?

- Que convidados? Seis? - reviro os olhos, recebendo uma travesseirada.

- Vai logo - Jules manda, jogando o vestido amarelo que ela comprou - Usa esse.

- Tá legal, saio em 10 minutos - digo, a empurrando pada fora do quarto.

Coloco o vestido que cai direitinho em meu corpo. Lembro da primeira vez que o usei, na festa onde encontrei Bill. Jules está certa, não podemos ter tudo que queremos, até porque seria meio chato. Arrumo meu cabelo, deixando alguns cachos soltos. Me olho no espelho. Estou razoavelmente bonita. Antes de sair, para ir à festa, pego meu celular. Abro o WhatsApp nas conversas com o anônimo. Respiro fundo, gravando um áudio.

- Oi anônimo, essa é a minha voz (...)

Tom me contou, quando pedi o porquê da ignorância de Bill, que a decisão de eu entrar na banda foi feita dias atrás, quando seu gêmeo não estava de cara fechada. Sei que o Kaulitz mais velho sabe o motivo, apesar de ter negado. Não insisti, talvez seja melhor assim.

Desço as escadas, encontrando Jules e Evan me esperando. Ainda não perdoei o moreno completamente, mas ele não sabia sobre a mentira.

- Está linda amiga - a loira diz, me girando.

- Obrigada - sorrio com o elogio - Vamos?

- Vamos - os Shaws repondem.

Apesar de minha vida ter desmoronado, estou feliz. Feliz por ter Jules ao meu lado, feliz por ter dito para os meus pais o que eu queria, feliz por ter sido reconhecida como cantora, feliz por ter vindo morar em Los Angeles... e triste por Bill não falar comigo, triste por não receber o apoio dos meus pais, triste pelo anônimo não ter aparecido. Porém, ignoro as coisas tristes por um momento. Aproveitarei essa noite.

Ao chegarmos na festa, fico boquiaberta. Não há apenas seis pessoas, (Tom, Gustav, Georg, Evan, Jules e eu) há centenas. Olho para Jules que dá de ombros.

- São todos seus fãs - ela diz, indo até Tom.

Meus fãs? Algumas pessoas me cumprimentam, dizendo que adoram minha voz. Sinto meu coração quentinho, ao receber tantos elogios assim. Um homem me para, dizendo como tenho talento e que gostaria de fechar contrato comigo. Então, o reconheço. Esse homem é o empresário, o empresário que me passou o número errado...

- Então, senhorita Roberts, aceita? - ele pergunta, me olhando com um ar inocente.

- Não - digo, decididamente.

- Que maravilha! Então, te passarei meu número para... espera... não? Por que... por que não? - o homem exige.

- Pois o senhor só vem atrás de mim agora, porque me tornei reconhecida - o repondo, com um ar sério.

- Do que você está falando?... Ah, lembrei - ele ri, fingindo desentendimento - Mas aquilo é passado...

- Sinto muito, mas não - repito - Porém, tenho que agradecer você. Por causa do senhor, conheci alguém que me fez feliz, mesmo que por pouco tempo. Adeus, passar bem.

- Espera... Kathleen...

O ignoro, deixando-o plantado ali, sozinho. Evan ri ao ter escutado tudo.

- Uau, mandou bem Kath - ele diz, ainda rindo - "Passar bem", essa foi de matar.

- Obrigada, sei que arasso - sorrio.

- Kath... posso falar com você em um lugar que não tenha tanto barulho? - Evan pergunta.

- Pode sim - respondo, sentindo o braço do moreno se fechar contra o meu, me conduzindo.

Entramos em um banheiro vazio, onde o som fica abafado.

- Diga Shaw - o apresso, percebendo seu desconforto.

- Kath, sei que já pedi um milhão de desculpas, mas acho que não foi o suficiente - ele se diz, andando de um lado para o outro - Eu sinto muito por ter contand...

- Relaxa, eu te desculpo. Não havia pensando nisso, mas foi graças a você que disse tudo o que queria para os meus pais - sorrio para Evan, que parece mais aliviado.

- E Kath, tem mais uma coisa... - ele para de falar, assim que escutamos vozes se aproximando.

O garoto pega meu braço, me puxando para dentro de uma cabine com um vaso sanitário. O espaço é pequeno, fazendo com que Evan me prenda contra a parede. Ficamos nos olhando, sentindo nosso corações acelerados. Assim que as pessoas saem, o moreno se atreve a falar.

- Kath, eu te am... - antes que ele possa terminar, o beijo.

Sinto os lábios de Evan contra os meus, assim como suas mãos passeando pelas minhas costas, subindo até minha nunca e me causando arrepios. Agarro seu cabelo, o puxando para mais perto. Mas há algo errado. Por que meu coração parou de acelerar? Por que não sinto as ondas elétricas que imaginei sentir? Por que não sinto as mesmas coisas quando beijei Bill? Sim, eu me lembro. Faz pouco tempo que isso me veio a mente. Primeiro, achei que era um sonho, depois percebi que era real. Não entendo porque o Kaulitz não me contou, talvez isso causaria constrangimento, não sei. Me afasto de Evan, ofegante.

- O que foi, Kath? - ele pergunta, com os lábios entreabertos.

- Desculpa Evan, mas não é você - digo, com a voz fraca.

- O que? Não sou eu? Então quem é? - Evan me questiona, analisando meu rosto - Não me diga que é aquela bixinha... Kath, larga a mão de ser besta e fica comigo.

- Ele não é bixinha, seu canalha - o empurro saindo da cabine.

Ignoro as provocações de Evan, focando em sair de perto desse marginal. Quem ele acha que para falar de Bill assim?

 Quem ele acha que para falar de Bill assim?

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Deixe-me Te Amar - Bill Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora