Suspiro. É a décima vez que estou fazendo exercícios, e não aguento mais.
Pitter é revezado de avó para avó, enquanto Bill me ajuda com as atividades práticas. Para acelerar o processo e eu poder andar novamente, terei que me esforçar. Meu corpo todo grita a cada músculo que movo.
Nunca fui fã de hospital, mas ficar quinze dias para receber acompanhamento médico é torturador. A única coisa que consigo fazer é ficar de pé. Qualquer passo, eu me desequilíbrio.
- Bill... - susurro - Não consigo.
- Consegue sim - ele diz, sério - Se você foi capaz de sobreviver a uma hemorragia grave, consegue tudo. E a dor vai passar.
- Mas ficarei com uma cicatriz horrível na barriga.
- E eu continuarei te amando - o Kaulitz sorri, me dando um selinho - Ok, do começo.
Estranho pensar que, se não fosse por Evan, eu estaria morta.
Eu não estaria aqui, com Bill ao meu lado. Ou não veria o sorriso de meu filho. Ou não receberia presentes de fãs que torcem para minha recuperação... Muitas coisas não aconteceriam.
Após terminar as atividades, sou levada até o banho. Sinto a água quente contra meu corpo e o toque de Bill nele. Eu disse que não precisava de ajuda com isso, mas ele insistiu.
Enquanto passo o sabão pela minha barriga, noto o grande corte ali. Sinto-o. Nunca fui de me preocupar com minha beleza, porém, me frustro ao pensar na cicatriz que se formará.
- A cicatriz de uma guerreira - Bill murmura, como se tivesse lido meus pensamentos - A minha guerreira.
Um sorriso se forma em meus lábios e me aproximo dos dele. Sinto sua boa contra a minha... sua língua contra a minha... seu calor com o meu.... E pensar que eu não teria nada disso se tivesse morrido. Uma simples cicatriz não é nada em comparação a isso.
Meu marido ajuda-me a levantar. A me secar. Me trocar. Enfim, Bill tem mil e uma utilidades.
Os dias que se passam não são tão ruins assim. Algumas coisas que devo dizer que são horríveis depois do parto, o chamado "resguardo", é não poder ter relações sexuais. Não que isso importe, mas o problema é que sinto tesão toda hora. Bill não ajuda nisso. Sempre que chega perto de mim, um arrepio percorre meu corpo.
Contudo, esqueço de todos os meus problemas quando estou com Pitter. A primeira vez que fui dar-lhe mamá, chorei. A primeira vez que o dei banho, chorei. A primeira vez que ele vomitou, chorei. E em todas as segundas vezes, chorei.
Nunca vi um bebê tão lindo. Seus grandes cílios e os grandes olhos cor de avelã, são de derreter o coração. E os cachos! Os cachos! Sei que disse que não queria, porém, ver seus cabelos crescendo dessa forma é totalmente lindo. E mais uma coisa: já consigo caminhar sem perder o equilíbrio.
Os quinze dias se passam e podemos finalmente voltar para casa. Georg e Gustav voltaram para a Alemanha, junto de suas famílias. Minha mãe e a dos Kaulitz, ficarão hospedadas na nossa casa, até eu me recuperar totalmente. Jules e Tom, viajarão nesse período. "Uma segunda lua de mel" disse-me a loira.
Enquanto ando pela sala, noto alguns barulhos diferentes. Peço para que todos façam silêncio e vou em direção ao som. Fico paralisada ao ver a parceira de Bola de Pelo com seus lindos filhotes. Como me esqueci disso? Como me esqueci que não era só eu que mostraria a luz do mundo para um ser?
Penélope, a parceira de Bola de Pelo, lambe gentilmente cada filhote. Eles miam e se aconhengam na mãe. Quatro gatinhos lindo.
Vou até meu quarto, andando com dificuldade mas com determinação. Bill fica ao meu lado, pronto para me segurar caso eu caia. Mamãe e a senhora Kaulitz brincam com Pitter, enquanto deito na cama para descansar.
Devo ficar em repouso mais alguns dias para então poder voltar ao meu ritmo normal. Não gosto de me sentir inútil, sentada na cadeira da cozinha enquanto dou de mamá para meu filho. As avós de Pitter, preparam o almoço enquanto observo.
Solto uma risada quando ouço meu bebê arrotar. Finalizo alguns cachos, tornando-o um galã de novela.
- Quando você crescer, pequeno Pitt, será o terror das novinhas - sorrio, assim que ele retribui.
Conforme os dias passam, me torno mais forte. Consigo andar perfeitamente e algumas tarefas me permitem fazer. Lavo a louça, a roupa, arrumo as camas... Me sinto útil novamente.
- Então, te vejo em breve, meu amor - mamãe diz, ao estar prestes a voltar para Portugal - Se cuide ok? E não se esforce demais.
- Pode deixar - a abraço, sentindo um beijo seu em minha bochecha - Te amo mãe, fique bem.
- Também te amo - ela acena, entrando no carro.
No dia seguinte, é a vez de Simone voltar à Alemanha. Seus braços se envolvem ao redor de meu corpo, em uma abração confortável.
- Cuide-se, querida nora - ela sorri, me deixando beijos pelo rosto - Não esqueça de me mandar fotos do meu neto.
- Pode deixar - digo, após vê-la despedir-se de seu filho.
Assim que ela sai, Bill e eu nos entreolhamos.
- Em que dia estamos? - ele pergunta, maliciosamente.
- Dia trinta e nove.
- Amém - ele me pega em seus braços, beijando-me.
A sua felicidade, diz respeito a contagem regressiva do final de meu resguardo. Pitter dorme como um anjo, enquanto seus pais redescobrem o amor.
Acordo inúmeras vezes e em todas elas, levanto-me para checar a respiração de Pitter. Suspiro ao pensar nas cólicas que virão. No passar as noites acordada tentando fazê-lo dormir. Mas serei capaz de tudo isso por ele, pelo meu pequeno Pitt.
Acordo novamente com as cortinas abertas. A luz do sol arde meus olhos, até acostumá-los. Bill não está ao meu lado e me levanto pada ver Pitter no berço. Ele também não está. O que ambos estão fazendo?
Caminho sonolenta até a cozinha, tendo um vislumbre perfeito de Bill cozinhando e Pitter na cadeirinha rindo do pai. Não digo nada, apenas observo até notarem minha presença ali.
- Amor, você acordou! - o Kaulitz exclama, se aproximando para uma beijo - Preparei um café perfeito para nós, não é Pitt?
O bebê responde com mais uma risada. Então, lágrimas repentinas começam a descer de meus olhos. Nem eu sei o motivo quando meu marido as percebe.
- Kath, por que está chorando? Está com dor? Quer que eu ligue para o médico? Ou melhor, quer que eu te faça uma massagem... Ou eu poss...
- Não, amor - sorrio, limpando as lágrimas que descem cada vez mais - Eu estou feliz, acho que é por isso. Meus hormônios voltaram.
- Não sei por qual agradeço, por você estar feliz ou porque seus hormônios voltaram - brinca Bill, me cutucando.
O final se aproxima...
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Deixe-me Te Amar - Bill Kaulitz
RomanceKathleen Roberts, uma cantora em ascensão, se muda para Los Angeles junto com sua melhor amiga, Jules Shaw. Desesperada por reconhecimento, Kathleen encontra um empresário famoso em uma festa, disposta a fechar um negócio de qualquer maneira possíve...