O salvador

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- Deixa que eu te ajudo - Bill se oferece, ajudando-me a levantar

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- Deixa que eu te ajudo - Bill se oferece, ajudando-me a levantar.

- Está tudo bem - digo, antes de cair na cadeira de rodas novamente.

Os dias que se passam, apesar de Pitter estar bem, são horríveis para mim. Sinto dor a cada movimento, e por esse maldito motivo, não consigo andar.

Nunca achei que teria um parto complicado, nem que perderia mais de um litro de sangue. Eu não senti dor na hora, pois a anestesia me ajudou. Porém, me senti fraca e cansada. Uma vontade de fechar os olhos e nunca mais abrir havia se apossado de mim.

Então, ao tomar consciência de que eu estava tendo uma hemorragia, uma lembrança me veio a mente.

Quando éramos crianças, Jules, eu e Evan, formávamos um trio perfeito. Para selarmos nosso "pacto" de amizade, cortamos nossas mãos. Contudo, nenhum de nós lembrou que Evan tinha hemofilia.

A hemofilia é um distúrbio na coagulação do sangue. Por exemplo: Quando cortamos alguma parte do nosso corpo e começa a sangrar, as proteínas entram em ação para estancar o sangramento. Esse processo é chamado de coagulação. As pessoas portadoras de hemofilia, não possuem essas proteínas e por isso sangram mais do que o normal.

Então, ao entrarmos em desespero porque a mão do moreno não parava de sangrar, chamamos seus pais que o deram os medicamentos necessários. Pelo que sei, é uma doença hereditária. O pai dos Shaws apresenta o distúrbio na coagulação, então já sabe o que fazer. Fiquei de castigo em casa, recebendo infinitos sermões de meus pais.

- Você só se mete em confusão, querida - mamãe expressou, se sentando na cadeira - Ainda bem que não foi um corte muito grande. Se fosse, seria um grande problema.

- Por que? - questionei, pensando nas infinitas possibilidades.

- Bom, é claro que um corte na mão não chegaria à esse estado, mas ele poderia ter uma hemorragia e precisar de doação - a mais velha continuou - O tipo sanguíneo de Evan, pode doar para todos mas apenas receber dele mesmo. Sorte que o tipo "O" é comum. Você por exemplo, apresenta o mesmo que o dele...

"Você apresenta o mesmo que o dele". Essa bendita frase, percorreu minha mente naquele momento, em que percebi que estava em meu leito de morte. Estávamos em Los Angeles e Evan também. Arranjei forças para pedir para chamarem Jules. Ela veio em um instante, preocupada com meu estado.

- Kath... você não vai... não vai morrer, não é? - ela perguntou, entre lágrimas - Bill sumiu, está totalmente arrasado.

- Não morrerei se me fizer um favor...

A loira saiu desesperadamente, ligando para seu irmão. Os médicos estavam com dificuldades para conseguirem a quantia que eu precisava de sangue. Por ser um tipo sanguíneo comum, é muito usado, causando a escassez.

Lembro-me de ver os médicos começarem a cesária. Suspirei, não havia esperança para mim. Sei que foram pedir para Bill o que ele acharia melhor fazer. Mas não queria que tivessem perguntando, porque sei que isso o afetou profundamente.

Como se ele estivesse escutado meus pensamentos, o homem de cabelos platinados entra na sala. Seus olhos vermelhos e suas olheiras aparentes, são como facadas em meu pobre coração. Ele tenta se aproximar, mas é barrado pelas enfermeiras.

Assinto, sorrindo. Ele fez a escolha certa. Ele fez... Tudo havia se tornando um breu, meus olhos se fecharem lentamente e eu acordei minutos depois. Um homem estava ao meu lado. Seus olhos negros encontraram os meus e pude perceber quem era.

- Evan - pronunciei, surpresa - Você... você me salvou.

- É... mais ou menos - ele sorri, mostrando o sorriso que amava ver quando criança - Graças a Jules, que me chamou, graças a você que se lembrou, graças a sua mãe que te contou e graças a nós, que cortamos nossas mãos anos atrás.

Por mais que eu queria agradecê-lo infinitamente, não tenho forças o suficiente. O médico chega, dispensando Evan. Peço para chamarem Bill, mas ele interrompe minha fala.

- Você não pode falar, não nesse estado - o doutor diz, em tom reprovador - Precisa poupar forças.

- Por favor... - insisto - Tenho que vê-lo, por favor...

- Receio que não será possível... - ele começa a dizer, até ser interrompido por Evan.

- Com licença, não sei se você ouviu, mas te chamaram na sala quatro. Urgente - o moreno diz, com uma expressão seria.

- Ah droga... - o homem de jaleco sai correndo, nos deixando a sós.

- Tive uma ideia - Evan diz sumindo da sala, voltando segundos depois, com uma cadeira de rodas em mãos - Voilà.

O moreno me ajuda a sentar-me, me conduzindo até minha família. Mamãe ao me ver, grita de felicidade. Todos me abraçam, felizes pela minha sobrevivência. Porém, sinto falta de alguém. Meu marido não está aqui.

Sou informada de que está na incubadora, vendo Pitter. Vou direto para lá, ignorando os avisos de mamãe. Chegando no local, observo meu homem parado na frente de um vidro, observando nosso querido filho.

Em seus olhos vazios, um pequeno brilho se forma. Me aproximo, sem fazer barulho. Algumas lágrimas escorrem em seu rosto, ao dizer:

- Kathleen, ele é a sua cara.

Nesse instante, dou um sinal de minha presença. A princípio ele não disse nada, apenas me encarou. No fim, tudo deu certo.

Pitter dorme como um anjo. Graças a Deus, sua saúde é ótima. Seus cachinhos pretos são macios e brilhantes. Seus olhos abriram, no momento em que Bill o pegou.

Muitos bebês nascem com os olhos claros e escurecem com o tempo. Pitter por outro lado, nasceu com os olhos cor de avelã iguais os do pai. Seus cílios longos e suas bochechas grandes, são de conquistar o incontestável.

Bill me ajuda em muitas coisas. A me vestir, a me lavar, me exercitar... Resumindo, meu próprio guarda-costas.

Se passou três dias e a dor ainda persiste. Tento ignorá-la, mas antige-me com frequência. O médico informou-me que em dez à quinze dias, poderei voltar ao meu ritmo normal.

Amanhã receberei alta e votarei para casa, porém, preciso tomar cuidado com o que faço e com o que deixo de fazer. Preciso ser cuidadosa, para o bem de Pitter e para o bem de Biil...

 Preciso ser cuidadosa, para o bem de Pitter e para o bem de Biil

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Deixe-me Te Amar - Bill Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora