Linhas

103 9 17
                                    



Amélia

Os longos dias de filmagem haviam chegado ao fim, mas a opressão de Chris sobre mim parecia aumentar com o passar do tempo. Cada dia parecia mais difícil, e eu sentia que estava em um pesadelo constante ao mesmo tempo em que os encontros com Jeffrey diminuíram.

Naquela manhã, eu acordei com uma sensação de mal-estar que me atingiu como um soco no estômago. Levantei-me da cama com pressa, correndo em direção ao banheiro. Meu estômago revirava, e eu sabia o que estava por vir.

Lancei-me na frente do vaso sanitário a tempo de vomitar. Era uma experiência desagradável, meu corpo parecia estar rejeitando qualquer coisa que eu tentasse colocar nele. Eu sabia que algo estava errado, mas, naquele momento, minha mente estava emaranhada em uma teia de preocupações e medo.

Enquanto eu me recuperava do episódio, olhei para meu reflexo no espelho. Meu rosto estava pálido, olheiras profundas sob meus olhos, e minha expressão estava marcada pela exaustão e pelo sofrimento. Eu me sentia quebrada.

Conforme o dia passava a sensação de mal-estar persistia, e minha mente estava repleta de dúvidas e incertezas. Eu sentia que algo estava errado com meu corpo, e a palavra "gravidez" pairava no fundo dos meus pensamentos. Com a coragem que restava em mim, decidi ir até a farmácia e comprar um teste de gravidez. A ansiedade me corroía por dentro enquanto eu andava pelas prateleiras, procurando o teste certo.

Finalmente, encontrei a caixa branca com as palavras "Teste de Gravidez" escritas em letras azuis. Paguei o produto o pagando e saí da farmácia, meu coração batendo acelerado. Quando cheguei em casa, segui as instruções minuciosamente, tentando não deixar que o nervosismo atrapalhasse o procedimento.

Minutos que pareceram horas se passaram até que o resultado final apareceu. Uma linha rosa escura apareceu, de acordo com as instruções significava negativo, porém se quer tive tempo de respirar aliviada já que uma segunda linha rosa claro começou a se formar diante dos meus olhos. Era um teste positivo, indicando que eu estava grávida. Um turbilhão de emoções me atingiu naquele momento.

Lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto, uma mistura de alegria e preocupação. A alegria de conceber uma vida, de imaginar um serzinho indefeso que cresceria dentro de mim. Mas, ao mesmo tempo, a preocupação me inundava. Eu não sabia se o bebê era de Jeffrey ou de Chris, e essa incerteza era devastadora ao mesmo tempo em que a prisão de abusos em que eu vivia não restava espaço para um bebê indefeso.

Sentei-me na beira da cama, segurando o teste de gravidez como se fosse um tesouro frágil. Pensei em todas as complicações que essa situação poderia trazer. Chris, meu marido abusivo, poderia reagir de maneira violenta quando descobrisse. E Jeffrey, o homem que amava e que me amava, também estaria envolvido nessa complicada equação.

As lágrimas continuaram a escorrer enquanto eu lutava com meus sentimentos. Aquela era uma reviravolta na minha vida, uma reviravolta que eu não estava preparada para enfrentar.

A noite havia chegado, e eu sabia que precisava enfrentar a situação de frente. Respirei fundo, tentando reunir coragem suficiente para lidar com as incertezas que me assombravam. Peguei meu celular e comecei a digitar a mensagem para Jeff.

Jeff

Precisamos nos encontrar. Há algo importante que preciso te contar. Pode ser hoje à noite? Por favor, é urgente.

Com a mensagem enviada, deixei meu celular de lado e me encaminhei para o banheiro. Enquanto a água quente do chuveiro caía sobre meu corpo, eu me perdia em pensamentos sobre o bebê que crescia dentro de mim. Tentei imaginar como minha barriga ficaria, como seriam seus primeiros chutes, como seria seu rosto quando nascesse.

A Chama ProibidaOnde histórias criam vida. Descubra agora