Rotina

48 7 1
                                    



Amélia

A noite estava escura e tranquila quando o choro de Stella atravessou o silêncio, alcançando meus ouvidos ainda sonolentos. Meu coração se apertou instantaneamente, e eu me sentei na cama com um suspiro cansado. As noites sem dormir estavam se tornando uma rotina familiar, e eu sabia que era mais uma delas.

Com cuidado, deslizei meus pés para fora da cama e me levantei, sentindo a sensação de cansaço que parecia estar gravada em cada fibra do meu ser.

A luz suave da lua filtrada pelas cortinas revelou o pequeno berço ao lado da nossa cama. Stella estava deitada lá, seus olhos ainda fechados, mas sua boca emitindo aqueles sons angustiados que eu havia aprendido a reconhecer tão bem.

— Shh Shh shh mamãe tá aqui filha, calma. — Sussurrei.

Com cuidado, peguei Stella no colo, envolvendo-a com um cobertor macio para mantê-la aquecida. Seu choro diminuiu um pouco quando ela sentiu meu toque, mas não parou completamente. Eu sabia que ela estava com fome, então me dirigi a poltrona de amamentação que havíamos deixado temporariamente no canto do quarto, a posicionei e logo Stella começou a mamar arduamente.

Enquanto alimentava Stella, olhei para o relógio na mesa de cabeceira. 04:35. As horas da madrugada sempre pareciam se esticar infinitamente quando se estava acordado com um bebê, e eu me perguntava quando conseguiria dormir mais de algumas horas seguidas novamente.

Stella mamou com entusiasmo, suas pequenas mãos agarrando meu seio enquanto ela sugava. Era um momento íntimo entre mãe e filha, e eu aproveitava cada segundo, apesar do cansaço.

Quando ela terminou de mamar, a coloquei para arrotar a aconchegando no meu ombro. Ela emitiu um suspiro satisfeito, e seu corpo se relaxou contra o meu. Eu sabia que era hora de colocá-la de volta no berço, mas parte de mim desejava mantê-la nos meus braços para sempre.

Andei de volta ao ao berço e coloquei Stella com gentileza. Ela estava adormecida, sua respiração tranquila e regular. Eu me deitei na cama, olhando para o teto com os olhos pesados de sono.

O cansaço da maternidade era algo que eu nunca havia experimentado antes. As noites sem dormir eram desafiadoras, mas eu sabia que cada uma delas era um pequeno sacrifício por esse serzinho que agora fazia parte da minha vida.

Eu estava quase mergulhando no sono, agradecendo mentalmente pelo breve intervalo de tranquilidade quando o choro de Stella rompeu o silêncio da madrugada mais uma vez, mas antes que eu pudesse me levantar, Jeff já estava sentado.

— Deixe comigo dessa vez, amor. — ele sussurrou bocejando e dando-me um sorriso sonolento enquanto se dirigia ao berço onde Stella estava.

Eu me senti imensamente grata por essa pequena concessão que me permitiria dormir um pouco mais.

Voltei a me aconchegar nos lençóis macios da cama, fechando os olhos na esperança de pegar mais alguns minutos de descanso. O choro de Stella se transformou em murmúrios abafados enquanto Jeff a pegava no colo.

Fiquei deitada, ouvindo os sons abafados de Jeff e Stella. Era reconfortante saber que ele estava cuidando dela, e eu me sentia abençoada por ter um parceiro tão atencioso e amoroso.

Os minutos passaram lentamente, e aos poucos, os murmúrios de Stella diminuíram até que, finalmente, o silêncio reinou. Sabia que Jeff havia trocado a fralda dela e aconchegado novamente no berço talvez com a chupeta.

Quebra de Tempo

A manhã seguinte chegou rapidamente, e eu acordei com os primeiros raios de sol entrando pela janela do quarto. Stella estava dormindo profundamente em seu berço, e eu aproveitei esses preciosos momentos de silêncio para recarregar um pouco as energias.

A Chama ProibidaOnde histórias criam vida. Descubra agora