No Limite

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Amelia

O sol brilhava através da janela da cozinha enquanto eu tentava preparar o almoço. Stella estava melhorando nos últimos dias, mas ainda não estava totalmente recuperada. Ela se agarrou às minhas pernas puxando o meu avental.

— Colo, mamãe, colo! — ela choramingava com lágrimas nos olhos.

— Stella, mamãe precisa terminar o almoço primeiro, está bem? — Tentei explicar calmamente.

— COLO MAMÃE! COLO MAMÃE!

Enquanto tentava mexer a panela, Stella aumentava o volume do choro, implorando por atenção e conforto. Respirando fundo abaixei o fogo largando a colher.

— Ok, você ganhou, vem cá. — murmurei enquanto meus braços a envolviam e eu a pegava no colo. O calor do seu corpo frágil se aconchegou contra mim, e eu podia sentir suas respirações rápidas e ofegantes.

Eu estava cansada - exausta, na verdade! Cuidar de uma criança doente e da casa sozinha estava tomando um pedágio em mim. Meus ombros pesavam com o peso de todas as responsabilidades, e eu lutava para manter a paciência enquanto lidava com as tarefas diárias.

— Pronto, meu amor, a mamãe está aqui. — disse suavemente enquanto tentava terminar de mexer o almoço. Stella ainda estava fungando, agarrada a mim como se sua vida dependesse disso. Seus soluços se transformavam em gemidos abafados enquanto ela apoiava a cabeça no meu ombro com a chupeta na boca.

A irritação e o cansaço se misturavam dentro de mim, formando uma tempestade emocional que eu lutava para controlar. Cuidar de Stella era meu dever e minha alegria, mas naquele momento, tudo o que eu desejava era um breve momento de paz e descanso.

A cozinha estava cheia de aroma do almoço que eu estava preparando, mas meu apetite havia desaparecido dando total espaço para o cansaço.

— Está com fome meu bem? — Perguntei desligando o fogo.

— Não. — Resmungou com a voz sendo abafada pela chupeta.

— Mas a mamãe fez macarrão, você ama macarrão.

— Não quero! — Resmungou choramingando.

Eu podia ter certeza que seria mais um dia difícil em que seria um sacrifício fazer Stella comer.

Fiz um prato para nós me sentando a mesa com Stella no colo, eu tentava lhe dar algumas colheradas, mas ela virava o rosto ou cuspia.

— Eu não quero mamãe. Não quero. — Dizia choramingando.

— Stella por favor... Só um pouco tá?

Depois de horas tentando Stella apenas brincou um pouco com a comida no prato, mas nem ela e nem eu comemos direito. Eu podia sentir o peso da preocupação me oprimindo. Apesar disso, estava esgotada e precisava de um descanso, então larguei o caos da cozinha e a coloquei no chão da sala e me deitei no sofá.

No entanto, logo o choro de Stella ecoou pela sala de novo.

— O que foi, meu amor? — perguntei me sentando.

Seus olhos lacrimejantes e sua voz chorosa eram um lembrete constante de que ela não estava se sentindo bem.

— Colo, mamãe, colo... — ela balbuciou.

A peguei no colo lhe dando sua chupeta e a aconchegando nos meus braços. As lágrimas escorriam dos meus olhos enquanto eu acolhia Stella.

— Calma, calma. Mamãe tá aqui. — eu sussurrei com voz minha voz soando mais cansada do que eu imaginava.

A Chama ProibidaOnde histórias criam vida. Descubra agora