Colo de Mãe

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Amélia

A luz do amanhecer começava a se filtrar pelas cortinas do quarto, iluminando um novo dia. Meus olhos estavam pesados devido à insônia que a noite anterior me causou, e eu me vi acordada antes de Stella, que estava deitada ao meu lado, ocupando o lugar onde Jeff costumava dormir. Ela ainda parecia cansada e suas bochechas ainda estavam avermelhadas.

Com todo o cuidado, coloquei minha mão na testa dela e, embora estivesse morna, a febre não parecia tão intensa quanto antes, mas ainda estava lá. Sua respiração estava tranquila e ritmada, um sinal reconfortante de que, finalmente, ela estava descansando.

No entanto, minha tranquilidade durou pouco, pois, em questão de minutos, Stella acordou com um choro suave que rapidamente se intensificou. Ela parecia confusa e desconfortável.

— Mamãe...

Eu me virei para olhá-la e, antes que eu pudesse perguntar o que estava errado, ela esticou os bracinhos em minha direção, pedindo colo. Seus olhos estavam vermelhos e marejados, como se tivesse acordado de um pesadelo.

Coloquei Stella com cuidado em meu colo, mantendo-a próxima do meu peito. Ela soluçava, e suas mãozinhas seguravam o tecido da minha camisola com força. Seu corpinho quente estava tenso, e eu fazia afagos suaves em suas costas na esperança de acalmá-la.

— Pobre bebê, está tudo bem. — eu sussurrei, beijando sua cabecinha.

— Mamãe... Mamãe.. — Choramingava.

Eu a segurava firme, embalando-a gentilmente de um lado para o outro. O conforto do meu abraço parecia diminuir suas lágrimas, mas ela ainda estava agitada e triste. Eu me perguntava se ela estava com fome, já que o desconforto causado pela febre pode interferir em seu apetite.

— Você quer comer, meu amor? Quer mamar? — Eu perguntei, esperando que ela pudesse me indicar o que precisava. Stella olhou para mim, seus olhos grandes e cheios de tristeza, antes de balançar a cabeça, indicando que não estava com fome naquele momento.

Nossas manhãs geralmente eram cheias de risos e brincadeiras, mas hoje era diferente. Stella estava doente e desconfortável, e o sentimento de impotência de não poder aliviar completamente seu sofrimento pesava em meu coração. No entanto, o que eu podia fazer era oferecer-lhe meu colo e meu carinho, prometendo que ficaria ali com ela até que se sentisse melhor.

Ao tocar a testa de Stella, meu coração afundou. Sua pele estava quente novamente, e não precisava de um termômetro para saber que sua febre havia voltado. Respirei fundo e peguei o termômetro da mesa de cabeceira ao lado medindo sua temperatura mais uma vez. O visor confirmou meus temores: quase 39 graus.

Com a preocupação me impulsionando, levantei-me da cama, com Stella ainda segurando firme meu pescoço. Deixei-a cuidadosamente no berço, enquanto ela reclamava e balbuciava seu descontentamento. Ela claramente não queria se separar de mim, mas era importante que ela visse um médico.

Primeiro, tratei de trocar as roupas de Stella, garantindo que ela estivesse bem agasalhada e confortável para enfrentar o frio lá fora trocando minha roupa em seguida.

Stella protestou quando a coloquei na cadeirinha do carro, suas mãozinhas esticadas em minha direção puxando minha blusa.

— Eu sei, meu amor, você quer ficar no colo da mamãe. — sussurrei, acariciando seu rosto com carinho. O choro dela ecoava na garagem enquanto eu me apressava para sair.

No carro, com Stella ainda soluçando e murmurando protestos, eu peguei meu telefone e liguei para Jeff. Tentei ligar para ele diversas vezes, mas ele não atendia provavelmente estava em cena. Então decidi deixar um recado.

A Chama ProibidaOnde histórias criam vida. Descubra agora