Mother Mary

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Amélia


Quando saímos da casa, dei de cara com um Porsche cinza estacionado do lado de fora. O carro parecia reluzir sob o sol, e não pude evitar expressar minha surpresa.

— Esse carro é seu?

Jeff estava carregando nossas malas até o carro e deu um sorriso divertido. Sua resposta, como sempre, carregava aquele tom sedutor que sempre me deixava sem fala.

— Bem, querida, agora é nosso.

Ele piscou para mim enquanto abria a porta do carro para que eu entrasse. A surpresa e o encanto do momento me fizeram sorrir. De certa forma, parecia que Jeff estava determinado a me mostrar um mundo novo, repleto de possibilidades e aventuras.

Assim que entrei no Porsche, senti o couro macio do assento sob minhas mãos. Era um carro incrivelmente elegante e luxuoso, muito diferente do meu antigo sedan modesto.

— Jeff, você sempre me surpreendendo.

Ele fechou a porta do carro e se dirigiu para o lado do motorista, ainda com aquele sorriso travesso nos lábios.

— Eu apenas gosto de fazer as coisas em grande estilo, baby. — A voz dele tinha esse timbre sedutor que me fazia corar de leve.

Antes de darmos partida, Jeff acionou o teto solar, revelando o céu azul e ensolarado acima de nós. Ele se inclinou pegando dois óculos escuros no porta-luvas e me entregou um deles, enquanto colocava o outro com elegância. O motor do Porsche roncou com a promessa de aventura à medida que nos afastávamos da casa.

— É um dia tão bonito.

Meus olhos capturaram a vista panorâmica à medida que avançávamos pela estrada. O sol banhava o ambiente em um brilho dourado, e a brisa fresca fazia meu cabelo esvoaçar. O volante estava sob o controle de Jeff, mas ele me fazia sentir como se estivesse dirigindo a liberdade.

Jeff sorriu para mim, seus óculos de sol escondendo seus olhos, mas eu podia sentir o calor do seu olhar.

— Nada como um passeio de carro em um dia como este.

Concordei com a cabeça, um sorriso surgindo em meus lábios. Não era apenas o dia ensolarado que me fazia feliz, mas estar ao lado de Jeff, compartilhando esse momento com ele.

À medida que a estrada se estendia à nossa frente, percebi que essa viagem era mais do que apenas um passeio. Era uma jornada em direção a um novo começo, um futuro onde o passado doloroso que vivi estava ficando para trás. E, com Jeff ao meu lado, não havia lugar onde eu preferisse estar.

O Porsche deslizava pela estrada, seu motor ronronando com uma melodia própria, enquanto eu olhava para a paisagem que passava rapidamente. Era um dia gloriosamente ensolarado, o céu aberto e azul como um oceano infinito, e o brilho do sol aquecia o interior do carro.

— Posso ligar o rádio? — Perguntei a Jeff, minha voz transmitindo a empolgação que eu estava sentindo.

Jeff sorriu, seu olhar divertido por trás dos óculos escuros, e assentiu.

— Claro, o carro é seu. — Deu de ombros de um jeito descontraído.

Liguei o rádio e uma música familiar começou a tocar. Era "Let It Be" dos Beatles. Deixei-me afundar no banco de couro, fechando os olhos por um momento, deixando-me levar pela música. As palavras de conforto da canção pareciam tão apropriadas para este momento de transição em minha vida.

— When I find myself in times of trouble, Mother Mary comes to me. Speaking words of wisdom, let it be. — Comecei a cantar baixinho.

A voz de Paul McCartney, entrelaçada com a minha própria, ecoou no interior do carro. Abri os olhos para ver Jeff olhando para mim, seu sorriso iluminando seu rosto.

— E em minha hora de escuridão, ela está de pé bem na minha frente. Falando palavras de sabedoria, let it be. — Continuou.

Sorri para ele, nosso dueto improvisado, um momento que me fez sentir mais conectada a Jeff do que nunca. A música continuou a nos envolver enquanto dirigíamos pela estrada, e o vento trouxe uma sensação de liberdade que eu não havia sentido em muito tempo.

Era uma música sobre aceitar o que a vida nos traz, sobre deixar ir as preocupações e encontrar sabedoria no momento presente. Era exatamente o que eu precisava ouvir naquele momento da minha vida.

De mãos dadas, continuamos cantando, permitindo que a música nos levasse em direção ao desconhecido, mas juntos. Era o começo de uma nova jornada, e eu sabia que, com Jeff ao meu lado, eu podia enfrentar qualquer coisa que a vida nos trouxesse.


A casa no lago era um verdadeiro refúgio da civilização. Jeff estacionou o Porsche em frente à casa, e quando saímos do carro, dei uma olhada ao redor. A paisagem ao nosso redor era espetacular. O lago estendia-se até onde a vista podia alcançar, refletindo o céu azul e sem nuvens. Era um lugar isolado e sereno, o tipo de refúgio que você vê em revistas de viagens.

— Uau, é incrível aqui.

Jeff sorriu e abriu a porta da casa. Assim que entramos, fiquei impressionada com a beleza rústica do interior. As paredes de madeira natural e os móveis de carvalho escuro davam à casa uma sensação acolhedora e elegante ao mesmo tempo. A luz do sol da manhã fluía através das janelas panorâmicas, iluminando o espaço com um brilho dourado.

— Bem-vinda à nossa casa no lago.

Ele pegou nossas malas e eu o segui enquanto explorávamos a casa. A sala de estar era aconchegante, com sofás de couro macio e uma lareira de pedra. Havia uma cozinha totalmente equipada com uma ilha central, e eu pude imaginar nós dois preparando refeições juntos ali.

Jeff me levou até a suíte principal, e eu fiquei boquiaberta quando entrei. Havia uma cama de casal grande e confortável com lençóis de algodão macio. Uma janela panorâmica se estendia ao longo de uma parede, oferecendo uma vista deslumbrante do lago. Era como se estivéssemos flutuando sobre as águas calmas.

— Isso é o paraíso, Jeff.

— Fico feliz que gostou.

Ele colocou nossas malas no chão e se aproximou de mim. Seus olhos intensos encontraram os meus, e havia uma intensidade ali que me fez engolir em seco.

— Espero que este lugar possa ser um refúgio para você, onde possamos criar novas memórias juntos.

Suas palavras eram gentis e cheias de cuidado. Eu sabia que ele estava se esforçando para tornar este fim de semana especial para mim.

— Obrigada, Jeff. Isso significa muito para mim. — Olhar para ele e sorrir era praticamente involuntário.

— Posso te dar um abraço?

— Pode. — Assenti.

Ele sorriu e me abraçou, seus braços fortes me envolvendo. Fiquei ali, apreciando o calor de seu abraço e o som suave da água batendo contra a margem lá fora.

— Vou deixá-la se acomodar. Quando estiver pronta, podemos explorar o lago ou apenas relaxar aqui.

Ele me deu um beijo suave na testa antes de sair da suíte. Enquanto eu começava a desfazer minha mala, pensei em como este lugar poderia ser um recomeço para nós dois, um lugar onde pudéssemos deixar para trás as sombras do passado e criar um futuro juntos.

A Chama ProibidaOnde histórias criam vida. Descubra agora