A Chama Proibida

Manipulação

Deixo avisado que não pago terapia de ninguém

Jeffrey

Dirigindo até a delegacia eu apertava o volante com toda minha força, meu coração estava pesado de preocupação por Amélia ao mesmo tempo que queimava em ódio por aquele filho da puta do Chris. Eu sabia que algo estava errado, e a marca em seu rosto era a prova física das agressões que ela estava sofrendo. Ela não merecia aquilo, e eu não podia simplesmente ficar parado.

Senti meu sangue subir acertando um soco contra o volante em frustração por me sentir extremamente inútil.

Ao chegar à delegacia, fui direto ao balcão de atendimento e expliquei minha preocupação com Amélia. O policial atrás do balcão ouviu atentamente, suas sobrancelhas franzidas à medida que eu detalhava a situação.

— Você tem alguma prova dessas agressões? — ele perguntou, olhando-me de forma inquisitiva.

— Ela tem um hematoma no rosto. Eu a vi com meus próprios olhos.

O policial assentiu, parecendo convencido.

— Isso pode ser qualquer coisa, mas posso ir até lá e verificar a situação. Você pode me dar o endereço?

Com um suspiro de alívio, forneci o endereço de Amélia, explicando que eu acreditava que ela estava sendo mantida em casa por um marido violento.

O policial e eu seguimos até a casa de Amélia, e eu não conseguia parar de me preocupar com o que poderíamos encontrar lá. Quando Chris abriu a porta, ele usou um tom de voz calmo e fingiu surpresa ao nos ver.

— Oficial, como posso ajudá-lo? — perguntou Chris, sua expressão mostrando confusão genuína.

O policial manteve sua postura profissional.

— Recebemos uma denúncia de violência doméstica nesta residência. Preciso falar com a senhora da casa.

Chris pareceu ainda mais confuso. Eu queria socar a cara sinica dele.

— Não entendo do que estão falando. Minha esposa está dormindo. Ela está grávida e tem estado cansada ultimamente.

Senti um nó se formar na minha garganta. Grávida? A Amélia está de fato ou grávida ou é apenas mais uma das mentiras de Chris para se safar?!

— Eu compreendo a situação, mas preciso falar com ela pessoalmente. — insistiu o policial.

Chris hesitou por um momento, mas depois assentiu, apontando para o interior da casa.

— Tudo bem, você pode subir. Deixe-me acompanhá-lo até lá.

Eu estava nervoso com o que poderíamos encontrar, mas segui o policial e Chris até o quarto de Amélia. O policial bateu suavemente na porta.

— Senhora, por favor, estamos aqui para garantir sua segurança. Posso falar com você por um momento? — Anunciou.

A voz sonolenta de Amélia respondeu do outro lado da porta, confirmando que estava acordada. O policial entrou no quarto, e eu esperei ansiosamente na porta, sem saber o que viria a seguir.

O policial adentrou o quarto, e eu permaneci à porta, preocupado com o que estava prestes a acontecer. Ele dirigiu sua atenção a Amélia, que estava sentada na cama com um olhar hesitante em seu rosto.

— Senhora, recebemos uma denúncia de violência doméstica. Você está se sentindo segura em sua casa? — perguntou o policial com gentileza.

Amélia olhou para Chris e, por um momento, hesitou antes de responder.

— Sim, eu me sinto segura.

Amélia não minta Amélia...

O policial, claramente, não estava convencido e continuou com suas perguntas.

— Entendo que você tem um hematoma no rosto. Como isso aconteceu?

Amélia desviou o olhar e, depois de uma pausa, respondeu.

— Foi um acidente. Eu escorreguei no banho.

— Isso é mentira! — Grunhi.

— Sr. Morgan não interfira! — Advertiu-me o policial.

Chris interveio nesse momento, com uma expressão de preocupação forçada.

— Minha esposa é um pouco desastrada às vezes, oficial. Ela estava tomando um banho e escorregou. Eu mesmo a ajudei a cuidar do machucado.

Eu não conseguia acreditar na facilidade com que Chris estava mentindo, e meu estômago revirava com essa farsa. Ele estava fazendo de tudo para encobrir o que estava acontecendo.

O policial parecia um pouco cético, mas ele não tinha provas substanciais para desafiar a história deles. Ele suspirou e tomou nota das informações.

— Muito bem, senhora. Se você se sentir em perigo em algum momento, não hesite em nos ligar. Nossa prioridade é sua segurança.

Amélia assentiu, forçando um sorriso em seu rosto.

— Eu entendo, obrigada.

O policial se virou para Chris.

— Espero não ter que voltar aqui novamente. Tenham um bom dia.

Com isso, o policial saiu do quarto e eu o segui involuntariamente sentindo-me impotente e frustrado com a situação. Não havia nada mais que pudéssemos fazer naquele momento, exceto esperar por uma oportunidade para ajudar Amélia a sair desse pesadelo.

Chris não perdeu tempo em usar a presença do policial para seus próprios fins. Ele fez uma careta, parecendo profundamente preocupado.

  — Oficial, aproveitando que o senhor está aqui, eu gostaria de fazer uma reclamação. O Sr. Jeffrey, tem estado perseguindo minha esposa, Amélia, de maneira incessante.

Eu estava atônito. Chris estava transformando a situação ao seu favor, tornando-se a vítima. Cerrei meu punhos sentindo meu sangue ferver.

O policial, que estava prestes a sair, olhou para Chris com um olhar de curiosidade.

— Perseguindo, como?

Chris continuou sua performance, apontando para mim com um olhar de indignação.

— Ele não para de procurá-la, ligando para ela, aparecendo em nossa casa sem ser convidado. Isso tem causado um grande desconforto para minha esposa, especialmente agora que ela está grávida.

Dei um passo para frente ponto para pular na garganta daquele desgraçado, mas o policial pareceu ler os meus pensamentos já que colocou a mão em meu peito me impedindo de avançar sobre ele.

O policial suspirou, evidentemente não muito interessado nesse caso.

— Senhor, se o Sr. Jeffrey estiver causando problemas, sua esposa pode solicitar uma ordem de restrição. Por enquanto, não há muito que eu possa fazer.

Chris fez uma expressão de falsa compreensão.

— Entendo. Vou falar com Amélia sobre isso. Obrigado, oficial.

O policial se retirou da casa, e Chris fechou a porta atrás dele. Eu estava com raiva, frustrado e preocupado com a situação de Amélia. Não havia dúvidas de que Chris estava usando a polícia para mantê-la sob controle e longe de mim. Eu precisava encontrar uma maneira de ajudá-la, mesmo que isso significasse agir às escondidas.