Contrações e Contrações

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Jeffrey

Ver Amélia passar os últimos dois dias na cama, lutando contra a dor das contrações, era algo que me deixava impotente. Ela estava sofrendo, e eu queria fazer tudo o que estivesse ao meu alcance para ajudá-la a passar por isso.

Eu olhei para ela, preocupado.

— Amor, você quer comer alguma coisa? Talvez uma sopa leve para dar um pouco de energia.

Ela negou com a cabeça, os olhos cansados e a expressão de desconforto evidente em seu rosto. Saber que ela estava passando por tudo aquilo era agonizante para mim. Eu só queria aliviar sua dor de alguma forma.

Amélia apertou o cobertor, e eu soube imediatamente que outra contração a havia atingido. Me aproximei dela e coloquei minha mão em sua lombar, massageando suavemente com a esperança de proporcionar algum alívio.

— Estou aqui, Amor. Você está fazendo um trabalho incrível. Vai dar tudo certo.

Ela fechou os olhos, respirando fundo e soltando o ar lentamente. Sua respiração estava sincronizada com a massagem que eu estava fazendo, e isso me trouxe um pouco de conforto saber que estava ajudando, mesmo que fosse apenas um pouco.

Enquanto eu continuava a massagear suas costas, eu pensava em como essa jornada tinha sido incrível e desafiadora até agora. Desde o momento em que descobrimos que seríamos pais até agora, Amélia e eu havíamos enfrentado cada desafio juntos. Nossos risos, nossos momentos de preocupação, e agora, essas contrações dolorosas.

Eu queria tanto aliviar o sofrimento dela, mas sabia que o parto era uma jornada que só ela podia percorrer. Meu papel era apoiá-la da melhor maneira possível, mesmo que isso significasse apenas estar ao seu lado, massageando suas costas e sussurrando palavras de encorajamento.

Aquela madrugada estava silenciosa, exceto pelo gemido ocasional de Amélia. Ela não conseguia dormir, e eu me recusava a deixá-la enfrentar aquela dor sozinha. Eu estava acordado ao seu lado, segurando-lhe a mão.

Amélia começou a andar de um lado para o outro no quarto, gemendo baixinho enquanto lutava contra as contrações. A dor que ela estava sentindo era quase palpável, e eu faria qualquer coisa para tirá-la daquela situação.

Então, ouvi-a chamar por mim.

— JEFF!

Eu me levantei rapidamente e fui até a cozinha, onde a encontrei de pé, em meio a uma poça de sangue. Meu coração deu um salto de preocupação e medo.

— Amélia, o que aconteceu?

Ela estava ofegante, apoiada na mesa da cozinha.

— Jeff, acho que minha bolsa rompeu. Porra isso foi muito!

Eu a peguei com cuidado e a ajudei a sair da cozinha, meu coração batendo forte de ansiedade. Nós tínhamos planejado a ida ao hospital, mas isso aconteceu de forma tão inesperada que me pegou de surpresa.

No carro, Amélia gemeu de dor enquanto segurava a barriga.

— Jeff, essas contrações são muito mais fortes do que as últimas.

Eu estava dirigindo o mais rápido que podia, preocupado com a intensidade das contrações de Amélia.

Ela apertou minha mão com força e fechou os olhos, tentando encontrar alguma forma de alívio naquela dor lancinante. Eu sabia que não podia fazer muito além de estar ao seu lado e garantir que ela chegasse ao hospital a salvo.

À medida que o carro se aproximava do hospital, a ansiedade só aumentava. Eu sabia que estávamos prestes a dar à luz a nossa filha, mas também sabia que o processo seria desafiador e doloroso. O importante era que estávamos juntos, prontos para enfrentar qualquer obstáculo que surgisse em nosso caminho.

No hospital, finalmente, Amélia foi examinada e o médico anunciou.

— Você está com 6 centímetros de dilatação, Amélia. Sua bolsa realmente rompeu.

Eu estava aliviado por estarmos no hospital e por ela estar progredindo no trabalho de parto. Amélia parecia mais confortável, apesar da dor ainda persistente. O médico sugeriu a aplicação de uma peridural para ajudar no controle da dor, e Amélia concordou imediatamente.

Enquanto a anestesista preparava tudo, eu me aproximei de Amélia e segurei sua mão.

— Amor, como você está se sentindo? As contrações estão mais suportáveis agora?

Ela olhou para mim com um sorriso leve no rosto, resultado da peridural começando a fazer efeito.

— Jeff, eu não sinto absolutamente nada. Essa peridural é maravilhosa. Eu estava reclamando da dor antes, mas agora estou flutuando nas nuvens.

Eu ri, aliviado por vê-la mais relaxada.

— Bem, fico feliz que esteja se sentindo melhor agora, mas lembre-se de que logo estaremos segurando nossa filha nos braços.

Amélia assentiu, os olhos brilhando de emoção.

— Sim, Jeff, mal posso esperar para conhecer a nossa garotinha.

Enquanto esperávamos o progresso do trabalho de parto, aproveitamos aquele momento para refletir sobre a jornada que nos trouxe até ali. Nossa filha estava prestes a nascer, e o amor que sentíamos um pelo outro só crescia a cada segundo.

Eu sabia que, como pais, enfrentaríamos desafios e alegrias incontáveis no futuro, mas estávamos preparados para isso. Afinal, já havíamos enfrentado tantos desafios juntos, e isso só fortaleceu nosso vínculo.

Enquanto aguardávamos a chegada de nossa filha, o amor e a gratidão que sentíamos um pelo outro encheram aquele quarto de hospital. Sabíamos que nossa jornada estava prestes a dar um grande passo, e estávamos prontos para abraçar cada momento.

A Chama ProibidaOnde histórias criam vida. Descubra agora