Capítulo 4

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Juan de Oliveira Cardoso.

08 de março — 06:30
Quarta-feira

    Passei esses dias dias pensando no que as meninas me pediram, sei que elas querem o dinheiro delas, comprar maquiagem ou sei lá o que adolescentes compram, talvez não seja uma má ideia elas começarem com essa história de doce.

    Acordei mais cedo do que eu precisava, queria conversar com elas sobre isso. Minha mãe já estava de pé, fazendo o café da manhã delas, conversei com ela sobre a escola da Júlia e a mesma vai tentar uma vaga na escola pública aqui perto, espero que consiga.

— Bom dia. — As suas apareceram na cozinha. Ambas já maquiadas e prontas.

— Bom dia. — Minha mãe sorriu entregando a caneca com café para as duas.

— Bom dia. Vocês acordam que horas para se arrumar assim? — Perguntei confuso.

— Seis. — Bia respondeu dando de ombros. — Por que já está acordado? — Se sentou ao redor da mesa junto com a Bruna.

— Queria falar com vocês. — As olhei. As duas logo franziram a testa.

— O que? — Bruna perguntou curiosa

— Eu fiquei pensando sobre o que me pediram na segunda, sobre vender os brigadeiros na escola. — Os olhos das duas já cresceram, minha mãe sentou ao lado delas prestando a atenção. — Não vou repetir o que penso sobre isso, para mim vocês são muito novas para pensar em trabalho, mas vocês me prometeram que não vão deixar esse lance de fazer doces atrapalhar os estudos, certo?

— Uhum. — As duas concordaram ansiosas.

    Peguei a sacola no armário, ontem passei no mercado e comprei uns leite condensados, creme de leite, achocolatado, granulado, a base dos docinhos, sabe? O restante elas que comprem e montem a identidade visual delas.

— Está aqui, tem o suficiente para vocês começarem a fazer os doces. — Coloquei a sacola na frente delas, junto com duzentos reais. — Eu estou entrando com a base dos docinhos e duzentos reais para vocês começarem esse negócio, mas eu não quero perdas nisso, é investimento, estão me escutando? — As duas concordaram. — Eu quero tudo anotado, o que entrar e sai dessas vendas, é para levar isso a sério e se eu ver que estão deixando os estudos de lado eu proíbo de novo, estamos entendidos? 

— Obrigada, Juju. — As duas levantaram, me abraçando apertado. — Obrigada mesmo.

— Precisa agradecer não. — Beijei a cabeça das duas. — Eu comprei as coisas apenas para o brigadeiro tradicional, se quiserem usar desses duzentos para ver outro sabor, é com vocês. Não comprei forminha nem o restante das coisas, isso é identidade visual de vocês, usem o que tem com sabedoria, combinado?

— Combinado. — Bruna respondeu com um sorrisão no rosto. — A gente precisa criar um perfil no Instagram para os docinhos, e um nome. — Puxou a Bia para o corredor.

   Neguei com um sorriso ladino e me sentei ao lado da minha mãe. Ela sorriu pegando em minhas mãos.

— Muito obrigada por tudo que você faz por mim e pelas suas irmãs, meu filho, fico tão orgulhosa de ver o homem que você se tornou. — Sorriu beijando meu rosto.

— Eu faço tudo por vocês quatro, mãe, o que eu puder e o que não puder. — Abracei ela. — Somos nós contra o mundo, lembra? — Ela concordou sorrindo. — Vou lá apressar elas senão não pegam o ônibus. — Me levantei beijando a cabeça da minha mãe.

— Vai lá, elas pararam até de tomar café. — Negou.

   Caminhei até o quarto delas e as duas estavam sussurrando para não acordar a Júlia, tinham um caderno na mão.

Amor que curaOnde histórias criam vida. Descubra agora