Capítulo 24

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Juan de Oliveira Cardoso

27 de julho — 02:02
Quinta-feira.

  Acordamos assustados com um barulho alto no quintal, sentei na cama rápido pegando o celular, eram duas da manhã.

— O que foi isso? — Isadora perguntou puxando o cobertor para o seu corpo. A mesma parecia assustada ainda.

— Sei lá. — Me levantei caminhando até a janela do quarto, abri um pouco a cortina para ver mas não tinha nada. — Vou lá fora dar uma olhada.

— Está doido? E se for alguém? — Ela se levantou vindo até mim.

— Se for alguém é melhor a gente ver, pô. — Beijei sua cabeça. — Vai deitar, eu já volto.

— Juan...

— Se preocupa não, princesa, vai lá. — Falei. Isadora me olhou por alguns segundos antes de suspirar voltando para a cama.
  
    Saí do quarto devagar, olhando tudo em volta. Pode não ser nada, né, mas a gente mora no Rio de janeiro, nego não é otário de ignorar também.

    Passei no quarto do pivete e não tinha nada, banheiro também não, peguei uma faca na cozinha para me proteger qualquer coisa e abri a porta de casa, dei uma volta no quintal todo e não tinha nada, um barulho no telhado me assustou, virei para trás e a droga do gato da vizinha estava passando todo sujo de barro.

— Filho da mãe. — Murmurei procurando a lixeira da Isadora, estava aberta e o saco de lixo revirado. — Vai para casa, anda. — Coloquei o bicho para correr, voltei para dentro trancando tudo e passei na cozinha para deixar a faca. Entrei de novo no quarto e minha garota estava sentada com as penas encolhidas, quando me viu, suspirou aliviada relaxando.

— Graças a Deus. Está tudo bem? — Ergueu a coberta, me enfiei embaixo dela e trouxe Isadora para meu peito.

— Está, era o gato da vizinha, aquele que está sempre andando pela rua. Todo sujo de barro e o lixo revirado. — Isadora negou jogando o cabelo para trás.

— Qualquer dia esse bichinho aparece envenenado, tadinho, nunca vi a mulher deixar esse gato solto por aí, sabe que hoje em dia as pessoas não estão nem aí para a vida dos bichinhos, querem é fazer maldade.  — Falou. — Eu não me importo com o lixo revirado, da para catar de novo mas tem pessoas que gostam de fazer ruindade por pouco, ela tem que tomar cuidado com ele, poxa.

— Eu sei, meu amor, mas as pessoas pensam diferente da gente. — Beijei sua testa. — Pode dormir tranquila, tem problema nenhum. — Isadora concordou me dando um selinho.

— Boa noite, amor.

— Boa noite, princesa. 

[...]
08:07

    Terminei de tomar café e me levantei lavando a xícara rapidinho, vou trabalhar daqui a pouco. Isadora ainda estava dormindo, não quis incomodar ela depois do episódio do gato da vizinha. Coloquei minhas coisas na mochila que estava pré pronta, né, só faltava a escova de dente e a carteira.

— Bom dia. — Encarei o corredor. Isadora apareceu ainda com minha camisa, mas agora com um short jeans e o cabelo preso em um rabo de cavalo.

Amor que curaOnde histórias criam vida. Descubra agora