Capítulo 20

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Juan de Oliveira Cardoso.

07 de julho — 08:23
Sexta-feira.

   Ontem cheguei em casa era meia noite e pouca, Isadora dormiu no meio do filme, fiquei com dó de acordar ela então só tranquei a casa jogando a chave por baixo da porta. Conversar com ela sobre a proposta me aliviou, é sempre bom ter outras opiniões, principalmente por eu estar perdido.

   Vou aproveitar que as gêmeas ainda estão em casa hoje para conversar com elas antes de ir trabalhar, é o último dia de aula antes das férias de julho, hoje elas entram mais tarde, às nove. Abracei minha mãe por trás, ela fazia ovos mexidos, as meninas estavam na mesa, Bia fazia o Nescau dela enquanto Bruna o café com leite.

— Bom dia, meu amor. — Ela sorriu beijando meu rosto. — Ainda com essa carinha de cansado?

— Bom dia, dona Teresa. Muita coisa na cabeça. — Abracei as meninas. — Preciso conversar com vocês.

— O que houve, Juju? — Bru perguntou me olhando curiosa. Minha mãe deixou os ovos na mesa e se sentou ao nosso lado.

— Eu recebi uma proposta de emprego na quarta-feira para trabalhar como mecânico em uma concessionária— Falei. As três pararam de fazer o que estavam fazendo e me olharam.

— Filho...isso é incrível. — Sorriu segurando minhas mãos. — Você aceitou?

— Ainda não.

— Por que, Juju? — Bia perguntou. — Não é um bom negócio?

— Pelo contrário, é muito bom. — Me servi com café. — O salário é de quatro mil e duzentos, vou trabalhar quatro dias na semana das nove às sete da noite, tem bastante benefício e a concessionária é bastante conhecida, tem bastante resultado e lucro, não é tão longe daqui.

— Meu amor, isso é ótimo. — Minha mãe abriu um sorriso maior. — Você vai poder sair da pizzaria, vai receber mais pelo seu trabalho, é um oportunidade incrível, filho. O que está te impedindo?

— Eu não sei. — Neguei. — Sou grato demais pelo seu Inácio, gosto de trabalhar lá e estou com o coração na mão de deixar ele sozinho, mas ontem eu conversei com a Isadora e ela me incentivou a aceitar, disse que seria bom e ela tem razão, sei que se eu precisar voltar o seu Inácio vai me acolher, mas queria falar com vocês primeiro, ver o que vocês acham. Se eu começar a trabalhar lá não vou conseguir buscar a Julinha na escola, isso vai acabar atrapalhando vocês. — Olhei para elas.

— Meu filho, pensa em uma coisa de cada vez, agora é hora de pensar no seu futuro, na sua vida, essa é uma oportunidade incrível. Posso ver com a Débora, ou tentar sair sempre esse horário do salão para buscar a Julia. O importante agora é você. — Beijou meu rosto.

— Nós podemos buscar ela, não vai nos atrapalhar. — Bruna falou e a Beatriz concordou.

— Você quer esse emprego? Não pensa apenas no dinheiro, Juan, dinheiro nenhum compra a nossa paz, nosso sossego. — Minha mãe perguntou.

— Quero. — Afirmei.

— Então está esperando o que para aceitar, Juju? Vai nessa! — Bia balançou meus ombros, eu ri dando um cheiro nela.

— É dinheiro pra caramba. — Bru fez uma expressão engraçada, bagunceio cabelo dela achando graça. — Juan! Meu cabelo. — Resmungou arrumando.

— Quem sabe não consigo dar uma mesada para vocês agora. — Falei como quem não quer nada, as suas abriram um sorriso animado.

— Estou tão feliz por ver você crescendo, filho. — Minha mãe me abraçou apertado. — Trate logo de entrar em contato com esse homem e aceitar esse emprego.

Amor que curaOnde histórias criam vida. Descubra agora