Capítulo 58

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Juan de Oliveira Cardoso.
05 de fevereiro - 20:43
Quarta-feira .

   Estou exausto, meus olhos se fecham sozinhos e eu tento me manter acordado, fico imaginando como minha baixinha deve estar se sentindo agora, a mesma adormeceu depois de amamentar a Sofia, chorou pra caraca com dor e isso quebrou meu coração, confesso.

   Estou babando na nossa princesa, ela é linda, cara, da para perceber que todos os traços são da Isadora mesmo estando inchada ainda, Gustavo vai me zoar pra caraca. 

   O cabelinho liso e escuro, nariz empinadinho, boquinha desenhada, bochechuda. Única coisa minha é o formato da orelha, pô, para vocês terem a noção de que a genética da Isadora é forte, a gatinha está branquinha da minha cor mas tenho certeza que vai escurecer um pouquinho mais, vai ficar igualzinha o Samuel.

    Não deu para o Samuel ver a Sofia pelo vidro do berçário, ele ainda estava dormindo então pedi para não o acordarem, nossa família chorou pra caraca vendo ela pelo vidro, eu não estava muito por trás, é uma sensação doida, você não sabe com certeza o que está sentindo mas na hora que ela parou de chorar ouvindo a minha voz, meu amigo, eu chorei tudo que eu estava segurando.

    Um resmunguinho em meu colo fez minha atenção ir para a Sofia, a mesma estava despertando e abriu maior bocão.

— Ei, minha princesa, o papai está aqui. — Me levantei balançando ela em meu colo. — Você cansou de dormir, foi? — Lhe dei um cheiro.

— Traz ela aqui. — Escutei a voz rouca da minha esposa, olhei para a mesma que estava sonolenta.

— Você não pode falar, princesa.  — Me aproximei dela com a Sofia nos meus braços. —  Aqui, essa garotinha não dormiu quase nada. — coloquei a mesma no colo da Isadora, minha garota deu um beijo na cabeça da nossa princesinha. — Nossa família está aí ainda, a enfermeira foi chamar eles. — Ela concordou colocando a Sofia no peito, seus olhos se encheram de lágrimas de novo. — Eu queria tanto te ajudar com isso, amor, tirar essa dor de você. — Suspirei passando a mão em seu cabelo.

Minutos depois ouvimos batidas na porta, Isadora olhou rápido para lá e eu sorri caminhando até a mesma, abri vendo os tios dela, dona Chica, minha mãe e o Samuel.

— Cadê os outros? — Perguntei pegando meu pivete no colo, o abracei apertando enchendo de beijos. — Que saudades o papai estava de você, meu amor.

— Não puderam subir agora, foi um sacrifício subir nós cinco. — Tio Henrique explicou fazendo um toque comigo. — Parabéns, filho, ela é linda.

— Obrigado, tio. — Sorri bobo. — A cara da Isadora.

— Eu ia falar isso, lembra muito ela quando nasceu. — Dona Chica falou beijando minha testa.

— Eu quero entrar logo, papai. — Samuel falou impaciente. — Comprei com a vovó Teresa, óh, é para a Soso. — Ergueu uma sacolinha de joaninhas.

— Ela vai amar, filho. — Sorri. — A sua mãe fez uma cirurgia e não está podendo falar ainda, tá bom, pivete? Só amanhã que ela vai conseguir falar com você, mas ela te ama e está morrendo de saudades.

— Tá bom, papai, a dinda Jana já tinha me falado isso. — Falou óbvio, eu ri dando um cheiro nele.

— Elas acordaram tem uns minutos. vamos lá. — Abri mais a porta.

Amor que curaOnde histórias criam vida. Descubra agora