Capítulo 7

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Isadora Fonseca Diniz.

13 de março — 09:12
Segunda-feira.

    Hoje é o dia da minha entrevista de emprego, vai ser às quatro da tarde, estou nervosa com tudo isso. Janaína me tranquilizou, disse que a Yasmim é uma pessoa incrível, compreensível, espero que dê tudo certo.

    Não vou conseguir levar o Samuel comigo, acredito que uma entrevista de emprego não seja o melhor lugar para levar um bebê então o Tutu vai ficar com ele para mim, hoje ele está de folga e vai me dar essa ajudinha. Poderia deixar o Samuel com meus tios mas eles foram para uma pousada ontem e voltam hoje pela noite, foram comemorar os dezenove anos de casados. 

    Acordei cedo para deixar tudo organizado, casa, janta para meus tios, as coisinhas do Samuel, sobre a entrevista, essas coisas. Assim que sair da entrevista eu vou passar no centro para comprar umas coisinhas que estão faltando, Samuca está precisando de body simples e meia.

— Estou entrando. — Escutei a voz da Janaína. — Bom dia, lindeza. — Beijou meu rosto.

— Bom dia. — Sorri. — Não está atrasada?

— Um pouco, mas convenci seu primo a me levar. — Deu de ombros pegando um pouco de café. — Seria um problema se eu tivesse que esperar o ônibus.

— Tem razão. — Terminei de lavar a louça.

— O Samuca já acordou?

—  Deu uma acordada mais cedo mas dormiu de novo, deve acordar daqui a pouco.

— Entendi. E como você está com a entrevista? — Se sentou e eu fiz o mesmo.

— Nervosa. — Suspirei. — Estou com medo de não conseguir, realmente não me sinto a vontade com o pensamento de ficar horas longe do Samuca, acabaria envolvendo o desmame nisso e eu não me sinto pronta para isso no momento, esse emprego seria uma mão na roda.

— Vai dar tudo certo, Isa, não se preocupe. E se não der, vamos dar um jeito também, relaxa. — Segurou minha mão. — Quem sabe não podemos nós mesmas abrir nosso negócio, assim você poderia trabalhar de casa. — Deu de ombros.

— Que negócio, Jana? Para isso precisamos ter dinheiro. — Neguei rindo.

— Nunca sabemos o dia de amanhã. — Deu de ombros.

— Bom dia, Isa. — Heitor entrou em casa. Parecia com sono.

— Bom dia, Tutu, desceu com a cama nas costas? — O provoquei.

— O quarto inteiro. — Fez uma careta enquanto pegava café. — Que horas eu tenho que descer para pegar ele mesmo?

— Umas três, vou ir de ônibus e prefiro chegar mais cedo mesmo.

— É uma boa mesmo. — Concordou. — Vou levar ele lá para casa, beleza?

— Tá bom.

    Conversei um pouco com eles mas logo Janaína teve que ir, Heitor foi levar ela e eu continuei a arrumar a casa. Coloquei uma música baixinha para não incomodar o Samuel.

    Quando ele acordou por volta das dez e meia, dei um banho nele, amamentei e fiquei brincando com ele para estimular, sempre é bom. Fiz o almoço com o Samuel em meu colo, comi e resolvi começar a me arrumar agora, quando se tem bebê é melhor adiantar tudo.

[...]
15:02

— Tutu. — Chamei na porta dele.

— Entra aí! — Ele gritou lá de dentro. Abri a porta e franzi o cenho ao ver a casa com uma fumaça.

Amor que curaOnde histórias criam vida. Descubra agora