Juan de Oliveira Cardoso.
05 de julho — 13:09
Quarta-feira.Na boa, estou estranhando seu Inácio desde a hora que eu cheguei, parece que o mesmo estava ansioso, escondendo alguma coisa de mim, até me evitando o homem estavam.
Muito estranho.
— Juan! — Me assustei com a voz do Heitor, encarei a porta da mecânica e o mesmo parecia ofegante. — Calma...eu vim correndo. — Murmurou ofegante, parando para recuperar o ar.
— O que foi, cara?
— Você não vê o celular não? Estou desde ontem tentando falar com você. — Me deu um soco no ombro. Resmunguei devolvendo.
— Quando cheguei em casa, tua prima estava lá com o Samuel, passei a tarde com eles e depois fiquei conversando com ela por mensagem, não vi as outras. — Expliquei voltando a trabalhar. — O que foi?
— Você não sabe o que eu descobri ouvindo a conversa do seu Inácio e daquele cara ontem. — Sussurrou puxando a cadeira para o meu lado. O encarei curioso. — Ele...
— Boa tarde. — Olhamos em direção a porta. O mesmo homem de ontem nos encarava com um sorriso ladino, o terno estava alinhado pra caraca.
— Boa tarde. — Nos levantamos. — Aconteceu alguma coisa com o carro? — Perguntei com o buraco na mão, ia sobrar para mim, né!
— Ah, não, está tudo certo. — Suspirei aliviado. — Meu assunto é outro, Senhor Inácio está?
— Está, vou chamar ele. — Heitor se apressou em ir até a sala do seu Inácio.
O homem me encarava e eu o encarava de volta, estranhando tudo aquilo, ele deve ter uns cinquenta anos, sei lá. Ele está me admirando? Sei que sou gato mas só tenho olhos para minha baixinha.
— Senhor Duarte, boa tarde. — Seu Inácio sorriu cumprimentando o homem. — Como vai?
— Muito bem e o senhor?
— Bem também, graças a Deus. — Me olhou. — Vamos até minha sala por favor, você também, Juan. — Franzi o cenho confuso. Os dois passaram por mim indo na frente, os segui olhando para o Heitor que gesticulava e mexia a boca mas eu não estendi nada do que ele quis dizer. — Senta, Juan.
Fiz o que ele pediu, encarei o cara ao meu lado e seu Inácio em minha frente, ambos me encaravam e eu estava ficando cada vez mais confuso.
— E então...o que estou fazendo aqui? — Perguntei.
— Bom, eu não me apresentei direito antes então farei isso agora. Me chamo Eduardo Duarte, sou gerente de uma das concessionárias da Veículos Milhar aqui no Rio de janeiro. — Estendeu a mão em minha direção, apertei tentando entender porquê eu estava ali. — Nossa empresa está precisando de mecânicos e eu gostei bastante do seu trabalho, fez algo de bastante qualidade e em pouco tempo. Conversei com o senhor Inácio, ele disse que é um rapaz esforçado, responsável e estou disposto a tê-lo em nossa equipe.
— O que? — Perguntei surpreso. Minha cabeça deu até um nó.
— Não ouviu, rapaz? O senhor Duarte está querendo te contratar. — Seu Inácio falou animado. O encarei.
— Eu sei, mas... por quê?
— Como eu disse, estamos precisando de mecânicos em nossa concessionária, pessoas experientes e dispostas a trabalhar, seu Inácio falou muito bem de você, me contou sua história aqui na mecânica e seus resultados super positivos, estamos interessados em contrata-lo caso tenha interesse. Você terá todos os benefícios além de um salário bom, trabalharia das nove às sete, quatro dias por semana.
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Amor que cura
Romance"Um dia alguém vai chegar, o amor que cura Me abraçar e me segurar, só não me segura Me mostrar que ainda vale amar e cumprir a jura De ficar e não abandonar da forma mais pura..." Depois de ser abandonada por quem mais deveria amá-la e sofrer u...