Capítulo 6

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Isadora Fonseca Diniz.

10 de março — 17:45
Sexta-feira.

    Me encarei no espelho, indecisa com a roupa que escolhi. O tempo fechou um pouco, não está congelando mas também não está calor, coloquei uma calça preta mais larguinha e um cropped corselet azul.

— Isa? — Escutei a voz da Jana.

— Oi, estou no quarto. — Falei. Segundos depois ela apareceu com um vestido e salto. — Me senti deslocada vendo você. — Fiz uma careta e ela riu.

— Para de graça, você está linda. — Me abraçou. — Esse é o seu estilo, combina com você. — Deu de ombros. 

— Não está nada a ver? Posso trocar ainda.

— Não troca, está linda, sério. — Se sentou na ponta da cama. — Cadê o Samuca?

— No berço. — Apontei para o mesmo que dormia agarrado com a naninha.

— Ué, gente, nem vi ele ali. — Riu olhando ele. — Tão lindo. — Sorriu.

— Vou trocar ele dormindo mesmo, capotou depois que amamentei ele. — Peguei minhas maquiagens e me sentei em frente ao espelho do guarda-roupa. — Heitor não desceu?

— Estou aqui. — Entrou no quarto, sua boca estava cheia de algo. — Uau, que gata. — Me olhou.

— Obrigada. — Ri.

— Para de falar de boca cheia, homem, o que está comendo? — Janaína perguntou.

— O bombom de travessa, peguei mais um pouco, está gostosão. — Passou o olho no Samuel antes de sentar ao lado da Jana.

— Hum. — Pegou a colher comendo um pouco, Heitor olhou para ela de rabo de olho mas a mesma não ligou. — Ein, falei com a Yasmin, ela disse para você passar na loja na segunda com o currículo, ela vê e já faz uma entrevista com você.

— Obrigada, Jana. — Sorri animada. — Estou nervosa.

— Relaxa, você é boa no que faz. — Heitor falou. — Eu te levo lá segunda, amanhã vou imprimir os currículos que fizemos. — Concordei agradecendo.

— Onde está seu celular? — Jana perguntou.

— Carregando na cozinha. — Ela se levantou saindo do quarto e voltou depois com o aparelho nas mãos. — O que vai fazer?

— Senha, por favor. — Coloquei ainda confusa. — Obrigada. — Se sentou novamente. — Você ainda não tem um Instagram, precisa ter.

— Tenho medo do Ricardo me encontrar.  — Confessei respirando fundo.

— Rum, deixa ele vir, quero ver passar por mim. — Heitor falou raspando o potinho. — Dou só um soco na cara daquele desgraçado para ele ficar esperto.

— Nossa, como é valente. — Janaína falou me arrancando uma risada.

— Vai vendo, chamo os carinhas lá do beco e colocam ele para correr do Rio...ai, Janaína. — Reclamou do tapa que Janaína deu na nuca dele.

— Vai falar com os drogadinhos nada, está com amizade com eles por acaso? — Cruzou os braços.

— Era brincadeira, amor, falo com eles não. — Murmurou com um bico.

— Rum, acho bom mesmo. — Olhou para ele de relance. — Não vou colocar sua foto e nem o seu nome completo, deixamos ele privado apenas para a família. O que acha? 

    Respirei fundo pensando no assunto. Tenho muito medo de Ricardo nos achar e fazer algo, mas também não posso me privar de viver da forma que eu quero por ele, quero poder postar fotos com a minha família, com meu filho.

Amor que curaOnde histórias criam vida. Descubra agora