Capítulo 43

771 38 7
                                    

Isadora Diniz Cardoso

13 de agosto — 16:45
Domingo

   Juan abriu o portão e por frações de segundos eu senti a minha boca secar de tanto nervosismo. Leonardo estava encostado em seu carro, vestia uma calça preta, camisa da mesma cor e um Air force.

— Caraca, que carrão. — Juan sussurrou me fazendo segurar o riso ao ver a Porsche Panamera turbo 2018.

Só ele mesmo.

— Oi. — Falei atraindo a atenção dele. O mesmo se desencostou rápido, dando um sorriso nervoso.

— Oi. — Falou se aproximando. — Desculpa atrapalhar vocês. — Coçou a nuca envergonhado.

— Precisa se desculpar não, cara, relaxa. — Juan falou tomando a frente da situação. — De boa? Sou o Juan, marido dela.

— Prazer. — Leonardo apertou a mão do Juan.

— Acho melhor você colocar o carro na garagem. — Falei. Não vamos ter dinheiro para pagar nem o freio desse carro se for roubado ou acontecer alguma coisa.

— Melhor mesmo. — Juan falou dando mais uma olhada no carro. Dei uma cotovelada fraca em suas costas. — Ai, Isadora. — Murmurou me olhando. Leonardo riu fraco abrindo o carro.

— Para de encarar o carro assim, que falta de educação. — Sussurrei o repreendendo, Juan fez um bico abrindo o portão.

     Meu marido parecia uma criança recebendo doce ao ver a Porsche na garagem, puxamos a moto e o carro um pouco mais para frente para caber o outro carro.

— Tem certeza que não estou incomodando ao atrapalhar o dia dos pais de vocês? — Leonardo perguntou enquanto entrávamos em casa. — Licença.

— Tenho, menino. — O olhei. Ele sorriu achando graça da forma que eu falei. — Minha avó iria atrás de você se não viesse agora.

— Pode acreditar, dona Chica iria mesmo. — Juan riu. Minha sogra apareceu no corredor dos quartos e deu um sorriso ao nos ver. — Essa é a minha mãe, Teresa. — Apresentou os dois.

— Boa tarde.

— Boa tarde, querido, prazer em conhecê-lo. — Minha sogra o abraçou. — As crianças dormiram.

— Obrigada, dona Teresa. — Agradeci.

    Nós continuamos o caminho para o quintal, minha avó estava andando de um lado para o outro enquanto meu tio tentava fazê-la parar. Assim que ela nos viu, seu sorriso aumentou e seus olhos lacrimejaram. 

— Ah Jesus, você parece muito ele na adolescência mesmo. — Sussurrou o abraçando. Leonardo parecia surpreso mas retribuiu, seus olhos brilharam mas ele parecia tentar segurar. — Como você é lindo. — Sorriu segurando o rosto dele. — Você está bem? Aonde esteve esse tempo todo?

— Mamãe, uma pergunta de cada vez, ele acabou de chegar. — Tio Henrique se aproximou. — Prazer, eu sou o Henrique, irmão do Antônio.

— Prazer. — Leonardo respondeu envergonhado, apertando a mão do meu tio.

    Minha avó fez questão de segurar a mão do Leonardo e apresentá-lo para todos, e algo me diz que houve uma troca de olhares diferente entre a Bia e ele, e não foi só eu que percebi, Bru e a Jana me olharam com malícia, eu ri concordando.

— Você quer comer alguma coisa? Beber? — Perguntei pegando mais água para a minha avó.

— Bebe cerveja? — Heitor perguntou abrindo outra.

Amor que curaOnde histórias criam vida. Descubra agora