Capítulo 31

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Juan de Oliveira Cardoso

18 de setembro — 09:57
Quarta-feira.

    Despertei com o Samuel se remexendo em meu peito, abri os olhos sonolento e me estiquei, procurei pela Isadora mas não achei ela. Me levantei arrumando o Samuel na cama e cerquei ele com o travesseiro, dei uma passada no banheiro para fazer minhas coisas e fui para a sala.

    Isadora estava digitando algo no celular, a caneta estava na boca e um caderno ao seu lado. Me aproximei beijando seu pescoço e a mesma sorriu me olhando.

— Bom dia, baixinha. — Murmurei coçando a testa.

— Bom dia, amor. — Largou o celular.

— Está fazendo o que? — Abracei seus ombros.

— Trabalhando, a loja mal abriu e já está cheio de pedidos.

— Que bom. — Ela concordou.

— Eu fiz café, vai comer. — Assenti indo até a cozinha. — Sua mãe te ligou mais cedo.

— Atendeu? — Perguntei. Isadora apareceu na cozinha e concordou. — Era o que?

— Perguntar se você tinha comprado alguma coisa pela internet, entregaram para ela uma caixa no seu nome.

— Comprei, é meu tênis. — Peguei dois pães e os deixei no balcão, puxei a Isadora pela cintura e a abracei.  — Como você está? Conseguiu dormir?

— Estou bem, dormi muito bem. — Sorriu arrumando minha sobrancelha. — Graças a Deus tudo isso acabou. — Suspirou deitando a cabeça em meu peito.

— Tem razão, amor, agora tudo vai se encaixar de novo. — Passei meus dedos por seus fios de cabelo. Isadora concordou me olhando.

— Sua boca e suas mãos estão doendo? — ela perguntou tocando devagar os meus lábios. Neguei sorrindo de lado.

— Está tudo bem, princesa, tudo certo. — Ela suspirou concordando.

— Vou sentir saudade de você aqui. — Ergui uma das sobrancelhas.

— E quem disse que eu vou embora?

— Não vai? — Seu olhar de tornou confuso. — Achei que iria, estava aqui por causa do Ricardo, e ele já foi preso...

— Mas a semana ainda é minha. — Beijei a ponta do seu nariz. — Vai ter que me aturar por quatro dias, dona Isadora, isso se eu não me mudar de vez.

— Vai ser mesmo um sacrifício. — Debochou, empurrei de leve seus ombros e a mesma riu beijando minhas costas. — Te amo, amor. — Sorri todo bobo.

— Eu também te amo, princesa — Lhe dei um beijo rápido. — Já tomou café da manhã?

— Já mas vim pegar mais café. — Pegou uma xícara no armário. Passei manteiga nos meus pães e pus presunto, caminhei até a sala e me sentei no sofá. Respondi a minha mãe e sorri sentindo Isadora sentar no meu colo, passei um dos meus braços por sua cintura. — Frango assado para o almoço?

— Ótima ideia. — Dei um cheiro nela. — Quer pão? — Ela negou agradecendo. — Tem tudo aí para o almoço? Senão dou um pulo rapidinho no mercado.

— Tem, tudo certo. — Fez um joinha. Eu ri beijando seu rosto, o celular dela apitou fazendo Isadora se levantar e pegar o mesmo.

    Tomei meu café da manhã enquanto Isadora trabalhava, nós conversamos um pouco mas a chefe dela ligou para falar sobre alguma coleção de roupa. Organizei a cozinha e tirei o frango do freezer, olhei para o monitor na parede e percebi Samuel acordado, estava deitadinho coçando os olhos.

Amor que curaOnde histórias criam vida. Descubra agora